Câmara tenta afrouxar controle sobre contas de campanhas 25/09/2017
- Coluna do Estadão - Andreza Matais e Marcelo de Moraes
Em semana decisiva de votações para a reforma política, deputados tentarão afrouxar o rigor nas prestações de contas eleitorais.
Regra em discussão na Câmara dispensa candidatos de incluir, nos demonstrativos enviados à Justiça Eleitoral, gastos com combustível, fontes recorrentes de caixa dois e corrupção em campanhas.
Também ficariam livres de comprovação despesas com alimentação e hospedagem dos políticos em disputa.
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As propostas terão de ser aprovadas por maioria simples na Casa, antes de seguir para o Senado.
Perseverante
As novas regras constam do relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP), que já tentou, sem sucesso, emplacar outras polêmicas, como a “Emenda Lula” e a possibilidade de partidos fazerem bingos para se financiar.
Pesos iguais
A bancada militar no Congresso também pode se alinhar contra o fundo para campanhas. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) reclama que o orçamento das Forças Armadas é de R$ 800 milhões, o mesmo a ser destinado para candidaturas.
Largada
2018 começou para ministros do governo Temer. Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Helder Barbalho (Integração Nacional) e Fernando Filho (Minas e Energia) passaram o fim de semana em suas bases eleitorais, a lançar obras e programas.
Blindagem
Advogado de Temer, Gustavo Guedes defende que o Supremo invalide conversas gravadas sem o consentimento do presidente da República em endereços oficiais, como ocorreu no caso JBS.
Vacina
Já o ministro Napoleão Maia, do STJ, passou a gravar, ele próprio, suas conversas com advogados. Põe o gravador na mesa e avisa aos causídicos que a medida é preventiva, pois estão dizendo que o Judiciário se corrompe.
Depois do temporal
A OAS achou bom que as delações de seus executivos não tenham sido assinadas na gestão de Rodrigo Janot. Avalia que a confusão envolvendo a JBS poderia contaminar outros acordos com a digital dele. A Camargo Corrêa, chamada para um “recall” de sua colaboração, pensa o mesmo.
Tábua de salvação
A Mendes Júnior quer agora fechar delação com a Polícia Federal. A alternativa passou a ser discutida após Janot recusar acordo com os executivos da empresa, alegando que seria irrelevante para a Lava Jato.
Desespero
O entendimento com a PF seria a forma mais viável de livrar os empreiteiros de uma longa jornada na cadeia. A sensação é de desalento após o TRF-4 aumentar as penas dos executivos. É dado como certo que Raquel Dodge não vai reconsiderar a decisão de seu antecessor.
Boca Mole
O ministro do Supremo Dias Toffoli encontrou ontem com o deputado federal Heráclito Fortes (PSB-PI) e o Secretário da Casa Civil do governo Alckmin, Samuel Moreira, no restaurante Santo Colomba, em São Paulo. Fortes, o “Boca Mole” da lista da Odebrecht, diz que foi coincidência e que só falaram de “amenidades”.
Arsenal
Marcello Miller disse a interlocutores que tem mensagens trocadas com Janot e os ex-colegas de PGR Eduardo Pelella e Sérgio Bruno.
Respiro
A economia de SP dá sinais de despertar. De janeiro a julho, o Estado recebeu R$ 11,1 bilhões em investimentos privados, o dobro do mesmo período do ano passado (R$ 5,1 bi), pior fase da crise.
Destinos
Os aportes são, basicamente, nas indústrias automotiva e de infraestrutura. Os dados são da Pesquisa Piesp.
Pronto, falei!
“Dilma foi uma espécie de Bibi do petismo. Será que acabará solta como a personagem real?”. Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, condenado no mensalão, referindo-se ao papel de Juliana Paes, a Bibi perigosa, em “A força do Querer”.