Vídeo com Lúcio Funaro expõe método de investigação de Janot, este monstro nada sagrado do MPF 14/10/2017
- BLOG DE REINALDO AZEVEDO
Se você, além de entrar em contato com um monumento moral, quiser proceder a um exercício de “construção da verdade instrumental”, pouco importa se com ocorrências verdadeiras ou falsas, deve assistir ao vídeo em que o doleiro Lúcio Funaro assegura ter ido buscar um dinheiro no escritório de José Yunes, então assessor de Michel Temer, para repassar para a campanha de Geddel Vieira Lima.
Yunes diz que ele está mentindo.
E eu digo o quê?
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Como sempre, nessas coisas, afirmo o óbvio: investigue-se.
Sim, bandidos, como Funaro, podem ajudar a desvendar tramoias.
Se a palavra de um criminoso nunca merecesse crédito, não haveria delação premiada possível.
Sempre destacando que, mundo afora, à diferença da prática corriqueira no Brasil, só a delação não serve para levar ninguém aos tribunais.
É preciso que o órgão acusador forneça as provas.
Mas o que dizer de um bandido contumaz, personagem de vários escândalos, que sempre se dá bem no fim da narrativa?
Notem: tudo caminha para que Funaro, mais uma vez, escape quase ileso.
Temos um encontro marcado com ele na próxima safadeza que for investigada.
Nesse caso, por óbvio, a “colaboração” do bandido merece ser vista com especial desconfiança.
Também chamo a atenção de vocês para a técnica empregada pela Procuradoria Geral da República: perguntar várias vezes a mesma coisa para que a reiteração da resposta fique com a aparência de uma verdade.
Sim, repetir perguntas a um depoente é uma técnica de interrogatório, desde que se acrescente, a cada vez, um novo elemento para que, se for o caso, caia em contradição.
Não é o caso.
Vejam lá.
A repetição se dá sem razão, sem que se acrescente nada de novo.
As falas desse Funaro têm um aspecto particular, que merece ser destacado.
Num dos depoimentos, ele acusa o presidente Temer de lavar dinheiro irregular com a compra de imóveis.
E qual é a prova que ele apresenta.
Ele diz que é um operador de mercado, que conhece essas coisas e que todos sabem que imóveis são um meio eficiente para lavar dinheiro.
Entenderam?
No vídeo em questão, ele diz ter ido pegar uma caixa dom R$ 1 milhão no escritório de Yunes.
O representante da PGR quer saber se o então assessor de Temer sabia haver dinheiro na caixa, e Funaro diz que sim.
E quais as evidências que ele apresenta.
Uma delas, assegura, era o peso da dita-cuja.
Pergunta a PGR:
"Dá para saber que a caixa tinha dinheiro?”.
E ele responde:
“Todo mundo sabe que a caixa tem dinheiro. Isso aí está óbvio que a caixa tinha dinheiro.”
Assim são feitas as investigações e denúncias deste monstro nada sagrado do MPF: Rodrigo Janot.