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Tema Livre Só pra quem tem opinião. E “güenta” o tranco

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

A decepção dos ingênuos
24/04/2017 - O ESTADO DE S.PAULO

Levou mais de uma década, mas finalmente alguns dos simpatizantes petistas que morriam de amores por Lula da Silva começam a perceber que seu guru talvez não seja, como diz, a “viva alma mais honesta deste país”.

Intelectuais que ainda festejam o chefão do PT como o mágico que, da noite para o dia, “fez o pobre viajar de avião” e “o filho da empregada entrar na universidade” estão sendo obrigados a admitir uma certa decepção com Lula, especialmente depois dos depoimentos da Lava Jato que expuseram as relações promíscuas entre ele e os principais empreiteiros do Brasil.

É espantoso que pessoas com relativo preparo acadêmico tenham demorado tanto para perceber aquilo que a maior parte dos brasileiros, inclusive os de poucos estudos, já sabe pelo menos desde 2005, quando estourou o escândalo do mensalão.


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Já naquela oportunidade foi necessário um grande esforço de negação da realidade para não admitir que o PT não tinha a pureza ética que apregoava ter.

Também era necessária uma boa dose de ingenuidade para acreditar em Lula quando ele dizia nada saber sobre a compra de parlamentares em troca de apoio no Congresso e alegava ter sido “traído”.

Nem mesmo a prisão de alguns dos principais companheiros de Lula em razão do escândalo foi capaz de despertar a consciência desses intelectuais.

Eles passaram, pelo contrário, a dizer que José Dirceu e os tesoureiros petistas colocados na cadeia eram “guerreiros do povo brasileiro” e “presos políticos”.

E passaram a cerrar fileiras com Lula na tarefa de convencer os brasileiros de que o mensalão não havia sequer existido.

Veio então a Lava Jato, que desmontou o espetacular esquema de corrupção do PT e de seus associados para dilapidar o Estado.

O mensalão havia sido apenas um ensaio do grande assalto.

Quase nenhuma área importante da máquina pública ficou imune à pilhagem.

Como resultado, mais petistas foram para a cadeia e começaram a surgir informações de que Lula talvez tivesse sido beneficiado pessoalmente pelo propinoduto.

Foi o bastante para que uma onda de indignação tomasse intelectuais e artistas, empenhados em assinar diversos manifestos em desagravo a seu grande líder.

A acusação, invariavelmente, era de que a “República de Curitiba”, em referência à força-tarefa da Lava Jato, só tinha um objetivo: alijar Lula da corrida presidencial de 2018, para impedir a volta do projeto “popular” de governo depois do “golpe” que derrubou a presidente Dilma Rousseff.

O último manifesto dessa turma, aliás, dizia que foi Lula quem “deu significado substantivo e autêntico à democracia brasileira” e que somente ele seria capaz de “garantir ao povo brasileiro a dignidade, o orgulho e a autonomia que perderam”.

Enquanto isso, mais e mais evidências de que Lula recebeu favores de empreiteiros desafiavam a versão segundo a qual as suspeitas que pesavam sobre o petista eram apenas parte de um novo “golpe”.

Veio então o depoimento de Emílio Odebrecht, patriarca da empreiteira que leva o nome da família, que contou detalhes sobre seu relacionamento com Lula desde os anos 70.

A revelação de que é antiga, calorosa e proveitosa a relação de Lula com a empreiteira que está no centro do maior escândalo de corrupção da história brasileira parece ter sido demais mesmo para os mais dedicados lulistas.

Alguns já anunciaram ruptura total; outros apenas ensaiam um discurso para salvar as aparências depois de décadas reverenciando o mito agora questionado.

Estes últimos dizem que estão decepcionados com Lula porque ele se deixou levar pelas benesses do poder, mas ainda defendem o petista como o “melhor presidente” do País por seu espírito estatizante.

Ora, não é preciso ser um grande pensador para saber que a corrupção que tanto decepciona esses intelectuais só atingiu o atual nível em razão justamente da expansão da máquina estatal promovida por Lula.

Quanto maior o Estado, maiores as oportunidades de assaltá-lo – especialmente quando se tem na Presidência alguém que, como Lula, não diferencia o público do privado.


  

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