A meritíssima saída 25/12/2016
- Carlos Brickmann - www.chumbogordo.com.br
É cedo, muito cedo; pesquisa eleitoral, tantos anos antes de uma eleição, é mais adivinhação do que previsão.
Celso Russomanno e Paulo Maluf cansaram de disparar na frente e perder o fôlego em campanhas por cargos majoritários.
Mas a pesquisa, embora longe de indicar um favorito, é ótima para avaliar a atual situação de cada possível candidato.
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Neste momento, quem dispara na pesquisa do Instituto Ipsos é o juiz Sérgio Moro.
Moro é aprovado por 66% da população, e rejeitado por 22% – isso apesar da campanha feroz que o PT, os advogados do ex-presidente Lula e o próprio Lula movem contra ele, considerando-o parcial.
Há ataques mais graves de alguns setores, que o acusam de investigar a corrupção com o objetivo de prejudicar a Petrobras e as grandes empreiteiras, em benefício de multinacionais concorrentes que buscam o mercado brasileiro.
Até agora, as acusações não pegaram no juiz, que vai ganhando prestígio.
A primeira pesquisa do Ipsos sobre a popularidade de Moro se realizou em setembro do ano passado.
Na ocasião, Moro tinha 10% de aprovação, e era desconhecido por 56% dos entrevistados.
Em pouco mais de um ano, seu índice de aprovação se multiplicou por 6,6, um desempenho impressionante.
Em junho, superava outro super-herói nacional, o ministro aposentado Joaquim Barbosa, por 55 a 52.
De junho para cá, cresceu mais.
Será Moro candidato?
Será candidato forte?
Melhor ouvir a Mãe Dinah.
TEMER, NÃO...
O presidente Michel Temer tem números ruins: as pesquisas CNI-Ibope (46%), Datafolha (45%) e CUT-Vox Populi (55%) mostraram como cresce a rejeição a seu Governo.
O Datafolha pesquisou também a taxa de rejeição de Lula (44%), e concluiu que o presidente e o ex-presidente estão tecnicamente empatados no número de eleitores que não votariam neles de jeito nenhum, caso sejam ambos candidatos nas eleições de 2018.
O detalhe: os três institutos indicam quedas de prestígio semelhantes.
Os números podem diferir um pouco, mas sinalizam idêntica fraqueza política.
...NÃO.
O resultado mais dramático é o do Instituto Ipsos: 77%.
Com esse número, Temer será o presidente da República mais mal visto pelos eleitores desde que se iniciaram as pesquisas sobre esse tema – um presidente pior até do que Dilma Rousseff.
O número negativo disparou logo após o vazamento das delações da Odebrecht, em que é citado.
...SIM...
Mas as medidas econômicas anunciadas na quinta-feira foram bem recebidas por empresários e especialistas.
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra Martins Filho, disse que as mudanças nas leis trabalhistas deixarão a Justiça mais tranquila e segura.
“Quando a lei é clara é mais fácil trabalhar”.
O presidente do TST acredita que não haverá quaisquer prejuízos jurídicos para os assalariados.
“A cada direito flexibilizado, há uma vantagem compensatória para o trabalhador”.
A CUT será contra, pois o Governo não é do PT.
O trabalho é convencer as outras centrais sindicais a tomar posição a favor, ou de esperar para ver.
...SIM
Um fato é inegável: ao que tudo indica, Temer só deixará a Presidência se quiser.
Tem uma tremenda maioria parlamentar, capaz de barrar qualquer iniciativa contra ele.
Pode ser que o Tribunal Superior Eleitoral conclua que as irregularidades cometidas por Dilma na campanha eleitoral o atingem, como seu companheiro de chapa, e decida cassar seu mandato.
Nesse caso, disse Temer, no café da manhã com jornalistas, em Brasília, entrará na Justiça com recursos contra a decisão – todos os recursos possíveis.
A partir de domingo que vem, restar-lhe-ão dois anos de mandato; e, diz a Constituição, se ele deixar o cargo, o substituto será escolhido em eleição indireta.
Podem tentar afastá-lo como vingança, uma compensação pela queda de Dilma, mas ninguém vai ganhar nada com isso.
...SIM!
A inflação, que caminhava para dois algarismos pelo segundo ano consecutivo, deve ficar pouco acima da margem superior da meta: 6,6%.
Boa parte dessa queda, claro, se deve à crise econômica.
Mas o eleitor sente no bolso a queda da inflação, e pode voltar-se a favor do Governo.
BRINCANDO NO BOLSO...
O Governo autorizou as empresas aéreas a cobrar as bagagens embarcadas.
Explicaram que isso é ótimo porque permitirá reduzir a tarifa de quem não despacha bagagem.
Alguém topa apostar com esta coluna?
Michel Temer diz que as novas medidas econômicas talvez não tenham efeito imediato, mas a médio prazo, todos verão, serão ótimas.
...DOS OUTROS
Nos dois casos, o Governo diz que tudo vai melhorar, só que mais tarde.