Joesley se mostra feliz por soltar a bomba da tramoia com o MPF. E comemora: Vou pra Nova York 30/09/2017
- BLOG DE REINALDO AZEVEDO
Conteúdo de outras gravações de conversa de Joesley Batista com seus, como direi?, “colaboradores” vem a público.
Mais uma vez se revela a natureza da arquitetura criminosa do acordo celebrado pelo empresário com o Ministério Público Federal.
Um órgão do Estado brasileiro meteu-se numa tramoia de natureza objetivamente golpista sob o pretexto de combater a corrupção.
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Já está evidenciado que membros do MPF organizaram a operação que resultou na gravação das conversas de Joesley com o presidente Michel Temer e com o senador Aécio Neves.
Isso, por si só, segundo a lei, torna ilegal o que quer que daí tenha derivado.
Que se dane a lei!
Vozes influentes, imprensa incluída, se perdem na falsa questão, que poderia ser assim sintetizada:
“A suspensão dos benefícios da delação de Joesley e associados não anula as provas”.
Raquel Dodge, nova procuradora-geral, por exemplo, disse isso em sua coletiva.
Essa relação tem a validade de uma nota de R$ 3.
Não é o fim dos benefícios que define se a prova vale ou não, mas a ilicitude da operação que resultou no que chamam de “prova”.
Um dos diálogos ora revelados reúnem Joesley, os advogados Francisco de Assis e Silva (também delator) e Fernanda Tórtima e o executivo Ricardo Saud, o onipresente.
Estão num carro, a caminho do aeroporto.
Tudo indica que o chefão da J&F acabara de entregar à Procuradoria Geral da República as respectivas gravações das conversas que mantivera com o presidente Michel Temer e com o senador Aécio Neves (PSDB-MF).
Joesley não está tenso. Está feliz. Exultante mesmo. E comemora:
“Agora eu vou para Nova York. Vou amanhecer em Nova York. Eu vou ficar aqui, você tá louca? Soltar uma bomba dessas e ficar aqui fazendo o quê?”.
Entenderam?
Os brasileiros que se virem, que se lasquem, que arquem com o custo da “bomba”.
Ele quer mais é ficar em Nova York.
Tórtima evidencia ser mesmo uma pessoa digna daquela turma.
Afirma:
“Para eles, é bom que você se empirulite [sic] do Brasil. Se for para dar imunidade, é melhor que você fique fora. Você longe daqui, sumindo, as pessoas esquecem que você ganhou imunidade”.
Joesley está eufórico. Refere-se à conversa que gravou com o presidente:
“O que eu vou provocar, além de tudo? Uma: quem gravou. Não é que foi o garçom que gravou, porra! Foi o maior empresário brasileiro, 11 horas da noite e tal”.
"CONSTRUIR MELHOR"
Em outra gravação, o falastrão conversa com os advogados sobre o risco de Janot recusar a delação.
Afirma Assis e Silva:
“Nós temos um risco. O risco é um: o comprometimento político de Janot com Temer”.
Ao que responde o empresário:
“Eu acho que não existe… Pra mim, Janot quer ser o presidente da República… ou indicar quem vai ser”.
E o advogado emenda:
“Eles querem foder o PMDB, eles querem acabar com eles”.
Eis a qualidade da operação que quase conduziu o país ao abismo.
...
Em outro trecho de gravação, Ricardo Saud conversa com Fernanda Tórtima, cujo papel no imbróglio, parece-me, é bem maior do que se supunha.
Falam sobre a cilada armada por Joesley, com a ajuda de membros do MPF, para o presidente Michel Temer.
Diz Saud:
“Eu acho, Fernanda, que precisam construir melhor a história do Temer. Não ficou muito claro. Eu acho que quando ouviram o Temer não gostaram muito. Tinham uma expectativa maior”.
Que tal?
Era preciso “construir” melhor a “história de Temer”.
O verbo escolhido é bom.
Tratou-se mesmo de uma construção, de uma armação, de uma arquitetura.
Bem, não foi possível “construir melhor”, e, então, levaram adiante o que tinham.
Como nada havia de comprometedor contra o presidente, foi necessário criar o enredo.
Assim, veio a público o vazamento da conversa.
Anunciava um conteúdo que não estava na gravação.
O objetivo era fulminar o presidente em uma semana.
Só isso?
Não!
Aí é a vez do advogado e delator Francisco de Assis e Silva evidenciar que a JBS tinha o controle de ações de Lúcio Funaro, com quem Rodrigo Janot celebrou talvez o mais exótico acordo de delação:
“Viu, seguinte, Joesley, no momento certo, temos de dar sinal pro Lúcio pular dentro. Aí ele fecha a tampa do caixão”.
Eis a operação que setores da imprensa apoiam tão fanaticamente, cegos de ódio que estão porque, afinal Michel Temer não caiu.
O Palácio do Planalto divulgou uma nota a respeito.
“A cada nova revelação das gravações acidentais dos delatores da JBS, demonstra-se cabalmente a grande armação urdida desde 17 de maio contra o presidente Michel Temer.
De forma sórdida e torpe, um grupo de meliantes aliou-se a autoridades federais para atacar a honradez e dignidade pessoal do presidente, instabilizar o governo e tentar paralisar o processo de recuperação da economia do país.
Agora, descobre-se que integrantes do Ministério Público Federal ficaram decepcionados com a gravação que usaram para embasar a primeira denúncia contra o presidente.
“Eu acho, Fernanda, que precisam construir melhor a história do Temer. Não ficou muito claro. Eu acho que quando ouviram o Temer não gostaram muito. Tinham uma expectativa maior”.
E isso dito por Ricardo Saud, uma das vozes usada para atacar o presidente por dias, semanas, meses no noticiário nacional.
As acusações caem uma após a outra, revelando a verdade da conspiração que foi construída durante meses.
“Eles querem foder o PMDB”, sentencia o advogado Francisco de Assis, sem saber que está sendo grampeado por Joesley Batista.
Mostrando todo planejamento da ação controlada que o grupo da JBS tentou fazer contra o país, Assis acrescenta:
“Viu, seguinte, Joesley, no momento certo, temos de dar sinal pro Lúcio pular dentro. Aí ele fecha a tampa do caixão”.
Falavam sobre Lúcio Funaro, delator que foi incluído numa segunda denúncia contra o presidente pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, cujas ambições de comandar o país são ressaltadas pelos delatores.
“Janot quer ser o presidente da República, ou indicar quem vai ser”, diz Joesley.
Funaro, por sua vez, já havia enganado o Ministério Público Federal e a Justiça em delação anterior. Não mudou suas práticas.
O país não pode ficar nas mãos de criminosos e bandidos que manipulam autoridades, mercado, mídia e paralisam o país.
É hora de retornar o caminho do crescimento e da geração de emprego.
Não se pode mais tolerar que investigadores atuem como integrantes da santa inquisição, acusando sem provas e permitindo a delatores usarem mecanismos da lei para fugir de seus crimes.
Cabe agora, diante de tão grave revelação, ampla investigação para apurar esses fatos absurdos e a responsabilização de todos os envolvidos, em todas as esferas.