Laus pede vista 06/01/2018
- Octávio Costa - ISTOÉ
O desembargador Victor Luiz dos Santos Laus, terceiro integrante da 8ª Turma do TRF4, terá papel decisivo no julgamento do recurso do ex-presidente Lula no próximo dia 24.
Como vota depois do relator e do revisor da Lava Jato, tarefas que cabem, respectivamente, aos desembargadores João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen, Victor Laus é o único que costuma pedir vista nos julgamentos da 8ª Turma.
De 23 recursos ali apreciados, pediu vista em seis. Portanto, ele pode determinar se o caso de Lula será concluído agora ou se será marcada nova data de julgamento.
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Gebran Neto é um juiz linha-dura, enquanto Leandro Paulsen adota posições mais moderadas.
Diante disso, o voto de Laus deverá definir o futuro de Lula. Se for condenado pelo TRF4, o petista ficará inelegível.
APOSTAS
Um ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, em meio às festas de virada do ano, pôs água na fervura que envolveu o julgamento de Lula.
Para ele, apesar de toda a agitação na bolsa de apostas, a sentença de Sergio Moro deve ser confirmada por unanimidade na 8ª Turma do TRF4, ou seja, três votos a zero contra o recurso do ex-presidente.
PROTESTOS
Movimentos de esquerda como a CUT e o MTST, além de políticos do PT, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff, estão organizando caravanas e protestos contra o julgamento, a partir do dia 13.
O próprio Lula promete ir ao TRF4 no dia 24. Mas a militância não terá vida fácil. A Justiça Federal proibiu acampamentos nos arredores do tribunal.
O ALVO DE PERILLO
Nas últimas semanas, o governador de Goiás, Marconi Perillo, invadiu jornais, rádios e TVs de Brasília com anúncios sobre suas realizações.
Diante da investida, gente de confiança do governador do DF, Rodrigo Rollemberg, concluiu que, por trás da propaganda, pode estar uma possível candidatura de Perillo no Distrito Federal.
Caso isso se confirme, ele vai enfrentar Rollemberg, candidato à reeleição.
RETRATO FALADO
“O que vale é a palavra de quem quer ser solto. Negocia a honra alheia e é premiado”
Acusado de receber propina em espécie por um delator da operação Carne Fraca, o deputado federal e ex-ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), negou a denúncia com veemência.
Explicou que tem sido perseguido desde 2005, quando foi relator da CPMI dos Correios, que deu origem ao processo do mensalão. “Atraí muitos inimigos”, afirmou, ao descartar as acusações.
Serraglio disse que o delator mente e não teria como provar onde e como entregou os valores ilícitos.
TOMA-LÁ-DÁ-CÁ - ARTHUR VIRGÍLIO
Como convencer seus pares do PSDB a apostarem no senhor se até o ex-presidente FHC disse que é possível que o partido não tenha candidato?
- O presidente se queixou de falta de ousadia. É exatamente o que ele tem em mim. O PSDB está muito caduco. Não apresenta ideias. Acho que a indefinição do partido abre espaço para fantasmas como Bolsonaro e Lula. Fui muita coisa no partido: líder de governo (FHC) duas vezes e secretário-geral do PSDB por três anos.
O senhor vai manter a intenção de disputar a Presidência, mesmo concorrendo com o governador do estado que é berço do PSDB?
- Sem dúvida. Alckmin não responde ao que o momento está pedindo: mais ousadia. Eu quero discutir qualquer coisa, desde a união homoafetiva à segurança pública. Como vai ser o palavreado que ele vai usar para disfarçar sua posição, que não é nenhuma?
Como sua candidatura é vista pelos colegas do PSDB?
- Não sou candidato do establishment. Não pertenço a nenhuma panelinha. Quero provar que sou mais apto a ganhar as eleições externamente do que o Alckmin.
EM FLAGRANTE
O jornalista Irineu Tamanini conhece o Judiciário como poucos. Foi assessor de presidentes do STF, do STJ, do TSE e do TST e também da OAB federal. Tem um baú de histórias para contar. Eis uma delas.
Quanto era presidente da Câmara, Luis Eduardo Magalhães, filho de ACM, gabava-se de sua coleção de gravatas, todas italianas. Certa vez, o então presidente do STF, Sepúlveda Pertence, passeava em Roma por ruas próximas à Via Del Corso, quando viu o deputado comprando gravatas de um camelô.
“Que dizer que é em camelô que você compra suas lindas gravatas?”, indagou Pertence. Constrangido, Magalhães não deu resposta. E Pertence seguiu em frente, às gargalhadas.
DE PÉS JUNTOS
Em almoço na sexta-feira 29 de dezembro, na casa do presidente do PMDB do Maranhão, Remi Ribeiro, com políticos do Estado, o ex-presidente José Sarney garantiu que não iria se opor à nomeação de Pedro Fernandes para o Ministério do Trabalho.
Há testemunhas.
Apesar das versões sobre seu veto, Sarney insiste: “Não fui consultado. Não vetei”.
UM EXEMPLO
Como prova de sua isenção, José Sarney lembra que, no governo Dilma, não vetou a indicação do ex-deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) para a presidência da Embratur. Na época, foi chamado ao Palácio para tratar do assunto. Consultado pela presidente, ele deu sinal verde. Dino, hoje governador do Maranhão, é inimigo histórico da família Sarney.
PEDRA NO CAMINHO DE ALCKMIN
Se o Nordeste é reduto eleitoral do ex-presidente Lula, o Paraná e Santa Catarina sempre encheram o balaio do PSDB.
Mas, desta vez, segundo pesquisas do Instituto Paraná, vai ser diferente.
O PSDB se desgastou na região e perde votos para Jair Bolsonaro.
Por isso, Geraldo Alckmin está empacado em 6%.
RÁPIDAS
* Na França, o presidente Emmanuel Macron, ao dar os votos de ano novo para a mídia, anunciou que apresentará em breve um projeto de lei para combater a difusão de “fake news” na internet. No Brasil, discute-se o tema, mas nada de concreto foi feito até agora.
* Previsão do gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, sobre a sucessão presidencial: “Acho que o empresário estará comprometido com uma candidatura de centro, que apoie as reformas”.
* Presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson tem o santo forte. Em 2005, derrubou José Dirceu da Casa Civil. Depois, venceu um câncer de pâncreas. E agora se emociona ao ver a filha, Cristiane Brasil, ministra do Trabalho.
* No horóscopo chinês, o ano do Cão de Terra começa em fevereiro. Influências do signo são a lealdade, a honestidade e a fidelidade. Mas outra característica é a desconfiança, que pode ser fatal em época de eleições.