capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 23/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.927.594 pageviews  

Tema Livre Só pra quem tem opinião. E “güenta” o tranco

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

A maldição da Copa de 2014
06/02/2017 - O ESTADO DE S.PAULO

Em tempo recorde, após apenas dois anos em obras, o Estádio Municipal do Maracanã foi inaugurado em 16 de junho de 1950, com capacidade para 200 mil pessoas, ou 10% da população do Rio de Janeiro à época, para sediar os jogos de abertura e final do primeiro Mundial de Futebol no Brasil. Era chamado de “o maior do mundo” até 2014.

Demolido para a construção em seu lugar de uma arena dentro das especificações da entidade privada que promove os torneios, foi encolhido para 78.838 lugares, ao custo de R$ 1,346 bilhão.

Construído pela prefeitura, administrado pelo Estado e há três anos concedido a um consórcio formado pela empreiteira Odebrecht, pela empresa IMX, de Eike Batista – ambas investigadas por corrupção pela Operação Lava Jato –, e pela AEG, construtora e administradora de estádios com sede nos EUA, hoje está abandonado.


PUBLICIDADE


Após emprestá-lo ao Comitê Organizador da Rio 2016 para abrigar a última partida e o espetáculo de encerramento da Olimpíada, o consórcio concessionário tenta devolvê-lo ao Estado.

Mas este não o aceita pela impossibilidade de uso para quaisquer fins: partidas de futebol ou espetáculos musicais.

Sem segurança, de lá foram roubados de televisores ao busto do jornalista que lhe emprestou o nome, Mário Filho. Já teve cortada a luz, que não foi paga.

Este é o caso mais notório, porque se trata da mais importante e famosa praça de esportes do País, mas não o único exemplo de fabuloso desperdício do erário a serviço da corrupção, da demagogia e do descaso com o dinheiro e com negócios públicos.

Reportagem de Gonçalo Júnior, publicada recentemente no Estadão, revela o desmantelo generalizado e o despautério do “legado” de uma Copa propagandeada como motivo de orgulho nacional e tornada o símbolo da má gestão, do superfaturamento das despesas e da falta generalizada de decoro.

Segundo Gonçalo Júnior, “as arenas ainda enfrentam um problema adicional visível pela televisão. Quando as partidas são realizadas, elas ficam vazias, pois são muito grandes para a realidade local.

No ano passado, 70% dos lugares da Copa ficaram desocupados. Sete dos 12 estádios tiveram ocupação menor do que 30%”.

Dessas arenas, três recorrem a estratégias para diminuir o prejuízo por causa do baixo número de partidas nos últimos dois anos.

A Arena Amazônia, em Manaus, não cobra aluguel dos jogos nela disputados, por faltarem aos clubes amazonenses mínimas condições financeiras.

O Estado não paga aos servidores que trabalham para a realização dos jogos.

Na final do campeonato amazonense de futebol, 1.574 pessoas deixaram em suas bilheterias uma renda de R$ 17.580.

Gestores da Arena Pantanal, em Cuiabá – que tem custo mensal médio de R$ 700 mil, fatura R$ 70 mil e registra, portanto, enormes prejuízos –, pedem socorro à CBF e ao governo federal.

Desde o ano passado, na Arena Mané Garrincha, em Brasília, só foram disputados três jogos pelo campeonato distrital.

A arena, que custou R$ 1,6 bilhão, a mais cara das novas praças desportivas, dá um prejuízo de R$ 500 mil por mês, mesmo economizando aluguel do governo, por alojar duas repartições do Distrito Federal.

Jaime Recena, secretário de Turismo distrital, ironiza as dificuldades para administrar a arena: “O nosso espaço é um elefante, mas não é branco, não. Ele está corado”.

Uma exceção é o Mineirão, onde foram arrecadados R$ 18 milhões em 43 jogos, um aumento de 35% na comparação de 2016 com 2015, com a exploração comercial de jogos e uso para shows musicais.

Outro caso típico dessas arenas é a do Corinthians, em Itaquera, sempre lotada em partidas do time da casa, que deve R$ 800 milhões à Odebrecht, que a construiu, e ao BNDES, banco público que a financiou.

A esperança dos gestores que não sabem o que fazer com as outras dez arenas, construídas a peso de ouro e sem uso algum, é interessar investidores privados por elas.

O exemplo do Maracanã, contudo, mostra que isso não passa de uma amarga ilusão.


  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques