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O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Patrimônio multimilionário dos Bolsonaros dá início ao esfarelamento do falso mito; sicários do comedor de gente açulam ódio
13/01/2018 - BLOG DE REINALDO AZEVEDO

Escrevi ontem dois textos sobre o “Milagre Bolsonarista da Multiplicação do Patrimônio”. Os fiéis de sua seita não gostaram.

O argumento mais inteligente que usaram contra mim já foi empregado, ora vejam!, pelo deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ): só escrevi esses textos porque eu seria “uma bichona enrustida”.

Ainda que fosse verdade: isso mudaria alguma coisa no patrimônio de R$ 16,7 milhões da Família Bolsonaro?


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O fato: com um levantamento de bens em cartórios, a Folha esfarelou os pés de barro do “mito”.

É uma estratégia eleitoral que está virando pó. Já chego lá.

Sim, os fiéis da Igreja Bolsonarista ficaram furiosos. Em especial, agastaram-se com uma conta irrespondível que fiz: se o quarteto — Jair, Eduardo, Carlos e Flávio — tivesse guardado 100% de seus ganhos com política ao longo dos anos, a soma, ainda assim, seria inferior ao patrimônio dos quatro: R$ 16,7 milhões.

“Isso prova o quê, Reinaldo?”

Não gosto da palavra “prova”.

Ainda não acusei a turma de ter cometido um crime.

Prefiro assim: os números evidenciam que a política tornou multimilionário um pobretão.

Mas também evidenciam que não está clara a fonte dessa riqueza.

Bolsonaro é o único?

Claro que não!

Ele é apenas mais um.

Logo, pergunte-se: o que o diferencia de boa parte dos seus pares?

Responda-se: é bastante mais ignorante e grosseiro do que a média dos deputados federais.

Isso à parte, nada!

Lamento! Dados os ganhos regulares e de pai e filhos, não se consegue chegar àquele patrimônio nem com reza braba.

Mas sigamos.

MITO? QUE MITO?

Os fanáticos do bolsonarismo criaram a ridícula palavra “bolsomito”.

Cumpriria, desde sempre, indagar: “por quê?”

Reproduzo as três primeiras acepções da palavra “mito” no Dicionário Houaiss:

1- relato fantástico de tradição oral, geralmente protagonizado por seres que encarnam, sob forma simbólica, as forças da natureza e os aspectos gerais da condição humana; lenda, fábula, mitologia;

2 – narrativa acerca dos tempos heroicos, que geralmente guarda um fundo de verdade;

3 – representação de fatos e/ou personagens históricos, frequentemente deformados, amplificados através do imaginário coletivo e de longas tradições literárias orais ou escritas…

Em quais delas se encaixa o fabuloso deputado?

Que riscos ele correu?

Quais são seus feitos extraordinários?

Seus seguidores não conseguem, porque inexiste, nem mesmo lembrar um projeto de sua autoria, embora esteja entrando no 29º ano de mandato.

RAZÃO DO DESESPERO

Até a semana passada, Bolsonaro responderia com uma grosseria qualquer a essa ou àquela crítica, desqualificando o interlocutor e pronto!

Uma pergunta que não fosse do seu agrado, como sabemos, já era pretexto para uma canelada.

Como é mesmo?

Em entrevista à Folha, afirmou, por exemplo, que usava o auxílio-moradia para “comer gente”…

De toda sorte, passava a imagem do homem impoluto, que nem sombra fazia, tal a sua transparência.

Sua estupidez decorreria de sua sinceridade.

Suas palavras reproduziriam a indignação do homem comum…

Notem: para chegar ao segundo turno, ele tem de conquistar apoios fora da faixa de seus sicários.

A extrema-direita caipira que o aplaude e venera deve corresponder, eu chuto, a uns 30% das intenções de voto nele declaradas: algo em torno de 6% do eleitorado.

Ele só está em segundo lugar nas pesquisas porque granjeou simpatias fora do nicho da boçalidade extremista, onde se acoitam armamentistas, perseguidores de minorias sociais e “haters” profissionais.

Sim, também existe o voto bolsonarista do homem comum, do trabalhador pobre, do classe-média desesperançado.

Essa gente gosta — ou gostava — de acreditar que partilhava com o “mito” mais do que algumas ideias simples e erradas para problemas difíceis.

O deputado seria um deles, simples como eles, lutador como eles, discriminado como eles.

Ocorre que esse figurino não combina com um patrimônio multimilionário.

Esse figurino não combina com o contumaz recebedor de auxílio-moradia, embora ele não precise do benefício.

Esse figurino não combina com o deputado que mantém há 15 anos, como funcionária da Câmara, uma senhora que lhe presta serviços domésticos em uma propriedade de veraneio, mulher de seu caseiro…

Bolsonaro sabe que, fora dos bolsões do fanatismo, começa a se desfazer não o “mito”, mas a mistificação.

E se conseguiu isso com um simples — embora certamente trabalhoso — levantamento de propriedades em cartórios.

Será que o deputado resiste, por exemplo, ao exame da máquina gigantesca que movimenta seu nome da Internet e tenta calar seus críticos?

A ver.

O Bolsonaro a que tinha aderido a parte desavisada do eleitorado não combina com o homem de R$ 16,7 milhões.

Nos últimos 28 anos, ele só teve uma atividade remunerada conhecida: a política.

Recoloco a questão: “Bolsonaro é o único?”

Claro que não! Ele é apenas mais um.

Logo, pergunte-se: o que o diferencia de boa parte dos seus pares?

Seria o canibalismo?

Afinal, ele se confessou um comedor “de gente”.

Bolsonaros podem até ser presos

O deputado Jair Bolsonaro, que não consegue explicar, por caminhos racionais e lógicos, o Milagre Bolsonarista da Multiplicação de Propriedade, é puxa-saco do Operação Lava-Jato.

Pois é…

Fosse tudo como querem os procuradores, o buliçoso parlamentar e seus filhos iriam parar no banco dos réus.

Quem sabe na cadeia.

E teriam os bens confiscados.

Explico daqui a pouco.

Antes, outras considerações.

Bolsonaro gosta de se considerar o mais fiel defensor da força-tarefa. Abusa das falácias que fazem bem ao formato do crânio de seus fanáticos.

E aqui uma nota: faço uma distinção entre eleitores e sectários.

Sim, existem pessoas de boa-fé que votam em Bolsonaro.

A minha crítica é dirigida a seus sicários morais.

O silogismo falacioso se revela assim:

– A Lava Jato investiga corruptos;

– “Eu, Bolsonaro, não sou investigado pela Lava Jato”;

– “Logo, eu, Bolsonaro, não sou corrupto.”

Ora, devemos, então, entender que a Lava Jato esgota todas as possibilidades de investigação de mau uso do dinheiro público?

Há trouxa que cai na conversa.

Ainda que Bolsonaro e seus filhos não sejam corruptos, peculatários ou lavadores de dinheiro, tais negativas não teriam relação nenhuma com a operação.

Afinal, ser investigado por ela não é prova de indecência.

Não ser investigado não é prova de decência.

Ou você acha, leitor amigo, que todos os ladrões de dinheiro público do país foram pegos pela força-tarefa?

É do balacobaco!

A Lava Jato passou a exigir, como se sabe, a prova negativa, coisa típica de ditaduras: “Prove que você não é culpado”.

O procedimento gerou uma filha bastarda: a “honestidade negativa” — ou: “Sou honesto porque não estou na operação”.

Ora, vão plantar batatas!

Mas volto à questão do “Bolsonaro réu”, quem sabe preso…

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Reinaldo Azevedo, eu mesmo!, criticou algumas das tais 10 medidas contra a corrupção, propostas do Delta Dallagnol.

Vejam que coisa!

Critiquei e fui atacado pela súcia bolsonarista.

Pois é…

Se uma das propostas, que reproduzo abaixo, ainda virar lei, Bolsonaro e seus filhos — lava-jatistas convictos — estarão em maus lençóis.

O Artigo 312-A do Código Penal ficaria com esta redação:

“Art. 312-A. Adquirir, vender, emprestar, alugar, receber, ceder, possuir, utilizar ou usufruir, de maneira não eventual, de bens, direitos ou valores cujo valor seja incompatível com os rendimentos auferidos pelo servidor público, ou por pessoa a ele equiparada, em razão de seu cargo, emprego, função pública ou mandato eletivo, ou auferidos por outro meio lícito:

Pena – prisão, de 3 (três) a 8 (oito anos), e confisco dos bens, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.”

Entenderam?

A Lava-Jato, que o bolsonarismo defende com unhas e dentes — não seria com o cérebro, certo? — quer mandar servidores ou pessoas equiparadas (caso dos parlamentares) para a cadeia e lhes confiscar as propriedades caso se considere que os bens do vivente não são compatíveis com a renda.

Não sei se perceberam: na proposta de Deltan Dallagnol, o MPF não teria de provar que o sujeito cometeu um crime.

Pra quê?

Se o tribunal (qual?) concluir que dito-cujo tem bens superiores à sua renda, isso bastaria para até oito anos de cana, além do confisco.

É claro que eu sou contra essa estrovenga.

Ainda que uma vista d’olhos aponte para uma imoralidade — É O QUE CONSTATO, POR ENQUANTO, NO CASO DA FAMÍLIA BOLSONARO —, entendo que, numa democracia de direito, só se pode punir alguém mediante a prova de que um crime foi cometido.

Bolsonaro e seus filhos não têm renda para um patrimônio amealhado de R$ 16,7 milhões.

Há alguma evidência de cometimento de crime?

Até agora, não!

E, caso ela não surja, fim de papo.

Mas atenção!

Assim é porque a “lei de Dallagnol” não foi aprovada, como defendiam os bolsonaristas!!!

Não é curioso?

Bolsonaro e seus sicários dizem defender um projeto de lei que, se aprovado, poderia mandá-lo e aos filhos para a cadeia, além de lhes confiscar as propriedades.

Eu, que não tenho simpatia nenhuma pelo clã, defendo uma ordem legal que os mantém soltos.

Não porque eu os considere inocentes, decentes ou morais.

Mas porque não há prova do cometimento de um crime.


  

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