Os fabricantes de reis 22/04/2018
- CARLOS BRICKMANN - CHUMBOGORDO.COM.BR
Quinze senadores envolvidos em inquéritos podem perder o tal foro privilegiado: se não forem reeleitos, responderão diante do juiz de primeira instância – talvez Sérgio Moro, por que não?
Cinco governadores investigados, para se candidatar a outros cargos, renunciaram e estão sem foro privilegiado: já respondem ao juiz singular. Só voltam ao foro privilegiado se forem eleitos.
Ou seja, é você, caro leitor; é você, caro eleitor, que decide se eles ganharão as eleições, o que significa que anos vão se passar até que os tribunais superiores possam cuidar de seus casos.
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Seu voto decide - e só os votos decidem - se Suas Excelências serão julgados como cidadãos que são ou como Excelências que nem todos são.
Alguns destes nomes são desconhecidos. Outros são bem conhecidos.
A FÉ E A FORÇA
Fernando Henrique, lançando seu novo livro, deu entrevistas em que se diz confiante na candidatura de Alckmin à Presidência.
Garante que, como candidato, o ex-governador paulista é um corredor de maratona, que não dá grandes arrancadas mas chega bem ao final.
Pode ser. E quem acha que Alckmin tem um problema se engana. Alckmin tem vários problemas, do baixo índice na pesquisa (paradinho nos 7%) à abertura de inquérito sobre a acusação de que teria recebido R$ 10 milhões da Odebrecht, mais a carga que será carregar o peso de Aécio, mesmo que o expulse do partido.
Há mais: o goiano Marconi Perillo, que foi até cogitado para coordenar a campanha, enfrenta inquérito na primeira instância e delação da Odebrecht.
A multiplicação de candidatos do mesmo setor (Álvaro Dias, Meirelles, Temer, Flávio Rocha) dificulta a tarefa de se consolidar.
Pois não há tucanos olhando com esperança a possibilidade de lançar João Doria?
DESIGUALMENTE IGUAIS
Outro problema grave de Alckmin é o desgaste da imagem do PSDB. Durante uns 30 anos, o PSDB foi o porto seguro para quem rejeitava o PT.
O PSDB aproveitou a oportunidade oferecida pelo PT para um contraste de imagem, mostrando o Governo petista como corrupto.
De repente, Aécio também vira símbolo, o Ministério Público inaugura a temporada de caça aos tucanos, o PT acusa tucanos de cometer os mesmos pecados de que os acusavam e o partido, além de moderar os ataques, tem de se defender.
Como, se as acusações vêm das mesmas fontes que o PSDB citava contra o PT – e o candidato à Presidência é Alckmin, com todo o seu charme?
COISA QUE NÃO PODE
Por falar em desgaste: que deu na cabeça do presidente da Petrobras, Pedro Parente, para aceitar acumular o cargo na estatal com um privado, o de presidente do Conselho da BRF (união Sadia-Perdigão)?
Parente foi um ótimo ministro, de capacidade reconhecida e irregularidades zero; dirigiu depois um grande empreendimento jornalístico privado, a Rede Brasil Sul, com sucesso; ao assumir a Petrobras, ordenhada à exaustão nos governos anteriores, faz um trabalho impecável de recuperação.
Não há suspeitas sobre ele. Mas misturar um grupo privado com a maior estatal do país não é aceitável.
É dar a volta ao mundo para pisar numa casca de banana.
Estatal é estatal, empresa privada é empresa privada, e ponto final.
POR QUE LÁ?
Nada de estranho: um cidadão, o subtenente do Exército Édson Moura Pinto, foi assaltado na madrugada de quarta-feira, em Curitiba, e levaram aquilo que encontraram em seu carro.
Moura Pinto havia sido cedido ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e, na forma da lei, designado para a segurança do ex-presidente Lula.
Esquisito: que é que fazia Moura Pinto em Curitiba, considerando-se que o ex-presidente Lula estava preso, sob a guarda da Polícia Federal?
Os meandros burocráticos do serviço público certamente explicam esse fato.
Muito estranho: de acordo com Moura Pinto, foram levados do carro o passaporte de Lula e outros pertences do ex-presidente: roupas, talão de cheques, um frigobar.
OK: roupas e frigobar poderiam ser levados a Lula.