Do lado de fora do palácio, Lula era a cara da decadência 13/05/2016
- Blog de Reinaldo Azevedo - Veja.com
Às portas do Palácio do Planalto, Lula parecia pra lá de Marrakesh. Estava aéreo, bateu palma poucas vezes, os olhos estavam injetados. Havia ansiolítico ali. Compreensível! Via desmoronar o poder petista, concebido para ser eterno.
Há muito o PT já é também poder, não apenas projeto. Na cabeça dos valentes, no entanto, a obra só se completaria com o extermínio dos adversários. E, no entanto, acontece isso que se vê.
Cumpre lembrar: o PT quebrou as pernas do DEM, emparedava o PSDB e já se preparava para se voltar contra o PMDB, o seu mais importante aliado adversário, e até contra os evangélicos, com os quais pretendia disputar “fiéis”.
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Deu tudo errado. Antes que o PT desse consequência a seus delírios totalitários, que vinham consubstanciados numa proposta absurda de reforma política, a economia começou a desandar.
Ou melhor: a fortuna bilionária de todos os erros começou a cobrar a sua fatura. E veio à luz, então, a Lava Jato.
As crises econômica e política de conjugaram, e a real natureza do PT se revelou como nunca antes na história “destepaiz”.
Mais uma vez, os petistas resolveram usar a sua arma nada secreta: Lula.
A presidente agora afastada teve o topete de nomear ministro o seu antecessor, que, dias antes, submetido a uma condução coercitiva, ameaçou a todos com a “vingança da jararaca”.
Antes mesmo do ato de nomeação, Lula procurou as autoridades de Brasília e manteve reuniões a portas fechadas, conspirando abertamente contra a Lava Jato e os fundamentos da República.
Tendo sido impedido de tomar posse pelo Supremo, Lula acoitou-se num quarto de hotel e passou a se comportar como o virtual dono da República. Cargos eram negociados no seu feirão.
Os petistas saíam aos quatro ventos: “Agora, sim, tudo vai mudar. Afinal, Lula está no comando”.
A verdade que se viu foi bem outra: a nomeação do chefão, pouco depois de conversas escabrosas terem ido ao ar, implicavam um claro desafio ao Ministério Público e à Polícia Federal.
O termo de posse que Dilma antecipou àquele que seria seu ministro expôs, de maneira cabal, o que merece o nome de conspiração e se caracteriza como “obstrução da Justiça”.
Isso tudo explica aquela cara de Lula. Já houve um tempo em que todas as besteiras que dizia viravam lei. Desta feita, bateu no peito, disse que fazia e acontecia e deu com os burros n’água.
Aquela cara à porta do Palácio era a cara da decadência, de quem não entendeu até agora as regras da democracia.