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Críticas Construtivas Se todo governante quer, por quê não?!!!

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

O PREJU LÁ NO POSTO IPIRANGA
11/08/2017 - Celso Ming - O Estado de S.Paulo

O balanço da Ultrapar divulgado nesta quinta-feira revelou um prejuízo de R$ 100 milhões por conta de uma desastrada política com especulação de estoques.

A coisa se explica assim. Até o primeiro trimestre, a Petrobrás adotou uma política de preços internos dos combustíveis mais altos do que os externos.

Para tirar proveito da diferença de preços, a Ultrapar, controladora da Ipiranga, correu atrás das importações. Mas, ao final do primeiro trimestre, a Petrobrás mudou sua política. Passou a reajustar seus preços até mesmo diariamente à paridade internacional.


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Com isso, a Ipiranga foi surpreendida com estoques excessivos de importados, comprados a preços superiores aos que a Petrobrás passou a praticar no mercado interno.

Ou seja, a política de arbitragem com importados deu com os burros n’água.

A Petrobrás passou a adotar a nova política para tirar a concorrência da parada.

Dia 1º, o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, revelara que a Petrobrás detém apenas 49% da fatia de importação de derivados de petróleo.

AGRO É POP E SURPREENDE

Mais do que sucesso, o agro surpreende a cada mês. Tanto o IBGE como a Conab começaram o ano com projeções de safras em torno de 210 milhões de toneladas de grãos. Mas, a cada novo levantamento, vêm sendo obrigados a rever para cima seus números.

Nesta quinta-feira, apresentaram a penúltima estimativa. O IBGE apontou para um total de 242,1 milhões de toneladas, ou 31,1% a mais do que a safra anterior. A Conab ficou um pouco abaixo, nos 238,2 milhões de toneladas.

Desta vez, o fator surpresa veio por conta do desempenho da safrinha de milho, que virou safrona. Trata-se de uma cultura que, no Centro-Sul, acontecia depois da primeira colheita do ano, para aproveitar as águas de março.

Mas cresceu também com o objetivo de aproveitar as terras hidrogenadas onde antes fora colhida a soja. A safrinha de milho se transformou na principal do ano.

A produção de milho da primeira safra alcançou, pelos levantamentos do IBGE, cerca de 31,2 milhões de toneladas e a da segunda, 68,2 milhões de toneladas. Por aí já se pode ter ideia do aumento da produtividade, uma vez que uma mesma área pode produzir duas vezes mais.

Muita gente na indústria passou a ver esse desempenho como certa ameaça, na medida em que as fortes exportações contribuem para achatar as cotações do dólar no câmbio interno e, dessa maneira, para tirar competitividade do já pouco competitivo produto industrial.

Até o final de julho, a balança comercial brasileira (exportações menos importações) acumulou superávit de US$ 42,5 bilhões. Não será nenhuma surpresa se o superávit do ano se avizinhar dos US$ 90 bilhões. É uma grossa camada de gordura em moeda estrangeira que concorre para deixar as cotações do câmbio relativamente estáveis.

O impacto do agronegócio sobre o câmbio não incomoda apenas dirigentes da indústria. Economistas que se consideram desenvolvimentistas, liderados pelo ex-ministro da Fazenda Luis Carlos Bresser-Pereira, entendem que o Brasil é vítima da doença holandesa.

(Foi assim identificada a enxurrada de dólares que chegou à Holanda nos anos 70, quando dispararam as exportações de gás natural no Mar do Norte.)

Como vacina à tal doença, para repulsa imediata do setor do agronegócio, esses economistas sugerem a cobrança de um confisco que devesse incidir sobre as exportações de produtos primários, mais ou menos como acontece na Argentina, com as retenciones.

O Brasil é conhecido por aproveitar mal as oportunidades. Exemplo disso é o Rio que afundou, embora dispusesse da receitas de royalties do petróleo e fosse a principal sede da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016.

O bom momento do agronegócio é aproveitado, sim, para aumentar investimentos em tecnologia e aumentar produtividade. Mas pode ser pouco. Apesar do sucesso, o agronegócio é vítima das péssimas condições de infraestrutura. Seria excelente oportunidade para levar o setor a assumir abertura de novas estradas e melhoria nas existentes. O grande obstáculo é o de que as principais iniciativas dependem de concessões públicas e o governo é lento demais para definir regras de jogo nesse setor.


  

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