Decisão de Moraes sai nesta 3ª, mas a votação pode ser adiada; 12 senadores estarão ausentes 17/10/2017
- BLOG DE REINALDO AZEVEDO
A votação do plenário do Senado que vai decidir se mantém ou não o afastamento de Aécio Neves (PSDB-MG) está prevista para esta terça, mas há uma possibilidade de que seja adiada.
O que virá a público com certeza é a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, sobre pedido de liminar em mandado de segurança preventivo, impetrado por Randolfe Rodrigues (AP).
O senador da Rede, uma espécie de vivandeira dos tribunais, quer a garantia de que a votação não será secreta.
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Há uma boa chance de que Moraes determine, sim, o voto aberto, embora não seja essa uma posição incontroversa.
Eu mesmo acho que deveria ser secreto.
É perfeitamente possível sustentar que a decisão cabe ao Senado, não ao tribunal.
Mas tenho para mim que o ministro decidirá de modo diverso.
Acho, pois, que Aécio vai, sim, enfrentar o voto aberto.
A questão tem lá suas complexidades técnicas.
Para que possa retomar seu mandato, o tucano precisa da maioria absoluta, isto é, de mais da metade do total de 81 senadores: pelo menos 41.
Já se sabe 12 se ausentarão nesta terça.
Dois estão com problemas de saúde, e os demais em viagem.
O líder do PMDB, Romero Jucá (RR), um articulador hábil, recupera-se de uma diverticulite e ficará afastado mais dois dias.
Já fez um candente discurso contra a punição aplicada ao tucano.
Ronaldo Caiado (DEM-GO), que é um renomado ortopedista, caiu da mula e quebrou o úmero.
Vai se ausentar por duas semanas.
Estima-se que vote, ou votasse, contra o afastamento.
Um grupo está em missão oficial nos Emirados Árabes.
Dois deles estão entre os que poderiam votar em favor do tucano: Armando Monteiro (PTB-PE) e Ricardo Muniz (PP-BA).
Já Ricardo Ferraço (ES), embora do PSDB, andou dizendo coisas ambíguas a respeito.
Cristovam Buarque (PPS-DF) integra essa turma. Seu voto é incerto.
Uma outra leva de parlamentares viajou à Rússia.
Estão conhecendo de perto Vladimir Putin e sua democradura Jorge Viana (PT-AC), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Sérgio Petecão (PSD-AC), Roberto Muniz (PP-BA) e Gladson Cameli (PP-AC).
Bem, a julgar pelas últimas declarações dos petistas e aliados, Aécio pode potencialmente contar com Muniz, Petecão e Cameli.
Se o PT cumprir o que andou anunciado, até Gleisi, a ré que preside o PT, votará contra o tucano.