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O Outro Lado Porque tudo tem dois, menos a esfera.

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Diferença em relação à denúncia anterior é irrelevante; Temer sai mais forte, não mais fraco
26/10/2017 - BLOG DE REINALDO AZEVEDO



Patamar de votação é o mesmo; a denúncia derrotada nesta quarta não é a segunda de uma série, mas a última; presidente tem como retomar o comando político

Num dia em que se viram especulações as mais variadas sobre a sua saúde, o presidente Michel Temer venceu mais um embate. A segunda denúncia oferecida contra ele por Rodrigo Janot foi recusada.


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Disseram “sim” ao relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) 251 deputados, 12 a menos do que os 263 da primeira jornada, o correspondente a 4,5%.

A rejeição ativa cresceu um pouco: de 227 em agosto para 233 agora — 2,5%.

Coloco os dados em termos percentuais para que se note que a variação foi muito pequena.

Logo, parecem-me falsas, de saída, as ilações de que o presidente está mais fraco.

Vamos lá.

Sempre se é forte ou fraco em relação a alguma demanda.

Em política, não são adjetivos intransitivos.

Qual é o grande desafio que tem o presidente nos 14 meses que lhe restam de mandato?

Ele depende do Congresso para quê?

Há dois desafios principais, que Temer encara se quiser: a reforma da Previdência e as privatizações.

A sobrevivência de seu governo não depende nem de uma coisa nem de outra.

Já observei aqui que a economia está em recuperação e que o país terá um tempo de crescimento com ou sem as mudanças.

Depois pode vir de novo o reverso não da fortuna, mas das eventuais escolhas erradas.

Há critérios que fazem um governo se mover para um lado ou para o outro e que o levam a fazer concessões.

Temer poderia estar pensando na sua própria sobrevivência política se candidato fosse à reeleição.

Mas, com efeito, todos sabem que ele não é.

Logo, inexiste essa via para as trocas políticas.

Poderia, como era o caso até ontem, ter uma espada sobre a sua cabeça: a depender dos movimentos que fizesse, alguns patriotas da Câmara poderiam tentar lhe puxar o tapete, a exemplo do que fez o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aquele que já anunciou a quem queira se juntar a ele que, em política, inexiste essa coisa de amizade.

Entendo.

Segundo essa concepção, creio, ou se tem negócio ou se tem traição.

Atenção, caros leitores, essa não é a segunda denúncia de uma série que vem pela frente.

É a última.

Esse flanco da chantagem não existe mais. À diferença do que se alardeia por aí, do ponto de vista político, a única chance do presidente é se fortalecer.

Até porque, reitero, a economia tem um clico de recuperação que vai perdurar em 2018.

E assim será, mesmo que o governo não consiga sem bem-sucedido na reforma da Previdência.

Também na contramão da azeitada assessoria de Rodrigo Maia, que consegue plantar na imprensa a falácia de que o presidente se tornou uma espécie de seu refém, observo: o deputado não saiu vitorioso.

Ele trabalhou de forma dedicada para que o relatório tivesse mais votos contrários do que favoráveis.

Isso teria algum simbolismo, ainda que, do ponto de vista prático, fosse irrelevante.

Cumpre agora ao presidente tomar nas mãos a coordenação política e chamar ao Palácio do Planalto, de portas abertas, os partidos que realmente estão dispostos a levar adiante a reforma da Previdência.

Mas que se exija deles que mostrem a cara.

Tomemos o caso do PSDB.

A ala rebelde diz ser contra o governo, mas a favor do Brasil.

Na primeira denúncia, 22 deputados votaram a favor do presidente; 21 contra.

Desta feita, dois mudaram de lado: 23 a 20 em desfavor de Temer.

Mas tenho a certeza de que os valentes que acharam consistente a denúncia de Janot não recusarão a reforma ou as privatizações, certo?

Esta quarta foi, sem dúvida, importante para Temer.

Creio que termine a saga insana para derrubá-lo.

E termina no dia em que, pelo caminho da desinformação, da fofoca e do mau jornalismo, tentaram até matá-lo.

O presidente ganhou.

Rodrigo Maia perdeu.

E sua cara de enterro durante a votação o dizia com clareza.

Era o enterro de uma quimera.

MAIA X TEMER

Afirmei ontem que o governo poderia comemorar se conseguisse mais ou menos os mesmos números obtidos na primeira denúncia, certo?

E foi o que aconteceu, com uma variação pequena quando se considera o universo votante.

Antes, alinharam-se com o relatório pró-Temer 263 parlamentares; agora, 251.

Na jornada anterior, 227 opuseram-se ao presidente, desta feita, 233. As respectivas diferenças são irrelevantes.

Quem sai, de fato, perdendo é o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Se, na primeira denúncia, o presidente da Câmara ficou inerte em campo — não se deslocou para a receber a bola, não fez lançamentos, não marcou, não pressionou a linha de defesa adversária —, desta feita, note-se, ele atuou como zagueirão.

Mas um zagueirão do time adversário, embora seja aliado do presidente Michel Temer.

Por ocasião da primeira investida de Rodrigo Janot, o homem se limitou a dialogar com notórios inimigos do governo.

Participou, não custa lembrar, de ao menos uma reunião cuja pauta era a queda do presidente — e este estava fora do país.

Sua máquina de propaganda fez chegar à imprensa até aquele que seria o seu ministério.

E, acreditem, ele estava sendo discreto.

Agora não!

Fico com um ato que é mais do que simbólico de ontem, quarta.

Maia, pessoalmente, criou dificuldades para que assessores do Palácio do Planalto falassem com os deputados, o que é normal quando o governo tem demandas na Casa.

Vocês entenderam direito.

Usou o seu cargo para tentar impedir o governo de conquistar eventuais votos hesitantes.

Sabendo ser impossível conseguir os 342 contra o presidente, ele queria ao menos derrotar o relatório em favor de Temer, de autoria do deputado Bonifácio de Andrada.

A turma do Palácio teve de apelar aos líderes partidários.

Só isso?

Não!

Maia queria mesmo encerrar a sessão.

Não estava brincando.

Embora houvesse mais de 400 deputados na Casa, muitos parlamentares não registravam presença.

A irresponsabilidade de setores da imprensa ao noticiar o estado de saúde do presidente colaborava para o impasse.

Atenção!

Uma regra ditada pelo Espírito Santo, já que não está em lugar nenhum, estabeleceu que a sessão só poderia ser iniciada com 342 deputados.

Vá lá.

Todos toparam a invenção por ocasião da primeira denúncia, embora ela seja estúpida.

Mas deixo isso pra lá agora.

Num dado momento, havia 328 deputados na Casa, e o doutor ameaçou pôr fim à sessão.

Como uma César de si mesmo, um Napoleão de hospício, o Rei Sol de Brasília, afirmou:

“Eu estou aqui desde as 9 horas da manhã…”

Parecia fazer, assim, uma grande concessão a Temer e ao país.

Ora, qual concessão?

Estava apenas cumprindo o seu papel.

O seu tédio durante a votação foi além da linha do desrespeito.

Parecia estar lá torturado por alguma ideia fixa, que não o abandonava de jeito nenhum.

E posso bem imaginar qual fosse…

Ou achava que a Presidência da República deveria ser sua por merecimento divino.

Ou, então, percebia que seu protagonismo, ao contrário do que dizem seus aspones e plantadores, terminava ali.


  

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