capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 23/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.938.063 pageviews  

Hoje na História Saiba tudo que aconteceu na data de hoje.

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

A concorrência no mercado de combustíveis
25/02/2017 - ADRIANO PIRES*

O mercado de combustíveis passou por três importantes fases nos últimos anos.

Na década de 1990, um processo de desregulamentação mal conduzido levou ao surgimento de uma grande quantidade de distribuidoras e de redes de revendedores, muitas das quais só sobreviviam em função da sonegação e da adulteração de combustível.

Dentro deste contexto conturbado teve início uma competição desleal e surgiu uma quantidade expressiva de agentes irregulares.


PUBLICIDADE


A segunda fase veio com a Lei n.º 9.478/97, que consolidou o marco regulatório no setor de combustíveis e iniciou a correção das distorções.

O restabelecimento da regulação e da fiscalização diminuiu a informalidade e veio uma nova configuração de mercado, em que as empresas que cumprem a legislação puderam competir e melhorar a qualidade dos serviços ao consumidor.

A Petrobrás manteve o seu poder de monopólio no abastecimento de produtos e isso se acentuou no governo do PT por meio da adoção de uma política de preços que impediu a importação por outros agentes do mercado, restringindo o poder de contestação ao monopólio da estatal.

A terceira fase se inicia com a necessidade da Petrobrás de gerar caixa e parece se consolidar com o anúncio da nova política de preços dos combustíveis.

Isso trará novos contornos a este mercado, e o principal será a promoção de uma maior concorrência, por meio do aumento de importações e surgimento de novos players, como distribuidoras, redes de revendedores, operadores logísticos, portuários e transportadores.

Em 2016, as três maiores empresas de distribuição tiveram juntas 67% do mercado, mas o interessante é que a maior fica apenas com cerca de 26% de participação.

A mudança de postura da Petrobrás acelerou o crescimento expressivo de participação de mercado das distribuidoras regionais nos últimos dois anos. Mas é preciso ficar atento ao crescimento por meio da sonegação e da adulteração de combustível.

Esses números mostram que o mercado, ao longo dos últimos anos, evoluiu em termos de maior competitividade, desenvolvimento de novos agentes e melhoria na aderência à legislação, fundamental para o recolhimento de impostos e atratividade dos investimentos, aliados a uma clara melhoria na qualidade dos produtos e serviços ofertados ao consumidor final.

Essas conquistas não podem ser revertidas, trazendo de volta as irregularidades observadas na década de 1990.

As grandes transformações que estão ocorrendo com a implantação do plano de desinvestimento da Petrobrás e com a adoção de uma política de preços baseada nos movimentos do mercado internacional e na afirmação de que não se venderão produtos no Brasil abaixo da paridade deste mercado nos levam a seis grandes conclusões sobre o futuro mercado de distribuição de combustíveis.

Primeiro, a existência de um expressivo número de agentes que vão movimentar o mercado de distribuição e revenda de combustíveis.

Segundo, a concorrência no mercado brasileiro continuará a ser regional/local.

Terceiro, haverá sempre espaço para a coexistência de vários modelos de distribuição e revenda.

Quarto, o consumidor continuará tendo várias opções na hora de adquirir o seu combustível, reforçando o seu poder final de decisão.

Quinto, são necessárias medidas contínuas que impeçam a sonegação e a adulteração em consonância com a modernização da regulação e da capacidade de fiscalização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e demais autoridades.

Sexto, teremos ainda grandes alterações no mercado com as possíveis vendas das refinarias e terminais da Petrobrás, bem como da BR Distribuidora.

Isso mostra que o mercado deverá ter uma configuração mais competitiva, havendo espaço, inclusive, para movimentos de fusão e aquisições de empresas.


...

*Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques