capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/09/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.754.452 pageviews  

Guia Oficial do Puxa-Saco Pra quem adora release...

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Queimando a libido
31/12/2016 - RUY CASTRO* - FOLHA DE S.PAULO

Os 60 anos da estreia em São Paulo de "Ao Balanço das Horas", primeiro filme a mostrar "a dança selvagem do rock and roll", em dezembro de 1956, tornam hoje deliciosas as reportagens a respeito nos jornais da época.

Segundo estes, houve "cenas deprimentes" num cinema da rua Augusta, com os jovens batendo os pés, dançando nas cadeiras, quebrando tudo e desafiando a polícia, para a qual a plateia tinha de se comportar como se assistisse a "A Dama e o Vagabundo".

Não era algo espontâneo. O filme vinha provocando essa reação desde seu lançamento nos EUA, oito meses antes, estimulada pelos produtores, e cada cidade tentava se superar em tumulto. Um delegado paulistano colaborou subindo a censura do filme, de 14 para 18 anos — na Finlândia, era 8. Ao assisti-lo hoje, você concordará com os finlandeses.


PUBLICIDADE


"Ao Balanço das Horas" existe em DVD no Brasil. É um humilde filme C — seu diretor, Fred Sears, fazia os faroestes do Durango Kid. Dura 77 minutos, metade deles música.

Bill Haley e seus Cometas tocam oito números, entre os quais "Rock Around the Clock" (já estourado na trilha de "Sementes de Violência", um ano antes), "See You Later, Aligator" e "Razzle-Dazzle". Tudo em ostensivo playback.

O simpático Haley tinha 30 anos, era cego de um olho, usava um pega-rapaz na testa e já começara sua carreira de pai extremado — dez filhos!

O melhor de sua música era a forte marcação rítmica, que realmente convidava a dançar, e o saxofonista Rudy Pompilli.

Mas Haley foi apenas o primeiro branco a se dar bem com o rhythm and blues que os negros já tocavam, só que agora chamado de rock and roll.

Quanto àquela dança acrobática, era também o mesmo jitterbug que já vinha das big bands dos anos 30 e 40, e não era para qualquer um. Mas servia para os meninos queimarem a libido.


...

*É escritor e jornalista. Considerado um dos maiores biógrafos brasileiros, escreveu sobre Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda.

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques