O SILÊNCIO DO FALASTRÃO 28/07/2017
- JORGE OLIVEIRA - DIÁRIO DO PODER
O Lula está se envenenando com a própria língua, como diriam os chineses. Achou que ia ganhar no grito e deu-se mal.
Depois de condenado, viu-se de uma hora para outra pobre novamente, depois que o juiz Sérgio Moro – que ele desacatou, inclusive ameaçando de prendê-lo se voltasse ao poder – mexeu na sua parte mais sensível: o bolso.
Moro confiscou mais de 9 milhões de reais da sua poupança, número cabalístico, o mesmo da sua condenação, e agora o então falante, agressivo e impulsivo Lula silenciou.
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Nas entrevistas que tenta desqualificar os procuradores, ele já encontra brecha para se redimir dos insultos à Justiça.
É assim mesmo, ele sempre se acovarda quando é pressionado e confrontado com a realidade dos fatos.
O ex-presidente falou o que não devia e recebeu o troco. Orientou seus advogados a partir para o tudo ou nada contra o juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato.
Chamou-os, inclusive de “aquela molecada” que não “entende de política”.
Agora, sofre mais um revés, um dos desembargadores da 2º Turma do Rio Grande do Sul, a mesma que vai julgá-lo para ratificar ou não a sentença, indeferiu pedido de seus defensores para liberar a fortuna confiscada por Moro.
E mais: o pessoal da Lava Jato também decidiu investigar essa conta milionária do ex-presidente, coisa que ele não conseguiria juntar mesmo poupando por décadas a aposentadoria e os salários dos mandatos de deputado federal e presidente da república.
Ele achava que o Moro iria absolvê-lo.
Imaginou que o fato de ter exercido a presidência da república o transformaria em intocável, acima da lei. Não pensou como os mortais comuns porque se acha um ser superior que abusa da falsa humildade.
Excedia-se na retórica quando estava à sua frente uma plateia selecionada para aplaudir os seus insultos. Por onde andou destratou os procuradores, a Polícia Federal e a Justiça em geral.
Considerava-se, como chegou a dizer em seus devaneios, mais honesto do que Deus.
Agora, com a casa no chão e as economias confiscadas, anda dando sinais de que vai mudar de comportamento depois do leite derramado.
A orientação que deu para seus advogados é a de pegar leve com os procuradores que apuram o assalto aos cofres públicos da organização criminosa.
Faz isso depois de perceber que o circo não pegou fogo com a sua condenação. Os gatos pingados que foram às ruas apoiar os atos de corrupção da petezada já se recolheram.
E daqui pra frente devem ficar encolhidos dentro dos seus sindicatos, pois a mamata da contribuição sindical acabou com a nova lei trabalhista.
Por ano, eles recebiam R$ 3,5 bilhões referentes a um dia de salário de todo trabalhador brasileiro, dinheiro que era desviado para manter as mordomias da República Sindical e sustentar políticos e milhares de militantes do PT.
Nos últimos anos, desde o advento da Lava Jato, Lula perdeu todas.
Viu seus amigos como Zé Dirceu, Vaccari, Vargas, Genoino & Companhia serem engaiolados pela Justiça.
Esperneou, mas não conseguiu impedir que a sua companheira Dilma fosse chutada do Palácio do Planalto.
Assistiu o seu partido definhar com a desfiliação de alguns parlamentares e a redução do número de prefeituras na última eleição e, no momento, amarga uma condenação de mais de 9 anos com sério risco de ir para a cadeia.
Ou seja: o falastrão tentou ganhar no grito, mas teve que se curvar diante das evidências da sua culpabilidade em vários crimes investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
Ao contrário do que imaginava, o Brasil não parou depois que ele foi condenado.
As instituições e os serviços públicos estão funcionando a pleno vapor e alguns militantes, que se assanharam um dia depois do anúncio da sentença, hibernaram.
Perceberam que não adianta gritar, pois o juiz Sérgio Moro não teme aplicar a lei.
Ninguém está acima dela, como ele próprio disse ao se referir a sentença de Lula.