Temer tem pressa para anunciar o nome do novo Ministro da Justiça e da Segurança Pública 08/02/2017
Acossado por jornalistas, de manhã, no Palácio do Planalto, e à tarde no Palácio do Itamaraty onde ofereceu um almoço ao seu colega argentino Maurício Macri, o presidente Michel Temer falou rapidamente sobre o processo de escolha do sucessor de Alexandre de Moraes no Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Moraes foi indicado para a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF).
Primeiro, Temer disse que o processo demoraria “dias”. Depois, que demoraria “muitos dias”. A outros interlocutores, ele tem dito que não tem pressa para escolher o novo ministro porque somente no fim do mês o Senado deverá aprovar o nome de Moraes para o STF. Não é bem assim. Temer quer surpreender o país com a escolha rápida do sucessor de Moraes. Ela poderá estar concluída antes do fim desta semana.
Mais do que isso: se tudo correr bem, como ele deseja, o anúncio do nome poderá ser feito até o próximo sábado ou mesmo antes. Isso significa que Temer já se fixou em poucos nomes para pôr no cargo. Trata-se agora de examiná-los em conjunto com seus principais conselheiros, mandar sondá-los e fazer sua escolha. “Será uma escolha pessoal. O ministro da Justiça é muito importante”, comentou.
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Por pessoal, não se imagine que ele escolherá um nome sem levar em conta a opinião dos partidos que apoiam o governo, se não de todos porque são muitos, mas daqueles mais expressivos. Certamente não nomeará ninguém que possa lhe criar embaraços com o Congresso. De resto, Temer havia prometido nomear para a vaga de Teori alguém com um perfil “essencialmente técnico” e à altura dele. Moraes carece de tais atributos.
Não basta que o próximo ministro seja um jurista ou advogado de peso. É preciso também que ele saiba lidar com os problemas da área da Segurança Pública, seja por já ter exercido algum cargo que lhe deu tal experiência, ou por ter acumulado conhecimentos a respeito. Ao contrário dos presidentes que o antecederam, Temer está convencido de que deve encarar a tragédia do sistema carcerário nacional e da violência urbana.
O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, amigo de mais de 30 anos de Temer, é um jurista de peso e foi Secretário de Segurança Pública de São Paulo. Temer sente-se em dívida com ele porque cogitou nomeá-lo Ministro da Justiça em abril último e depois Ministro da Defesa. Mariz ficou de fora do governo por ter dado uma entrevista onde criticou a Lava Jato e disse que a Polícia Federal não deveria cuidar apenas de corrupção.
Temer receia que a oposição ao nome de Mariz volte a se manifestar no Congresso e fora dele se o escolher para o lugar de Moraes. Mas ainda não descartou seu nome.