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O Outro Lado Porque tudo tem dois, menos a esfera.

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

BANGUELA. O NOSSO HERÓI SEM CARÁTER
26/01/2018 - PAULO CASTELO BRANCO - DIÁRIO DO PODER

A luta de Banguela pela paz e igualdade social nasceu com ele. Ainda criança andava pelas ruas pobres do seu miserável barraco em busca de alimento e de algum dinheiro para colocar em casa. De família numerosa, o pai irresponsável os abandonou para mudar de vida na cidade grande.

A mãe, desconhecendo o paradeiro do marido, catou seus pertences e, também, seguiu para o sul com a filharada.

Enquanto os irmãos engraxavam sapatos, usando suas caixinhas de madeira, Banguela vagava pelas ruas procurando caminhos mais suaves para progredir.


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Com a ajuda de entidades sociais, fez curso profissionalizante e, ainda na juventude, passou a trabalhar na indústria. Logo sofreu um acidente que o afastou do trabalho por invalidez.

Com a pequena grana garantida, observou que poderia aproveitar o seu tempo para se dedicar à causa proletária.

Sem estudo, mas inteligente, se aproximou de alguns líderes sindicais, passando a fazer parte da elite. Fez carreira rápida.

Com discurso fluente e populista foi identificado como perigoso oposicionista. Não era.

Quando foi levado às grades por subversão, conquistou seus carcereiros e se transformou num parceiro para conter a violência.

Daí para frente, Banguela abriu caminho para a política e o poder.

Aliado a intelectuais encantados com o sindicalista franco e supostamente honesto, chegou ao ápice assumindo o poder em poucas décadas.

No controle do país, aplicou seus conceitos em relação ao povo desamparado tornando-se personagem reconhecido mundialmente.

Nas viagens, como não gostava de ler, determinava a assessores que fizessem resumos de assuntos importantes e conheceu o seu herói: Nelson Mandela, político africano que, depois de passar 27 anos na cadeia, foi libertado, presidiu e libertou a África do Sul.

Queria ser tal qual o seu herói.

Durante algum tempo foi o cara, o mais aguerrido torcedor do Corinthians, o querido da imprensa, o sonho de cada sogra, até que a casa caiu.

Fingindo juntar recursos para ficar no poder até a morte, como seus amigos Fidel e Chávez, foi pego em roubalheiras.

Processado, desconfiou que seria preso como vários dos seus companheiros mais próximos.

Transferiu algum dinheiro para países que o acolhessem em caso de condenação.

Foi julgado e condenado.

Saiu às ruas se dizendo injustiçado e perseguido por golpistas.

A imprensa virou inimiga, aliados se transformaram em traidores, Deus e o diabo invocados a cada instante. A vida um inferno.

Após o julgamento, sem constrangimentos, partiria de jato privado para a África de Mandela.

O pretexto da viagem é a luta contra a fome; a mesma fome que restaram de seus governos.

Lá, na Etiópia, imaginava que, se necessário, pediria asilo usando os argumentos de perseguição política.

É possível que em alguma ditadura, tão comum por aquelas bandas, Banguela poderia livrá-lo da cadeia e visitar o local onde seu herói passou seus longos anos de cárcere.

Verificaria que a história de Mandela é inversa à sua.

Mandela ficou 27 anos preso e saiu para governar o destino do seu país; Banguela, que governou o país por 13 anos, saiu do poder depois de arruinar o país e passará, por enquanto, 12 anos e 1 mês trancafiado.

É o nosso Macunaíma.


  

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