Por ora, nem banco nem Globo: Palocci teria acusado ex-ministro do STJ 26/08/2017
- BLOG DE REINALDO AZEVEDO
Bão, bão, bão…
Vem mais coisa por aí. Antônio Palocci está em tratativas para fazer delação premiada. Há chutes para todos os lados.
Uns dizem que ele pode arrastar o setor bancário para a crise; outros, que teria muito a dizer sobre renegociação de dívida da Globo — e o MPF, por qualquer razão, não estaria querendo ouvir…
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Bem, até agora, se existe algo, nada vazou sobre os bancos e sobre a emissora.
Segundo reportagem da Folha, o ex-ministro petista teria decidido explodir uma bomba no quinta de Cesar Asfor Rocha, ex-presidente do STJ.
Qual a acusação, segundo o jornal?
Rocha, que hoje milita como advogado, teria recebido R$ 5 milhões, providenciados pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, então advogado da Camargo Corrêa, para fazer desmoronar a operação Castelo de Areia, que investigava essa e outras empreiteiras e alguns políticos depois flagrados no petrolão.
O dinheiro teria sido depositado no exterior.
Em 2010, o então ministro do STJ concedeu uma liminar suspendendo a operação.
O argumento dos advogados da empreiteira, liderados por Bastos, foi o de que a investigação teve origem numa escuta clandestina, o que é ilegal.
Rocha, a empreiteira e a família de Bastos negam a acusação. Que, com efeito, tem lá a sua estranheza.
Vamos ver.
Liminar, como todo mundo sabe, é só uma decisão provisória, que pode cair.
A do então ministro foi avaliada pela 6ª Turma do STJ, da qual ele não fazia parte.
E foi mantida por três votos a um.
Bem, é inevitável que se pergunte por que alguém pagaria R$ 5 milhões por uma decisão provisória, que não se sabe se será ou não mantida.
A questão chegou ao Supremo. E nada mudou.
Bem, estamos nos acostumando a ver de tudo no país, certo?
Se um rinoceronte de Ionesco lhe der “Bom dia!” na Avenida Paulista, responda “Bom dia!”.
Nem precisa contar o evento a seus amigos.
Estamos na Terra do Nunca — ou do Sempre —, e nada mais pode nos espantar.
Assim, que se investigue a coisa depois, caso a delação realmente se confirme, não é?
Acho pouco provável que a empreiteira comprasse, além do voto de Asfor, os respectivos de três outros ministros do STJ.
No STF, o relator foi Roberto Barroso. E ele selou o destino da Castelo de Areia.