capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 12/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.898.708 pageviews  

MT Cards Que tal mostrar a cara de Mato Grosso?

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

A vicejante grama do vizinho
07/01/2017

Desde a crise econômica global de 2008, o Paraguai vem, ano a ano, solidificando-se como uma das economias mais confiáveis da América Latina.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta um crescimento de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2016.

Para este ano, há mínima variação na projeção, com o indicador estimado em 3,6%.


PUBLICIDADE


São números bastante eloquentes, sobretudo quando comparados ao PIB projetado pelo Fundo para outros países da região no biênio 2016-2017, como Brasil (-3,5% e 0,5%), Argentina (-1,8% e 2,7%), Chile (1,7% e 2,0%), Colômbia (2,2% e 2,7%) e Uruguai (0,1% e 1,2%).

Isso ocorre por causa da adoção de exitosas políticas fiscal e monetária, de um rigoroso controle da inflação e da aprovação de uma agenda de reformas que incluiu a modernização das legislações trabalhista e tributária.

Este pacote tem atraído um número cada vez maior de investimentos estrangeiros para o país, notadamente após a eleição do presidente Horacio Cartes, do Partido Colorado, em abril de 2013.

Cartes – dono de um conglomerado de empresas e um dos homens mais ricos do país – elegeu o combate ao desemprego como uma das marcas de seu governo.

Como informa a reportagem de Fernando Scheller publicada no Estado, mais de 70% da população de 6,8 milhões de habitantes têm menos de 30 anos e grande parte deste jovem contingente atua na economia informal.

Mas não apenas as medidas econômicas recentes têm feito vicejar o boom paraguaio.

Um dos mais eficazes instrumentos de atração de investimentos externos é a chamada Lei de Maquila, de 1997.

A lei isenta do pagamento de imposto sobre remessas ao exterior todas as empresas estrangeiras que transferirem para o Paraguai as suas linhas de produção, exportando 100% dos bens produzidos no país.

Estas empresas ficam obrigadas a recolher apenas 1% de imposto sobre o valor agregado (IVA).

Os investidores contam ainda com a isenção do imposto sobre importação de bens de produção, o que permite a transferência de um parque industrial inteiro para o Paraguai sem a necessidade de reinvestimento em maquinário.

Além deste atrativo tributário, as empresas interessadas em investir no país são estimuladas pelos baixos custos de mão de obra e de energia elétrica.

Sócio do Brasil na Usina de Itaipu, o país produz mais energia do que sua demanda interna, o que explica o baixo custo do insumo para as empresas.

O Brasil – que registrou número recorde de desempregados no final do ano passado, de 12,132 milhões de pessoas – já responde por dois terços dos investimentos estrangeiros naquele país, segundo o Foro Brasil-Paraguai.

Tamanha concentração de investimentos oriundos de uma economia ainda debilitada tem sido apontada pelo FMI como um possível risco à manutenção do crescimento paraguaio, não obstante a estrita observância aos fundamentos macroeconômicos no país.

De fato, o volume de investimentos brasileiros no Paraguai em 2015 e 2016 manteve-se estável, na casa dos US$ 34 milhões. Muito longe, contudo, dos US$ 71,3 milhões investidos em 2014. Um claro reflexo da crise brasileira sobre a economia vizinha.

O ajuste da economia paraguaia não é fruto de nenhuma receita mirabolante.

Como um irmão menor que é mais dedicado aos estudos e às tarefas de casa, o Paraguai deve servir de inspiração a seus vizinhos – principalmente Brasil e Argentina – por encampar uma resoluta observância aos fundamentos macroeconômicos e dar andamento a reformas estruturais, sobretudo trabalhista, previdenciária e tributária, de modo a atrair investimentos, gerar empregos, estimular a produção de bens de valor agregado e proteger sua economia das intempéries internacionais a que estão sujeitos os países marcados pela mera exportação de commodities.

Não é possível antever até quando a economia paraguaia se sustentará no atual estágio.

Entretanto, mantida a política atual de respeito aos fundamentos macroeconômicos, a debacle, caso ocorra, terá sido por fatores externos.


  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques