REPÚDIO À VIOLÊNCIA DA PM E DA PREFEITURA DE CUIABÁ
O Comitê de Luta pelo Transporte Público (CLTP) repudia a atitude da prefeitura de Cuiabá por ter determinado agressões físicas contra estudantes e trabalhadores que realizaram manifestação pela redução da tarifa do transporte nesta quinta-feira, dia 24 de agosto de 2006.
A administração municipal Wilson Santos orientou seguranças da portaria a darem pontapés e socos em homens, mulheres, meninos e meninas que participaram do protesto. Alguns manifestantes foram até mesmo mantidos em cárcere privado. Além disso, chamada pela prefeitura, a tropa de choque da PM intensificou as agressões com cassetetes e spray de pimenta.
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O resultado da violência determinada pela prefeitura de Cuiabá contra estudantes e trabalhadores resultou na prisão arbitrária de oito manifestantes, sendo um menor de idade.
E tudo porque os participantes do movimento queriam entregar uma carta de reivindicações ao prefeito, cujo principal ponto era a redução da tarifa de R$ 1,85 para R$ 1,60, como já determinou a Justiça Comum e como conclama a população de Cuiabá.
Também, a CPI do Transporte da Câmara de Vereadores de Cuiabá apontou em seu relatório final em dezembro de 2005 que tarifa deveria ser de R$ 0,81. Estudo feito pela Assut (Associação dos Usuários de Transporte Coletivo MT) indicou o valor de R$ 1,00. E as análises efetuadas pelo Sindicato dos Contabilistas de MT comprovam superfaturamento da tarifa desde o ano de 2001.
Somente depois das agressões e das prisões é que o prefeito Wilson Santos se dignou a receber uma comissão de representantes do CLTP para negociar a pauta de reivindicações. No entanto, expôs considerar justo o valor de R$ 1,85 para a população de Cuiabá e continuou defendendo os interesses da cúpula dos empresários do transporte. O que há por trás dessa íntima relação entre Wilson Santos e os empresários do transporte?
É lamentável que o prefeito esconda-se atrás de um slogan mentiroso – prefeitura moderna e solidária –, quando na verdade ele age de forma atrasada, violenta e antidemocrática.
Esta é a terceira vez que a administração municipal reprime manifestantes na luta pela melhoria do transporte coletivo. A primeira foi 04 de outubro de 2005 (próximo da prefeitura) e a segunda foi na véspera do Carnaval (em frente à Secretaria de Transporte).
Mas esse tipo de atitude reacionária da administração Wilson Santos não nos intimidará. Ao contrário, só nos fará promover mais ações em prol da ampliação do passe livre, da melhoria da qualidade do transporte e da redução da tarifa.
*** O povo na rua, a luta continua!
Subscrevem este documento em apoio à luta do transporte e em repúdio à postura reacionária da prefeitura de Cuiabá os seguintes movimentos e entidades: CLTP, DCE/UFMT, União Nacional dos Estudantes, União Estadual dos Estudantes, União Brasileira dos Estudantes, Centro Burnier.
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Comentário de Raoni Pedroso Ricci (raoniricci@hotamail.com.br) Em 25/08/2006, 12h00
Os absurdos
Realmente é um absurdo a tarifa de R$ 1,85, assim como o descaso da prefeitura com a classe estudantil. Agora, promover o quebra-quebra como forma de protesto é mais absurdo ainda. Dessa forma nossos anceios nunca serão levados à sério! O episódio dos vidros quebrados na prefeitura só mostra que mesmo lutando juntos deixamos, alguns aspectos, a desorganização influir no resultado de nossas ações. Quebra-quebra não leva a lugar nunhum.