Nem na República do Níger… 21/08/2018
- FAVECO CORRÊA - DIÁRIO DO PODER
Imagino que nem na Republica do Níger, que, segundo a ONU, disputa com o Congo a posição de país mais subdesenvolvido do mundo, um preso poderia ser candidato à Presidência da República.
Pois no Brasil pode.
Enquanto não terminar a parafernália de julgamentos e recurso, a verdade é que o presidiário Luiz Inácio Lula da Silva é candidato, pelo menos até que a Lei da Ficha Limpa prevaleça e ele seja afastado dessa insólita situação, que prejudica o raciocínio dos eleitores e põe em xeque a democracia.
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Não pesquisei totalmente o tema, mas me parece que nunca houve um caso parecido no planeta.
Talvez possa ter ocorrido algo semelhante em Marte ou Vênus, que ainda não conhecemos muito bem, mas na Terra nunca se viu um cara fazer campanha política de dentro da sua cela na prisão.
Mas o fato é que isso já está acontecendo, uma vez que a campanha começou oficialmente no dia 16 de agosto.
Dependendo do andar da carruagem, ele estará na televisão a partir de 31 de agosto, para confundir ainda mais o Brasil até que os abundantes recursos disponíveis sejam definitivamente julgados.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, ele certamente alcançará altos índice de audiência, maiores do que os de alguns personagens desconhecidos e outros mornos que invadirão nossas casas atentando contra nossa privacidade, pelo tempo que a Justiça permitir.
Neste tempo, posará mais uma vez de salvador da pátria, pátria que ele começou a destruir desde que foi eleito pela primeira vez, ficando no poder por 13 anos, muitos dos quais através do seu poste, a presidenta Dilma Rousseff, que costumava saudar a mandioca, comungando-a com o milho.
Como diria o senador Romero Jucá, estamos diante de uma verdadeira suruba.
Se arrependimento matasse, Lula já estaria no cemitério: não teria sancionado em 2010 a Lei da Ficha Limpa, que muito provavelmente vai afastá-lo da vida pública.
Digo provavelmente por que nunca se sabe…
Se os irmãos metralha togados puderem, estes que investem ferozmente contra Sergio Moro e a Lava Jato e que absolvem e soltam todo o mundo, além de mandar arquivar processos contra notórios malfeitores, e que agora saíram com essa de que prova apresentada por delatores não presta, vão dar um jeitinho para que Lula continue candidato dizendo que a Lei é inconstitucional, ou que deve ser “relativizada” dependendo do personagem que esteja em causa, ou qualquer manobra mais “criativa” do que essas.
Como venho dizendo há tempos, minhas barbas brancas estão de molho…
Talvez naquele instante em que sancionou a Lei da Ficha Limpa ele ainda não tivesse se dado conta de que o banquete estava servido, disponível a ao alcance de suas mãos, e que a melhor forma de fartar-se com o prato feito seria montar a maior organização criminosa de que se tem notícia, a qual, sob sua liderança, roubou adoidadamente o erário, avançando sem o menor pudor sobre o nosso dinheiro, o dinheiro do povo do qual ele se dizia protetor.
Mesmo assim, privando o povo de hospitais, saneamento básico, transporte, educação de qualidade, etc, setores que poderiam ter avançado se neles tivesse sido aplicada a incalculável fortuna surrupiada, Lula continua liderando as pesquisas de intenção de voto.
Afinal, estamos no Brasil ou em Níger?
Outra coisa que me fez pensar em Níger foi a decisão dos ministros do Supremo de aumentarem seus próprios salários, apesar do aprofundamento da crise econômica, desrespeitando o limite da Constituição que juraram defender, exceções honrosas para Celso de Mello, Rosa Weber, Carmen Lúcia (ou Carmen Lúcida?) e Edson Fachin, justamente eles que pertencem à classe dos 1% mais ricos?
Será que estes caras não leem jornais e não sabem que o país está quebrado? Será que não têm um pingo de bom senso e que não se dão conta de que a sociedade está cansada de tantos ataques e manifestações de desprezo por ela?
Eu estava com vontade de escrever sobre a irresponsabilidade do Congresso e sua pauta bomba, que nos faz chegar cada vez mais perto do precipício, mas o espaço e a paciência estão acabando.
Vamos ter eleições em outubro.
Talvez tenhamos a oportunidade de mudar o Brasil pelo voto, não elegendo nenhum destes conhecidos personagens que há muitos anos vêm prometendo mirabolantes mundos e fundos e que nunca cumprem, mesmo porque não há dinheiro para fazê-lo.
Votar em quem?
Não sei ainda.
Só sei que desta vez vou pensar muito, mas muito mesmo, antes de apertar o botão da maquininha.