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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Bicudos não se beijam
28/11/2017 - BLOG DE REINALDO AZEVEDO

Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, veio a público para anunciar que aceita, sim, ser o presidente do partido, como havia sugerido há tempos o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Alckmin estava reticente. Até porque suas aspirações, nesse particular, estavam contempladas pela candidatura de Tasso.

Diante da derrota certa para Marconi Perillo, governador de Goiás, o senador tentou ver se inverte aquela máxima de Quincas Borba, personagem de Machado de Assis, que, invertida, ficaria assim: “Ao perdedor, as batatas”.


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Explico.

Tasso, derrotado certo, renunciou para obrigar o então futuro vitorioso a renunciar também em nome da “pax tucana”.

E Perillo abriu mão da candidatura, sim, conforme o próprio Alckmin anunciou.

O nome do governador de São Paulo, candidato certo à Presidência da República, surge como resposta à crise interna.

Mas aí os problemas estão apenas começando. Não é impossível presidir o PSDB e disputar ao mesmo tempo a Presidência, mas a tarefa é difícil.

A chance de que Alckmin tenha, durante a campanha, de se licenciar é grande. Se eleito para o Planalto, tem de renunciar ao comando da sigla.

E quem assume?

Dadas as regras atuais, quem preside o partido escolhe o nome a seu gosto.

“Por que não Tasso?”

É o que eu chamo de inverter a frase de Quincas Borba: “Ao vencedor, as batatas”.

É uma das divisas do humanitismo, “filosofia” que aparece esboçada em “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e, com mais detalhes, no livro chamado “Quincas Borba”, ambos de Machado de Assis.

Ao renunciar agora para eventualmente assumir depois, Tasso tentou ficar com as batatas mesmo sendo o perdedor.

Perillo teria sido o vencedor se resolvesse bater chapa com Tasso, o que evidencia que o senador Aécio Neves, ainda presidente licenciado da legenda, embora severamente atingido pelo flagrante armado pela dupla Rodrigo Janot-Joesley Batista, mantém grande influência no PSDB.

Assim, o mais provável é que haja alguma mudança nas regras internas para decidir o futuro comando caso Alckmin venha a se licenciar durante a campanha presidencial ou tenha de renunciar ao comando partidário se eleito sucessor de Temer.

Mas que mudança seria essa?

Isso não está claro nem foi acertado no tal jantar.

Segundo informou o governador, a questão se ajeita na convenção.

Vamos ver.

Assim como foi desastrada a ação de uma parcela do tucanato, que tentou forçar, no muque e na marra, o rompimento com o governo de Michel Temer, não menos atrapalhada foi a movimentação do senador Tasso Jereissati para tomar o comando do partido.

Aquele que, segundo as regras, foi escolhido pelo próprio Aécio para substituí-lo — e só por isso pôde ser destituído —, resolveu fazer a sua própria política, ignorando praticamente metade da legenda, forçando a fratura com o governo.

Mais: interino que era, sem pretensões à continuidade, resolveu permanecer no cargo, imaginando uma eventual aclamação.

Ocorre que a postulação de Perillo era anterior à sua. E, então, se chegou ao impasse, que resulta agora no nome de Geraldo Alckmin para presidir a sigla.

Para o governador de São Paulo, a presidência no partido não é, como diriam os portugueses, o melhor sítio.

Numa campanha eleitoral que vai depender, mais do que nunca, de dinheiro público, recairão, sobre as costas do dirigente da sigla as demandas das seções locais da legenda.

Pior quando esse dirigente é também o candidato à Presidência. A pressão só aumenta.

Igualmente tensa pode ser a relação com o governo federal.

Alckmin, é bem verdade, nunca foi entusiasta da participação dos tucanos na gestão Temer, posição que sempre me pareceu indefensável.

“Quem ajuda a derrubar ajuda a governar”.

Era rigorosamente o que eu pensava em 1992, quando caiu Fernando Collor. E fui, então, um duro crítico do PT por se recusar a integrar a base de Itamar Franco.

Não é segredo para ninguém que os deputados que seguem a orientação de Alckmin votaram contra Temer na Câmara.

Convenham: uma coisa é querer sair do governo e mesmo lhe fazer oposição. Outra, distinta, é tentar derrubar o presidente.

No comando da legenda, aquele que também estará cuidando da própria candidatura terá de modular o tom da oposição ao Planalto, mas sabendo que parte da legenda… não se opõe.

E já vimos que essas coisas têm lá seus constrangimentos.

Os tucanos viviam dizendo, até havia pouco, que romper com o Planalto não implicava dizer “não” às reformas.

Temer fez uma convocação em favor das mudanças na Previdência, e os tucanos negaram fogo.

“Oh, sim!, apoiam, mas sem fechar questão…”

Ou por outra: os tais “cabeças pretas” não tinham nenhuma questão de princípio contra o governo. A pressão era e é meramente eleitoral.

Pergunta: a avaliação que se terá da gestão Temer em meados do ano que vem, com a economia crescendo, na média anualizada, perto de 4%, será a mesma que se tem agora?

Alckmin vai cuidar da própria candidatura ou do partido?

Eis por que é grande a chance de que, assumindo o comando, tenha de abrir mão dele.

Mas as dificuldades não param por aí.

O governador Geraldo Alckmin (SP) vai assumir a presidência do PSDB. Isso significa cuidar da estratégia do partido nas suas mais variadas frentes de disputa.

Não é tarefa trivial. E terá os perrengues com a própria candidatura.

Por que pessoas sensatas tomam decisões estúpidas, erradas?

Não sei.

A atual crise no tucanato começou quando a holding “JJ&F” (Joesley, Janot e Fachin) atuou para fabricar um flagrante contra o senador Aécio Neves, presidente agora licenciado, que desceu, então, aos infernos.

Tucanos não são petistas também no que respeita à solidariedade interna.

Começou a disputa para arrancar a cabeça do mineiro.

Obviamente, foi um erro.

O outro consistiu na pressão em favor do rompimento com o governo.

Até aí, vá lá.

Ocorre que parte da sigla tentou derrubar o presidente ao votar em favor do envio da denúncia para o Supremo.

E se dois terços da Câmara tivessem feito como aquelas duas dezenas de tucanos?

Isso inviabilizou, de pronto, não havendo mais ponte possível — e não parece que haja — o apoio do PMDB a Alckmin.

Nome certo à Presidência, Alckmin deixará o governo de São Paulo em abril.

Desde já, o PMDB se movimenta para ter seu próprio candidato ou, quando menos, para que o legado do presidente Michel Temer tenha um contendor.

Obviamente, pode ser o próprio Temer.

Mas há quem ache possível um Henrique Meirelles a disputar pelo DEM.

E por que não a dupla numa chapa só?

Notem que a segunda denúncia contra Temer foi votada e derrotada há praticamente um mês, e havia quem vendesse o apocalipse a preço baratinho.

Trinta e três dias depois, já se dá como certo que o governo terá um candidato; que o Planalto mantém, sim, um polo de atração de partidos ao centro e que o pré-candidato mais prejudicado por essa movimentação pode ser justamente Alckmin.

E isso tudo se deve, obviamente, a uma escolha errada.

E se insiste, de modo impressionante, no erro.

O jogo eleitoral dos tucanos pode ser bem-sucedido?

Bem, quem disser que sabe o que vai acontecer na disputa é porque está mal informado.

Há sólidas analistas de cenários, com os pés fincados na matemática, que apostam que, tudo o mais constante, dois postulantes podem passar ao segundo turno com menos de… 20% dos votos cada um.

Os desclassificados para a rodada final não estariam muito longe disso.

Geraldo Alckmin; Michel Temer (Henrique Meirelles); Jair Bolsonaro; Marina Silva; Lula (ou um ungido seu); Ciro Gomes (vice de Lula ou tendo um ungido de Lula como vice); J.Pinto Fernandes (aquele personagem do poema de Carlos Drummond que não havia entrado na história)…

Bem, tudo é possível.

Uma coisa é certa: os votos anti-esquerdistas vão se pulverizar mais do que os da esquerda.

Parece que isso está a indicar que haverá, sim, um candidato avermelhado no segundo turno.

Não aposto no nome de Lula porque acho que o TRF4 o condena antes no caso do apartamento de Guarujá, mesmo sem provas.

Mas isso vai demorar um pouco.

O PT esticará a corda até lá com o nome de seu líder maior porque, depois, fica mais fácil transferir os votos para aquele que ele abençoar.

Qual será o nome do não-esquerdista a disputar com o petista (eventualmente, com Ciro Gomes, caso venha a fazer um acordo com o PT, o que ainda não está descartado)?

É incerto.

Os comunas torcem para que seja, obviamente, Bolsonaro.

O curioso é que, nesse terreno não-esquerdista, até Marina Silva disputa lugar, embora o seu não-esquerdismo seja, digamos, uma “verdadeira fake News”!

Os xamãs da santa da floresta querem o nome de Joaquim Barbosa como vice.

Os tucanos podem ter o outro nome da etapa final.

Até podem.

Mas uma coisa é certa: estão fazendo um esforço imenso para ficar fora do segundo turno, não é mesmo?


  

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