O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Chávez pagou para Morales estatizar gás da Bolívia, diz jornal
23/03/2007 - Terra e Reuters

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez teria pago pela polêmica nacionalização do gás boliviano. De acordo com o jornal The Guardian, a estatal venezuelana do petróleo PDVSA contratou um grupo de advogados americanos para enfrentar as companhias energéticas estrangeiras.
O fato mostra o nível de colaboração entre os dois líderes de esquerda da América do Sul.

Manuel Morales Olivera, chefe da estatal de energia da Bolívia, YPFB, já tinha dito, na véspera da discussão sobre a estatização de hidrocarbonetos no Congresso, que o país não tinha gasto nada com a operação.

¨YPFB não pagou absolutamente nada, nem um centavo¨, explicou. Perguntado sobre quem teria pago ele respondeu que teria sido a PDVSA.

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O país governado por Evo Morales estremeceu o mercado internacional de gás e petróleo ao romper todos os padrôes de exploração no local.

Poços, refinarias e distribuidoras foram nacionalizadas em 2006. Multinacionais de vários países, entre elas a Petrobrás, lutaram para tentar reaver os valores perdidos na manobra.

A Bolívia apóia a criação de um cartel sul-americano de exportadores de gás natural, como forma de garantir ¨os melhores preços¨, disse na quinta-feira o ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, segundo o site do jornal local El Diario.

Villegar disse que levará essa posição a um fórum de países exportadores de gás que ocorrerá em 9 de abril no Catar.

Segundo o ministro, a Bolívia ratificará nesse encontro o desejo de ser ¨parte ativa da Organização dos Países Exportadores e Produtores de Gás da América do Sul¨, promovida pela Venezuela e defendida também pela Argentina.

O Peru, que está próximo de também se transformar em um importante exportador de gás, não se manifestou sobre a idéia.

A Bolívia tem a segunda maior reserva de gás do continente, depois da Venezuela, e é atualmente o maior exportador da região, vendendo 33 milhões de metros cúbicos diários a Brasil e Argentina.

¨Essa é uma oportunidade inigualável para o país, que está em busca dos melhores preços para um recurso não-renovável como o gás natural¨, disse o ministro, acrescentando que La Paz defenderá ¨um consenso sobre os preços regionais e mundiais do gás natural¨, um dos menos poluentes entre os combustíveis de uso em larga escala.

Outros grandes produtores de gás, como Rússia, Irã e Argélia, também devem participar da reunião em Doha, segundo a imprensa boliviana.

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