capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 24/09/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.764.348 pageviews  

O Outro Lado Porque tudo tem dois, menos a esfera.

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Carne bovina entra na mira dos Impostos sobre o pecado
09/05/2018 - Carlos Dutra - IstoÉ

De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agro representa quase a metade das exportações do País, 48% do total. Ou seja, nem é preciso se aprofundar muito para atestar o peso do setor na economia.

O constante crescimento da participação do agronegócio no PIB apenas tornou mais evidente a contribuição desse segmento para a arrecadação tributária.

Mesmo diante de uma asfixiante carga de tributos, o setor agroindustrial quase sempre se vê envolto em discussões de natureza tendente a incrementar ainda mais o que se arrecada.


PUBLICIDADE


Um dos exemplos mais recentes é a crescente discussão em torno de uma sobretaxação de produtos agroindustriais nocivos à saúde humana, pautada em forte tendência mundial para adoção dos chamados “sin taxes”, que são os “impostos sobre o pecado”, em tradução literal.

É importante esclarecer que os impostos sobre o pecado não se configuram como novos tributos, mas sim como uma elevação das alíquotas dos tributos já existentes aplicadas a produtos considerados nocivos à saúde humana, tais como bebidas alcoólicas, cigarro, açúcar, entre outros.

Recentemente, a discussão quanto à extensão dos “sin taxes” se espraiou para a produção de carne bovina, diante da suposta contribuição do rebanho bovino na alteração climática.

Assim como os apontados malefícios da carne bovina na saúde humana.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a estimativa é que 15% da emissão global de gases de efeito estufa – principal fator para as mudanças climáticas – seja fruto do rebanho bovino.

Países como a Dinamarca já iniciaram estudos para sobretaxação da carne bovina e o assunto tem sido tendência nos demais países europeus.

Assim, é natural que, nos próximos anos, esse tema ganhe força especialmente no Brasil, que possui o segundo maior rebanho bovino do mundo, com 226 milhões de animais.

Contudo, é necessário que se tenha muita cautela na adoção dessas medidas.

Isso porque, ao mesmo tempo em que se discute a contribuição do rebanho na alteração climática também já se discute a possibilidade de produção de mecanismos de desenvolvimento limpo, tendentes a reduzir sensivelmente a emissão de gases poluentes.

Do mesmo modo, no que se refere à saúde das pessoas, é real e comprovada a contribuição da proteína animal no desenvolvimento humano e sua importância para a nossa dieta.

Não se quer, com isso, defender a não aplicação de uma sobretaxação sobre produtos nocivos à saúde humana.

Muito pelo contrário, pois a indução de comportamentos por meio de alterações de carga tributária é medida louvável e que engrandece o tributo como mecanismo não unicamente arrecadatório.

O que é preciso ponderar, em casos como o da carne bovina, são os impactos decorrentes de medidas dessa natureza.

Entre elas estaria a dificuldade de acesso à carne bovina pela população de baixa renda, tão logo sejam aprovadas medidas que acarretem no incremento da carga tributária incidente sobre tais produtos.

É preciso, portanto, que sejam ponderados todos os efeitos econômicos decorrentes de qualquer decisão, mesmo que inicialmente bem-intencionada.

Menos mal nesse momento, que de modo prático o tema ainda esteja distante de uma real aplicação em território nacional.

Mas é inegável que tende a ganhar a pauta das discussões tributárias nos próximos anos.

E por ser uma sobretaxação que tratará do mesmo modo o produto interno e o importado, é bom já deixar claro para todos os agentes da cadeia que, a princípio, a Organização Mundial do Comércio não seria o fórum adequado para discussões dessa natureza, restando às autoridades judiciais brasileiras a definição acerca da legalidade e da constitucionalidade da sobretaxação da carne bovina.


  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques