Ódio militante 10/12/2017
- BLOG DE REINALDO AZEVEDO
A militância da imprensa contra o presidente Michel Temer, especialmente a de sua vertente “analítica”, chega a ser engraçada porque nem a lógica sobrevive a seu rancor dedicado.
Afinal, não é?, 9 entre 10 “analistas” previram a queda do presidente. E ele insistiu em contrariar os prognósticos. Logo, que seja aquinhoado com escárnio e maldizer. Por que isso?
Bem, sempre se pode apostar que Muamar Kadafi volte do inferno para impedir um petista de chegar ao segundo turno: Lula (nesse caso, ele vence!) ou um ungido seu.
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Não creio que o espectro do ditador fale ao coração do eleitorado que voltou a cair de encantos pelo companheiro. É grande a chance de uma das vagas do segundo turno já estar garantida.
Aí se trata de saber qual será o contraponto — que, pasmem!, hoje, não seria fatalmente conservador. Marina Silva, por exemplo, não está fora do jogo. Nem Ciro Gomes, aliado ao petismo ou não.
Imaginar que um candidato de centro, como é Alckmin, possa abrir mão do apoio do PMDB e possa se lançar numa campanha também contra o governo Temer é de uma supina estupidez.
E, como sabemos, alas do próprio PSDB sonharam com isso. Pior: pensam isso ainda hoje.
A tolice foi longe: até o grande FHC chegou a dar piscadelas para um troço sem nexo com a realidade, além de inconstitucional: a antecipação de eleição.
Noto um esgar crítico para a ponte, ainda que modesta, que Alckmin lançou para Temer e para o PMDB, como se o tucano pudesse se dar ao luxo de ver surgir uma outra candidatura no seu campo ideológico.
Ora, a situação já é bastante complicada como está, não é mesmo?, sem essa outra candidatura.
Se Lula for candidato — e acho que não será —, chega à resta final com mais de 30%. O segundo colocado pode não alcançar 20%; o terceiro pode ficar a décimos de ponto percentual de distância.
Digam-me: faz sentido sugerir que Alckmin deveria deixar de lado o governo Temer?
Eis, aí, uma daquelas considerações que nem erradas chegam a ser.
A perspectiva é só uma tolice, ditada pelo rancor e pelo ressentimento de quem enganou os leitores, os ouvintes, os telespectadores e os internautas.