RENAN INAUGURA NO STF A POLITIZAÇÃO DO JUDICIÁRIO 08/12/2016
- CLÁUDIO HUMBERTO - DIÁRIO DO PODER
Se o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado foi um ato de “judicialização da política”, como definem no Congresso as sentenças envolvendo parlamentares, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de desautorizar um dos seus ministros, desrespeitado e até insultado na véspera pelo próprio senador, indica a “politização do Judiciário”. Um “acordão” manteve Renan na presidência do Senado.
ESTAVA ESCRITO
A suspeita de “acordão” surgiu quando o ministro Celso de Mello foi o primeiro a votar. Como decano, ele é sempre o último a votar.
PUBLICIDADE
SEGUINDO O MESTRE
Quando Celso de Mello propôs a manutenção de Renan na presidência do Senado, outros ministros se sentiram encorajados a seguir seu voto.
ACORDÃO COM ASSESSORIA
Já pela manhã, para preparar o ambiente, o STF antecipou a jornalistas amigos que os ministros manteriam Renan na presidência do Senado.
ARMAÇÃO SUPRAPARTIDÁRIA
Fontes ligadas ao STF garantem que participaram da armação pró-Renan políticos do PSDB, PMDB e PT, e até o Palácio do Planalto.
"TRABALHO EM CASA" ABRE PORTA À MALANDRAGEM
O Teletrabalho, criado por portaria do Ministério do Desenvolvimento (MDIC), pode abrir portas a mais uma malandragem no setor público.
Pelo programa, os servidores poderão trabalhar em casa, como na iniciativa privada. Mas nas empresas privadas, isso é condicionado ao cumprimento de metas e a ganhos de produtividade.
Mas, na vida como ela é no serviço público brasileiro, a suspeita é que o novo sistema foi feito sob medida para premiar os “preferidos” das chefias.
BANDA VOOU
No MDIC, servidores apadrinhados se preparam para mudar de cidade, e ao menos dois já decidiram viver no exterior, “trabalhando em casa”.
MINISTÉRIO É UMA MÃE
Além de dispensar servidores do registro de ponto, o MDIC ficará proibido de exigir a presença deles mais de uma vez a cada 15 dias.
MOLEZA REMUNERADA
Processos que podem ser feitos em 2 dias consomem hoje 20 dias. O MDIC fez a “média” e, em casa, servidor poderão fazê-los em 15 dias.
TUCANOS NA OPERAÇÃO
No Supremo Tribunal Federal informa-se que o “acordão” para salvar Renan foi pilotado por vários políticos, incluindo os senadores tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia, ambos de Minas Gerais.
IRONIA DE MINISTRO
Logo após a sessão de ontem do STF, o ministro Marco Aurélio foi convidado a conceder entrevista à rádio Bandeirantes, mas ele declinou se utilizando de ironia:
“Procure o ministro Celso de Mello...”. Ele se referia ao ministro que liderou a derrota da sua liminar.
PRISÃO DOMICILIAR
Após a decisão que livrou Renan da perda da presidência do Senado, políticos já tentam articular no STF a prisão domiciliar para Eduardo Cunha, que ainda se encontra preso em Curitiba.
POLÍTICA EM CONVULSÃO
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) acredita que a política brasileira "está em convulsão". Segundo ele, a saída é proteger o presidente Michel Temer. "Não há outro caminho", assegura.
BIRRA
A Defensoria Pública da União acusa o ministro Dyogo de Oliveira (Planejamento) de “birra” com eles. Dizem que o ministro até mesmo recusou audiência com o defensor-geral, Carlos Paz.
INTERNACIONAL
O juiz Sérgio Moro é celebridade também em Montevidéu, Uruguai. Os uruguaios não conseguem citar de memória o nome de qualquer político brasileiro. Mas todos sabem quem é o juiz da Lava Jato.
LANTERNA NA POPA
O eventual substituto de Renan Calheiros na presidência do Senado, Jorge Viana (PT-AC), a qualquer momento pode virar réu no STF pelos crimes de sonegação, improbidade, abuso de poder político etc.
LUCRO INCESSANTE
Sempre que há manifestações de taxistas em Brasília, como esta semana, para pressionar a Câmara a negar ao cidadão o direito de escolher como será transportado, os Uber faturam muito na capital.
PENSANDO BEM...
...o STF decidiu que Renan Calheiros não tem a ficha suficientemente limpa para presidir a República, mas para presidir o Senado, vá lá.