DE PARTIDA, DILMA OPTOU PELA MORTE DO CÃO NEGO 10/09/2016
- CLÁUDIO HUMBERTO - DIÁRIO DO PODER
A pergunta não se calava em Brasília desde a partida da ex-presidente Dilma Rousseff para Porto Alegre: “Cadê ‘Nego’?”
Era referência ao cão da raça labrador que ela ganhou do ex-ministro José Dirceu ao assumir a Casa Civil no governo Lula.
Ontem, a assessoria de Dilma confirmou: “Nego” foi morto (ou “sacrificado”), por opção da ex-presidente cassada, sob a alegação que estava “muito velho e doente”.
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CONSTERNAÇÃO
O clima dos funcionários do Palácio Alvorada é de consternação e revolta, com a morte de “Nego” com cinco injeções.
NÃO PRECISAVA MATAR
Afeiçoados ao dócil labrador, funcionários do Alvorada afirmam que “Nego” tinha condições de sobrevida digna, até sua morte natural.
CÃO DESCARTÁVEL
Esperava-se no Alvorada que Dilma levasse “Nego” com ela para Porto Alegre, mas isso teria sido desaconselhado pelo veterinário.
O QUE ERA RUIM, PIOROU
Ao ordenar o “sacrifício” de “Nego”, Dilma só fez piorar a sua imagem já muito negativa junto aos funcionários do Alvorada.
GOVERNO SUSPEITA DO JUÍZO DO EX-CHEFE DA AGU
No Planalto e no Congresso são frequentes insinuações sobre o juízo do ex-chefe da Advocacia Geral da União (AGU) Fábio Osório Medina. Após ser demitido pelo presidente Michel Temer, ele acusou o governo de tentar “abafar a Lava Jato”, afirmando que perdeu o cargo por pretender investigar a participação de membros do atual governo no roubo à Petrobras. Só há um detalhe: a AGU não é órgão investigativo.
CARTEIRADA NO HISTÓRICO
O ex-AGU Fábio Medina foi acusado de protagonizar maluquices como “carteirada” para usar jatinho e tomar iniciativas sem consultar Temer.
EX-AGU NÃO ERA UM "RP"
Além da acusação de se indispor com subordinados, Medina também não teria conseguido manter boas relações com ministros do STF.
ATO FINAL RUIDOSO
Fábio Medina descompensou quando recebeu pelo ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) o recado de Michel Temer decidira demiti-lo.
JUÍZO FISCAL
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), relator da proposta do limite de gastos públicos, destaca a importância do ajuste fiscal do governo. “Ou é o ajuste fiscal ou o dia do juízo fiscal”, avalia.
TÁTICAS PARECIDAS
O deputado Daniel Coelho (PSDB-PE) compara Eduardo Cunha ao ex-presidente Lula. “Ambos agridem a Justiça, tentam desqualificar as investigações e subestimam a inteligência dos brasileiros”.
SEPARADAS POR UMA DÉCADA
Mais de uma década depois, o Supremo Tribunal Federal empossará uma mulher, ministra Cármen Lúcia, na sua presidência, segunda (12). Em 2006, Ellen Gracie foi a primeira da História a ocupar o cargo.
PATROCÍNIO
A Caixa fechou patrocínio com o Botafogo. Agora, no Rio, só falta o Fluminense, entre os quatro grandes. O Botafogo terá R$ 12 milhões por ano. Corinthians, R$ 30 milhões e Flamengo R$ 25 milhões.
SÓ VENDO PARA CRER
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) não acredita que a cassação de Eduardo Cunha esteja resolvida. “Só vou ter a convicção (da cassação) quando tiver a apuração do resultado”, afirma.
NOS BASTIDORES...
Os candidatos às presidências do Senado e da Câmara aproveitam os holofotes voltados para a cassação de Eduardo Cunha. Ideia é costurar as alianças enquanto o foco das denúncias é o peemedebista.
SEM JURIDIQUÊS
Com linguagem simples e didática, o Manual Esquemático das Eleições 2016, do mestre em Direito Constitucional e doutor em Direito do Estado Erick Wilson Pereira, é item obrigatório de consultas sobre as novas regras eleitorais, aliás, muito peculiares.
EM CIMA DO MURO
Candidato a presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) procurou agradar as duas forças do PMDB. Absteve-se no fatiamento do impeachment, afagando Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR).
PENSANDO BEM...
...a vinte dias das eleições, o principal tema na política brasileira é... a cassação de Eduardo Cunha.