Joesley é fruto da avacalhação do Brasil doente 19/06/2017
- JORGE OLIVEIRA - DIÁRIO DO PODER
O Brasil está tão avacalhado que um empresário, que fez fortuna à sombra do dinheiro dos bancos públicos, chama o presidente da república de “chefe de quadrilha” e não acontece nada.
Joesley Batista, dono da JBS, que goza das benesses da Procuradoria Geral da República, revelou-se o capo di tutti capi em um país desgovernado e moralmente doente.
É réu confesso em vários crimes de suborno e formação de quadrilha. Por muito tempo financiou as campanhas do PT com recursos que lhe chegavam às mãos pelos ministros da Fazenda Palocci e Mantega, com a conivência da dupla Lula/Dilma.
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Agora, com o cinto apertado pelas dívidas, decidiu novamente vomitar o que sabe para se livrar da cadeia.
A entrevista de Joesly à revista Época é um escárnio.
Lula, o cara a quem ele acusa de ter “institucionalizado a corrupção no Brasil”, já minimizou as declarações dele ao dizer que nada do que o empresário falou tem valor jurídico.
Mas, com certeza, mostra definitivamente como os políticos, principalmente aqueles que tinham a chave do cofre, envolveram-se promiscuamente com empresários bandidos e saqueadores do dinheiro público.
Transformaram esses aventureiros de armazéns de secos e molhados em bilionários da noite para o dia para depois serem vítimas de suas próprias garras afiadas.
Hoje pagam um preço alto pela cumplicidade inescrupulosa que tiveram com esses oportunistas gananciosos que lhes garantiram o poder.
É bom, entretanto, colocar os pontos nos is.
Nessa guerra de delações e de revelações desavergonhadas não existe ninguém inocente.
Pelo que se viu até agora tanto o PT como PMBDB e PSDB estão no lixo da história.
O último dos moicanos a tentar se segurar na corda bamba fazendo malabarismo para não cair é o Temer, herança do próprio PT que caiu do poder, mas deixou esse legado imoral para o país.
Na essência, o Brasil vive no esgoto.
Isso porque o Partido dos Trabalhadores, chefiado por Lula, Palocci, Zé Dirceu, Mantega, Vaccari, Vargas e Dilma abriram a estação de tratamento para despejar os dejetos palacianos in natura em todos os lugares.
Não é exagero dizer que nesse aterro sanitário o país fede de um canto a outro.
As declarações intempestivas de Joesly contra os dois presidentes, que a gente sabe que não são flores que se cheirem, só mostram quanto envolvimento esses dois senhores – Temer e Lula – tinham com a escória do empresariado.
Só um cara que ainda guarda segredos inconfessáveis da república e se diz “achacado” por esses políticos, como ele disse na entrevista, dispara misseis com essa potência em direção a um presidente.
Encurralado, com dívidas estratosféricas, ameaçado de ir para prisão nos Estados Unidos que, pela legislação, não permitem que empresários estabelecidos lá subornem autoridades em outros países, Joesley visualiza o fim do império que se aproxima.
Mas até la, o que desperta mais curiosidade em todo esse imbróglio é saber que Joesley recebeu um salvo conduto do Rodrigo Janot e do Ministro Edson Fachin, do STF, para ficar em liberdade e deixar o país depois de tanta revelação escandalosa que o inclui também como partícipe da farra financeira e da corrupção.
Fachin, sabe-se agora, precisou do lobista da JBS, Ricardo Saud, também delatou, para convencer os senadores da sua indicação para o tribunal.
Quanto a Janot, não se sabe até agora porque tanta benevolência com Joesley que se revelou o cérebro por trás de toda engrenagem da organização criminosa.
A participação de Joesley e seus irmãos na cooptação dos políticos é tão insolente que leva a população a perguntar como esses senhores conseguiram convencer o governo petista de que abrir empresa lá fora era melhor economicamente para o Brasil com a criação de multinacionais.
Pelo menos foi esse argumento que eles usaram para levar os bilhões do BNDES para os Estados Unidos e outros países a juros maternais.
Isso é a negação do que o Lula pregava quando chegou ao governo.
Ele dizia que a Petrobrás deveria refazer sua política de compra, produzindo internamente para incrementar a indústria local e gerar emprego e renda no Brasil.
Nada disso aconteceu.
Pelo que se viu, Lula era um blefe. Nunca entendeu patavinas de economia e menos ainda de administração.
Deixou que seus dois ministros da fazenda agissem como Al Capone, transformando os gabinetes de Brasília em bordeis de luxo para lavar dinheiro e sangrar os cofres públicos.
É a mais cabal de todas as evidências do despreparo do ex-presidente para gerar alguma coisa na vida, pois por onde passou deixou um rastro de corrupção.