Engatando a primeira marcha 18/01/2017
- SONIA RACY - O ESTADO DE S.PAULO
O clima em Davos está favorável ao Brasil. “Não tenho dúvidas de que o interesse pelo País vai aumentar após esse encontro do World Economic Forum, consequência das notícias positivas aqui divulgadas pela nossa delegação”, apostou ontem, direto da Suíça, Roberto Setubal, do Itaú.
Segundo ele, em conversa com a coluna, há bastante interesse pelo País. “Havia um certo desconhecimento dos progressos conseguidos, que ao serem anunciados surpreendem muito positivamente”, relata. Entre as surpresas positivas estão a aprovação da PEC do teto de gastos, a proposta de reforma da Previdência e o controle da inflação.
Entretanto, no ver do experiente banqueiro — tradicional presença do evento criado por Klaus Schwab em 1971 –, existem ainda preocupações com “o baixo crescimento e cenário político incerto”. Semana passada, esta coluna também registrou um maior otimismo de Luiz Trabuco, do Bradesco, e José Olympio Pereira, do Crédit Suisse.
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SINTONIA FINA
O Itaú foi ontem anfitrião de almoço para investidores estrangeiros que participam do Fórum de Davos. Discursaram, ali, Henrique Meirelles, da Fazenda, e Ilan Goldfajn, do BC. Como era de se esperar, segundo fonte da coluna, nenhuma revelação nova.
Houve, sim, explicações sobre avanços no País e grande sintonia entre Fazenda e BC. “Coisa rara na história do Brasil”.
"DIQUERDA E ESREITA"
Mas o astro do dia no WEF foi…o presidente chinês. Xi Jinping. Que acabou sinalizando que o mundo vive uma ambiguidade na qual a palavra de ordem é o pragmatismo, ao defender a globalização e o livre mercado. Xi se esmerou ao citar frases de Charles Dickens – essencialmente, um autor da revolução industrial na Inglaterra – no início do século 19.
"DIQUERDA"
Quem diria: a China, país autoritário e controlado, defendendo a globalização e o livre comércio, enquanto Donald Trump briga para fechar as porteiras dos EUA – país que é o símbolo máximo do mercado livre. “O Brasil tem que ser também pragmático”, avalia diretor de banco presente à palestra, feita em auditório totalmente lotado, apesar do espaço para 3 mil pessoas.
GRAFITES
Quanto à polêmica de apagar os grafites da cidade, André Sturm informou que, além de criar um galpão – que funcionará como centro de capacitação para grafiteiros –, a Prefeitura vai mapear locais selecionados para receber grafites, e autorizá-los por editais.
Normal
Cripta Djan, um dos pichadores mais conhecidos de SP, não se incomodou com o anúncio de Doria contra as pichos e grafites.
“Não é novidade, vários outros prefeitos já fizeram isso. Não tem muita diferença, a não ser esse circo midiático que o prefeito faz. Já somos criminosos perante a lei”, disse Djan à coluna.
DIÁLOGO
Em reunião com bibliotecários da cidade, anteontem, André Sturm esclareceu: não há projetos de privatização das bibliotecas paulistanas. O modelo de gestão via organizações sociais, garantiu, “é uma possibilidade ainda a ser estudada”.
DIÁLOGO - 2
À coluna, o secretário da Cultura detalhou: “É preciso rever o modelo de OS existente, fazer um acompanhamento antes de qualquer implantação”. E disse que considera as bibliotecas uma prioridade da sua gestão, que vai visitá-las pessoalmente e que tem planos de abri-las à noite e aos domingos.
350 NA MESA
Está chegando ao fim um dos casamentos mais badalados dos últimos anos. Ele, new empresário mais que conhecido. Ela, rosto da TV. Há quem jure o acordo judicial deve ultrapassar, e muito, qualquer imaginação.
"DICUMENTO"
Até aqui de livre acesso à população, a Câmara de Vereadores passará a pedir documento de identidade na entrada do prédio. A intenção é reforçar a segurança após aumento dos casos de furto e depredação.
Persistência
Aliás, a Câmara decidiu: vai até ao STF para conseguir o aumento dos vereadores.
HORA DE CONVERGIR
Temer é constitucionalista. Cármen Lúcia é constitucionalista e Alexandre de Moraes também. “Use esse trunfo triplo”, sugeriu ao presidente o ex-STF Carlos Ayres Britto, segundo relatou à coluna, lembrando ser a Constituição a “fonte do direito”.
Para quê? Para fugir ao “tiroteio de opiniões” e consertar o caos nos presídios. Este foi o único momento, segundo o ex-ministro do STF, em que se mencionou o nome da presidente do Supremo. “E foi por minha iniciativa”.