A escada se lava de cima para baixo 18/08/2018
- CELSO TRACCO*
Uma das máximas na atividade empresarial é que “a escada se lava de cima para baixo”. Ela faz analogia ao trabalho de uma assessoria contratada por determinada empresa que precisa de uma real transformação para sobreviver, pois o seu modelo de negócio está se deteriorando e ela não consegue, sozinha, se reerguer.
Ou seja a “limpeza” tem de começar pela diretoria e ir descendo até chegar à base, degrau por degrau.
Muitas vezes, o gestor da empresa, que teve sucesso no passado, não quer perceber que o seu tempo passou, que seus métodos são ultrapassados.
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Continua se agarrado ao seu posto de maneira monolítica.
O gesto pode até ser nobre, poético, heroico, mas é inócuo e principalmente egocêntrico.
Pensa em si mas não no bem comum.
Nas próximas eleições de outubro, o Brasil precisa começar a lavar a escada de cima para baixo.
Uma verdadeira limpeza, com produtos bem fortes, daqueles que removem toda a sujeira. Certamente dará muito trabalho, será extenuante e precisaremos de muitas mãos.
A escada do poder, cujo degrau mais alto é simbolizado pelo Palácio do Planalto, deveria ser de limpeza imaculada, porém, está imundo de tantos detritos, de tantos dejetos, de tantos restos de material velho e abandonado. Olhando bem de perto seu aspecto causa nojo e repulsa.
Não adianta fazer uma limpeza assim por cima, leve, apenas para constar. Temos realmente de nos empenhar para eliminar toda a sujeira.
O melhor detergente para essa limpeza? O voto, o seu voto, o nosso voto!
Quem deve limpar a escada? Sem dúvida, nós os eleitores. Apenas pela força do voto podemos começar a limpar a “principal escada” de nosso país.
Esse deve ser um trabalho contínuo e com a participação de toda a sociedade, não pode ser reduzido a algumas pessoas ou grupos que se julgam “iluminados”.
A empresa Brasil até que começou com ares de limpeza mas, com o passar do tempo, passou a ter uma propina aqui, um mensalão ali, pedaços de malas e roupas usadas para guardar dinheiro, porcentagens e nomeações espúrias em quase todos os departamentos.
Privilégios, pensões, obras faraônicas paradas, indicações políticas (cabides de emprego). Foram tantas as ingerências, que a empresa ficou sem caixa para cumprir com os compromissos assumidos.
Mas, o gestor não demite ninguém, ao contrário, aumenta ainda mais os gastos.
O gestor, sua diretoria e seus gerentes, querem manter os mesmos hábitos de sempre, não querem perder seus privilégios e, principalmente, não querem salvar a empresa.
Que a nossa participação nas eleições saiba expulsar todos esses políticos que insistem em destruir a empresa Brasil.
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*Economista e autor do livro "Às Margens do Ipiranga – a esperança em sobreviver numa sociedade desigual".