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O Outro Lado Porque tudo tem dois, menos a esfera.

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

CHANCELER, PSDB, PMDB E FANIQUITOS
11/11/2017 - PEDRO LUIZ RODRIGUES*

Conta a edição de ontem do Diário do Poder que o ministro Aloysio Nunes Ferreira anda irritado com o que chama de cenas de histeria, no convívio recente com seus colegas do PSDB.

Ele está convencido, ainda, de que o PSDB cometerá grossa asneira se devolver os ministérios que ocupa – inclusive seu próprio (Relações Exteriores) –, e tomar cautelosa distância do governo de Michel Temer.

O argumento do chanceler é que se deixar o barco de Temer, o PSDB corre o sério risco de perder as eleições de 2018. Como chegou ele a tal conclusão não sei, não consigo atinar, devemos a ele perguntar.


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Em minha opinião, Sua Excelência está ao mesmo tempo certo e errado. Certo quando percebe que alguns líderes peessedebistas estão à beira de um ataque de nervos.

Errado, quando acredita que uma aliança estreita com o PMDB poderá render ao PSDB qualquer benefício eleitoral no futuro.

A história do PMDB não favorece muito a hipótese de que venha a lançar candidato à Presidência da República em 2018. Isso não decorre da baixíssima popularidade do governo Temer, nem do fato de que as investigações e processos da Lava-Jato devastaram as fileiras de seus notáveis, castrando as aspirações do quem pretendesse assumir o nobre sacrifício de chegar ao Palácio do Planalto.

O PMDB, quando se contabiliza o número de seus parlamentares e governadores, pode ser tido como o mais poderoso partido do País. Mas, paradoxalmente, ele é menos um partido nacional do que uma federação de partidos estaduais, uma herança do Segundo Império. Foi o que uma vez ouvi do ex-presidente José Sarney, em resposta a pergunta que lhe fiz sobre preferência de o PMDB segundar chapas do que encabeçá-las.

Se o PMDB continua a ser percebido como um grande partido nacional, deve-se a reminiscências no imaginário popular, por conta do passado de resistência democrática nos anos do regime militar, do empenho pelo retorno do País à democracia, dos grandes líderes que no passado teve.

Ora, se nada sugere que o PMDB tenha mudado de DNA político da noite para o dia, que tipo de vinculação eleitoral pretenderá ter com um PSDB que, afastado há quinze anos do poder federal, atrofiou-se ao ponto de ser dificilmente reconhecível até mesmo muitos de seus afiliados e simpatizantes?

Será que o partido não vai parar para refletir sobre as razões que levaram um notável grupo de economistas (responsáveis pela criação e execução do Plano Real, entre os quais Edmar Bacha, Gustavo Franco e Elena Landau) a dele se afastar?

O que os economistas reivindicaram é mais ou menos o que a média dos afiliados e simpatizantes desejam: a refundação ética e programática do partido, o distanciamento do governo Temer (mas como o apoio às propostas de reformas), para tentar impedir que em 2018 o Brasil sofra com a possibilidade de novas guinadas, para a esquerda ou para a direita.

Podem anotar. Quando chegar a hora da decisão, o PMDB vai se alinhar com o partido ou frente partidária que estiver em melhor posicionamento nas pesquisas de opinião pública. Há muito poucas chances de que esse partido venha a ser o PSDB. Não consigo avaliar ainda as chances da frente partidária que propôs criar o prefeito de São Paulo.

Por enquanto, quem vai tecendo alianças são os diretórios estaduais do PMDB com seus congêneres do PT. Em oito estados essas alianças já foram moldadas, pouco se lixando seus articuladores com o que venha a ser arranjado em Brasília.

A opinião pública, em particular a opinião pública peessedebista não tem as características, por exemplo, dos afiliados e simpatizantes do PT, que que idolatram seus dirigentes e tudo aplaudem. No PSDB não há espaço para semi-deuses, não há heróis insubstituíveis nem há espaço para baixarias. Sua aspiração é por políticos sérios, dignos e, de preferência, que respeitem seu eleitorado.

O velho Virgílio Távaro costumava dizer que há duas maneiras de um partido ou um político deixar de existir: ou quando o povo o largava, o quando o povo era por ele largado. O resto são faniquitos.

...

*Jornalista, com atuação nos mais importantes veículos do País, e diplomata.


  

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