O mundo gira e os partidos rodam 18/04/2018
- CARLOS BRICKMANN - CHUMBOGORDO.COM.BR
Aécio, não faz muito tempo, era candidato forte em 2018. Hoje é réu e perdeu de 5x0 no Supremo.
Temer é o presidente, a inflação caiu em seu Governo, mas não há Viagra eleitoral que levante sua popularidade.
Lula, com toda a papagaiada em torno de sua prisão, caiu nesta semana seis pontos percentuais: de 37 para 31%.
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Não faz muita diferença, porque é barrado não pela baixa aceitação, e sim pela Lei da Ficha Limpa – mas como será hoje sua capacidade de transferir votos a nulidades, depois da experiência Dilma?
Alckmin vai mal, embora sempre tenha tido votos em São Paulo.
E Meirelles, João Amoedo, Álvaro Dias, Flávio Rocha, Manuela d’Ávila, Guilherme Boulos, Aldo Rebelo?
Juntando o carisma e a popularidade de cada um, nem juntando todos se conseguiria um candidato.
Há Ciro Gomes, mas só ganharia força se tivesse o apoio do PT.
O PT, porém, só aceita apoios, rejeitando apoiar quem não seja do partido.
Há os salvadores da Pátria, como Marina Silva e Joaquim Barbosa, que estão bem num início de campanha.
Mas Marina Silva sempre despencou no meio do caminho (aliás, Ciro Gomes também).
Joaquim Barbosa tem boa imagem, mas é autoritário e intratável.
Como isso se refletirá em sua campanha?
Bolsonaro, então?
Depende: como se comportará com pouquíssimo tempo de TV?
Como reagirá aos ataques pessoais que irá receber?
Às vezes se descontrola.
Isso já tirou candidatos em eleições anteriores.
Aguentará?
TIRA, PÕE
A ala paulista de Geraldo Alckmin tem o controle do PSDB. Mas não há político, tucano ou não, que fique tranquilo com candidato fraco.
Há quem pense em sair com João Doria e lançar Alckmin ao Senado (com o abono de segurar o apoio do cacique socialista Márcio França, com o que Barbosa perderia seu próprio partido em São Paulo).
Doria tem hoje a vantagem de ser um tucano da gema: depois de trair Alckmin e solapar a aliança do PSB paulista com o PSDB, Doria já é odiado por todos os seus amigos.
Nada mais tucano: o PSDB é um partido de amigos formado 100% por inimigos.
DEIXA FICAR
O PMDB é o maior partido brasileiro, com tradição e presença em boa parte dos municípios. Mas candidato... Temer, Meirelles, Paulo Skaf?
Não dá: é por isso que o PMDB normalmente não lança candidato e dá apoio ao que ganha.
Os caciques estaduais fazem suas próprias alianças, sem levar em conta as alianças nacionais.
Renan Calheiros, por exemplo, fecha com o PT; Eunício, amigo de Temer, tenta juntar-se ao PT no Ceará.
O PMDB não se preocupa com as aparências: sempre usa todas as vantagens.
TEMPO REI
O fato é que, a poucos meses das eleições, é complicado escolher seu candidato.
Só um pouco mais perto de outubro o quadro fica mais estável.
AÉCIO NO SEXTO
Indiciado por corrupção passiva e obstrução à Justiça, Aécio é o sexto senador a enfrentar o Supremo em consequência da Lava Jato.
Os outros são Gleisi Hoffmann, Agripino Maia, Romero Jucá, Valdir Raupp e Fernando Collor, uma do PT, dois do PMDB, um do DEM, um do PTC.
Mas calma: as coisas andam devagar.
A denúncia sobre o Quadrilhão que envolve quatro senadores (Romero Jucá, Valdir Raupp, Renan Calheiros e Garibaldi Alves Filho), do PMDB, e o então presidente da Transpetro, Sérgio Machado, foi encaminhada ao Supremo em agosto de 2017; e ainda não foi analisada.
Demora para que passem a ser chamados de Guerreiros do Povo Brasileiro.
A propósito, o ex-presidente José Sarney, que na semana que vem completa 88 anos, está entre os denunciados.
SEM TETO, COM ÔNIBUS
Os participantes da invasão do apartamento à beira-mar que gerou a primeira condenação de Lula são sem-teto, mas chegaram à praia em ótimos ônibus alugados.
Pularam a cerca do Edifício Solaris, onde fica o triplex que Lula diz que não é dele, renderam o vigia, subiram ao apartamento, arrombaram a porta e se instalaram.
O grupo que não entrou no prédio demarcou a praia para montar suas barracas.
Só não levou em conta que Alckmin deixou o Governo para se candidatar à Presidência, e seu sucessor, Márcio França, é mais disposto.
Avisou que o prédio tinha de ser desocupado na hora, ou os invasores seriam presos.
Saíram todos e não quiseram nem tentar acampar na praia.
O problema agora é fazer com que paguem os danos causados ao prédio e ao apartamento que não é de Lula.
VÃO TOMAR BANHO!
A Câmara Federal está abrindo licitação para a troca das banheiras de hidromassagem e outros equipamentos hidráulicos de parte dos imóveis postos à disposição dos deputados.
São aquecedores, chuveiros, duchas higiênicas, pias de granito.
Custo?
Quem quer saber de custo, numa hora em que é preciso lavar até reputações?