capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/09/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.750.378 pageviews  

Curto&Grosso O que ainda será manchete

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Olha o Espetáculo do Crescimento aí, gente!
15/09/2017 - Marcelo Kfoury Muinhos*

Antes da primeira eleição da Dilma em 2010, num evento em São Paulo, me veio uma frase pronta na cabeça:
“O governo do PT iria acabar na crise que todos achamos que ele iria começar”

Estava parcialmente certo. Na verdade, o governo sofreu uma crise externa em 2002 com grande fuga de capital, principalmente de gringos com medo do Lula e acabou com uma grande crise fiscal.

Na verdade, portanto passamos de uma crise de confiança externa, quando a saída de capital dos estrangeiros levou o câmbio a R$ 4, para uma crise de confiança doméstica, que provocou a maior recessão do pós-guerra.

PUBLICIDADE



Essa crise doméstica trouxe uma crise de confiança dos agentes domésticos, que pararam de pegar credito para consumo e também para investimento.

O resultando foi uma queda do PIB de mais de 8% em 2015 e 2016.

Felizmente a recessão parece que acabou em 2017.

Já tivemos 2 trimestres com resultado positivo em termos de crescimento do PIB e novamente no presente trimestre, com base nos indicadores já disponíveis, teremos mais um resultado positivo.

A virada do desemprego já em março foi uma grata surpresa, assim como os expressivos aumentos dos salários em termos reais, que é em grande parte fruto da surpreendente queda da inflação no ano.

A partir de um analise menos analítica, acho que o crescimento de 2018 será acima do que espera o consenso de mercado (2,1%), meu número é cerca de 2,5%.

Outra virada impressionante tem ocorrido nas contas externas, que na margem já está garantindo uma conta-corrente superavitária.

Mesmo sem rodar os meus modelos de cambo, se não fosse a situação política com as acusações contra o Temer, o real já estaria abaixo de R$ 3.

O forte aumento nos preços das commodities e a permanência de uma situação ainda extrema de liquidez nos mercados financeiros internacionais são as determinantes chaves dessa sobra de divisa estrangeira, que deve pressionar o real para níveis abaixo de R$ 3.

Já a queda da inflação foi determinada pela melhora da percepção fiscal com a mudança do governo em maio de 2016.

Havia um temor sobre a situação fiscal, o que aumenta o conteúdo inercial da inflação por pura tentativa defensiva de manter as margens nos preços.

Quando acalmou esse temor de completo descontrole fiscal com base da credibilidade das equipes na Fazenda e no Banco Central, o componente recessivo passou a predominar provocando forte redução dos preços.

Com base no meus modelos de inflação, o prognóstico é que a inflação acumulada de 2017 será menor do que 3%, mínimo valor para um ano desde 1998, e ao redor de 4% em 2018, o que abre espaço para os juros básicos convergirem para valores até abaixo de 7%.

A política monetária pode ser extremamente expansionista nos próximos anos dado a folga da inflação abaixo da meta e a folga no produto fruta da forte recessão dos últimos anos.

O único senão do cenário aqui traçado é o ajuste fiscal que na verdade não tem sido feito.

Brasil perdeu a capacidade de fazer ajuste fiscal, dado o comportamento frágil da arrecadação, prevejo que o déficit primário deve continuar acima dos 2% do PIB nos próximos anos.

Acho baixa a probabilidade de se ter votar a reforma da previdência que foi aprovada na comissão especial dada a perda de legitimidade do Governo Temer em demandar aprovações de medidas impopulares quase no fim do mandato.

Portanto um ajuste definitivo terá que ser feito pelo próximo governo, o que aumenta o risco na eleição do próximo ano.

Se o próximo presidente eleito não for comprometido com ajuste, o risco de dominância fiscal pode voltar.

Um fator que pode gerar uma discussão mais propositiva na eleição é a não presença do ex-presidente Lula.

No caso cada vez mais improvável da sua presença, a eleição será plebiscitária e nada de reforma será discutido.

De qualquer maneira é um risco deixar a continuação das reformas para 2019, mas o próximo presidente for comprometido com essa agenda, ele terá legitimidade e força para buscar o equacionamento da situação fiscal, gerando um ambiente propicio para aumento da produtividade e para o crescimento sustentável.

...

*Professor e Coordenador do Centro Macro Brasil da FGV-EESP


  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques