Ministro quer restringir uso de bebida alcoólica 06/06/2016
- Andreza Matais e Marcelo de Moraes* - Coluna do Estadão
No comando das políticas sociais do governo Temer e com liberdade de atuação, o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, diz que irá substituir representantes da sua pasta que participam de discussões sobre políticas antidrogas por outros que tenham uma posição contrária a legalização de entorpecentes.
Médico, Terra diz que o governo Dilma foi omisso nessa questão, aponta uma epidemia no país, e defende “toda restrição que puder” para o consumo de bebida alcoólica. “Voltou a ter álcool nos estádios de futebol”, condena. Sobre o Bolsa Família, ele garantiu reajuste para este ano.
INSS no MDS
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Está tendo um boato de que a gente vai descaracterizar o INSS. Não vai. Nem vamos acabar com as atribuições que ele tem hoje. O INSS pode nos ajudar em outras questões da área social sem perder as características de seu trabalho.
Estrutura do ministério
O presidente Temer considera essa área estratégica. Não vai ter corte aqui. Mas vou trocar todos os conselheiros porque há uma mudança de visão política. No conselho sobre drogas, por exemplo, o pessoal que está lá representando o ministério quer liberar a droga. É incompatível com a orientação desse ministério.
Drogas e álcool
Sou a favor de um maior rigor contra as drogas. Não sou a favor da liberação. Estamos com uma epidemia. O governo Dilma foi omisso nessa questão. Quanto ao álcool, deve se restringir de toda maneira que se puder. Tem quer ter regras de restrição. Voltou a ter álcool em estádios de futebol. Quando foi proibido, reduziu significativamente os casos de violência. Se a pasta da Justiça fizer uma política adequada temos que ajudar.
Bolsa Família
Era um programa que tinha 3 milhões de famílias em 2003 e hoje tem 14 milhões. Isso vai na contramão do discurso do PT de que reduziu a pobreza. Você ter 14 milhões de família que dependem de R$ 160, em média, para não cair na extrema pobreza, então você não reduziu a pobreza.
Reajuste na crise
Faz dois anos que o Bolsa Família não tem reajuste. Já conversei com o ministro da Fazenda e com o presidente Michel Temer de ter um reajuste neste ano. Temos que fazer isso. Vai ser impossível repor toda a inflação, mas, pelo menos, deve ser uma reposição acima da inflação do ano que passou e tentaremos recuperar em reajustes futuros.
Pobreza eleitoral
O PT diz ser o único defensor dos pobres. Não é. Nunca foi. Pelo contrário. Com o desastre que eles promoveram na economia, estão sendo os padrastos dos pobres. A herança mais negativa do governo foi o desastre na economia.
Porta de saída
O PT trabalhou com o conceito de manter tudo como está e ajudar as pessoas a não passar fome do que transformar as famílias mais pobres para elas terem a própria renda. Isso não foi estimulado. Nós vamos fazer um grande mutirão em cada município para ver o que tem lá de possibilidade de emprego. Também ajudar a pessoa que já está trabalhando dentro de uma empresa a melhorar seu desempenho.
Crédito para baixa renda
Queremos ter um microcrédito mais flexível. Atualmente, o BB e a Caixa oferecem crédito para quem já é um microempresário. Não para quem vai deixar de ser pobre para ser microempresário. As pessoas não conseguem dar as garantias. A honestidade é uma regra para a imensa maioria das pessoas, principalmente as pessoas pobres são honestas.
Reajuste para servidores
Foi uma sinalização que Michel fez de que ele não está querendo sacrificar o funcionário público para fazer o ajuste fiscal. Seria muito ruim que o agravamento da situação do funcionalismo se voltasse agora contra o governo do Michel. Ele não tem culpa disso. Depois disso, ele não vai mais fazer concessão nenhuma.
Governo x Lava Jato
Se nós não dermos exemplo e apoiarmos a Lava Jato estamos perdendo o respeito da população. Quem tiver qualquer problema tem que se explicar.