Irmãs Cajazeiras tomam Senado 12/07/2017
- BLOG DE REINALDO AZEVEDO
Lula, o Odorico Paraguaçu, de “O Bem Amado”, estava presente em espírito ao menos.
Já as Irmãs Cajazeiras, aquelas que faziam qualquer coisa para ganhar um olhar do demiurgo, partiram para o ataque.
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E resolveram sequestrar o Senado para impedir a votação da reforma trabalhista ou impor aos colegas a sua pauta.
Há punição para isso, e a Mesa da Casa vai dizer se resta por aquelas paragens o mínimo necessário de honra que justifique existir no país um Poder Legislativo.
Os mais jovens pesquisem um pouco. O Senado brasileiro lembrou, nesta terça, a cidade de Sucupira, na genial criação de Dias Gomes.
É preciso que o óbvio fique claro e que se chame a coisa pelo nome. Três senadoras, com o apoio de outras duas, tomaram para si a Mesa do Senado — vale dizer: uma das Casas do Poder Legislativo — e, à feição de um movimento terrorista, diziam que só a liberariam se suas exigências fossem atendidas.
Embora tenha sido Fátima Bezerra (PT-RN) a tomar a cadeira de Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente da Casa, a chefa do movimento era Gleisi Hoffmann (PT-PR), a nossa Inês de Castro viciosa, que depois de ré foi rainha — do PT é claro! Ela preside o partido.
A terceira Cajazeiras era Vanessa Gazziotin (PCdoB-AM). Foram as três vozes mais estridentes contra o impeachment de Dilma — depois, é certo, de Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que não participou do ato desta vez.
No apoio, estavam ainda Lídece da Mata (PSB-BA) e Regina Souza (PT-PI).
Gleisi jurava que o Senado só seria devolvido ao povo brasileiro se um destaque fosse apreciado pelo plenário.
Entenderam?
É evidente que a ação caracteriza quebra do decoro.
Aquelas senhoras estavam impedindo o Parlamento de funcionar e apelando a métodos violentos.
É certo que há motivo o bastante para cassar o mandato da turma. Mas não vai acontecer.
Que sejam denunciadas, no entanto, ao Conselho de Ética para que alguma sanção alternativa seja aplicada.
Quando Eunício percebeu que aquelas senhoras não sairiam de lá tão cedo, mandou desligar os microfones e apagar as luzes. Elas não foram embora.
O presidente do Senado, que deveria ter aberto a sessão às 11:00, só recuperou o controle da Casa às 18:30.
Segundo Gleisi, falta legitimidade a Temer, que réu não é, para propor reformas.
Já a ré, acusada de corrupção, ah, ela se sente à vontade presidindo o PT e expelindo regras sobre o funcionamento do mundo e mais um pouco.
Sabemos a herança que o governo liderado por essa gente deixou a país.
E não deixa de ser uma coisa miserável que os caras estejam passando por um processo de reabilitação. E não! A culpa não é de Temer.
A responsabilidade maior por esta crise é da PF, do MPF e da direita xucra, que não percebeu que estava servindo de cavalo de troia da esquerda, de Rodrigo Janot e de seus aloprados de faces rosadas.
Até uma quentinha rolou.
As sombras provocadas pela luz dos celulares conferiam àquelas senhoras um ar meio fantasmagórico.
Um leitor deste blog diz ter se lembrado de um filme chamado “A Convenção das Bruxas”. Talvez seja maldade.
Destaque-se, ademais, o oportunismo machista da manifestação, ainda que vivido pelo avesso.
As senadoras recorreram a uma tática usada pelo MST: grupos compostos, muitas vezes, só de mulheres invadem e depredam propriedades, a exemplo do que fizeram em março de 2015 na empresa Suzano Futura Gene, em Itapetininga, São Paulo.
Milhares de mudas foram destruídas, o que custou anos de pesquisa.
A cilada é a seguinte: se alguém lhes tocar num fio de cabelo, ainda que estejam cometendo um crime, logo gritarão:
“Agressão à mulher! Feminicídio simbólico! Machismo!”
Se a Mesa do Senado permitir que uma agressão de tal gravidade fique sem punição, estará dando um péssimo sinal à sociedade:
“Se vocês não conseguirem algo na lei, tentem na marra”.
...
Acima, um vídeo de “O Bem-Amado” para instruir os maios moços.