Propaganda da TV ainda decide eleição? 23/08/2018
- BR-18 - O Estado de S.Paulo
Se Jair Bolsonaro e/ou Marina Silva chegarem ao segundo turno das eleições tendo, cada um, menos de vinte segundos de propaganda eleitoral na televisão, a eficiência dessa estratégia será colocada definitivamente em dúvida.
Até agora, o uso das redes sociais foi suficiente para Bolsonaro aparecer em primeiro lugar nas pesquisas que não incluem Lula no cenário. E Marina aparece em segunda com a mesma tática.
A partir do dia 31, com o início do horário eleitoral, será possível medir se candidatos com bastante tempo disponível, como Geraldo Alckmin, conseguem reverter esse quadro e provar que a propaganda tradicional na televisão ainda faz a diferença.
PUBLICIDADE
A HERDEIRA É MARINA
Marina Silva é quem leva a maior parte dos votos de Lula no cenário sem o ex-presidente, segundo a última pesquisa Datafolha.
A candidata da Rede herda 21% dos votos do petista, Ciro Gomes (PDT) leva 13% e Fernando Haddad, 9%.
Como mostra o Valor, o recorte do Nordeste também é positivo para a candidata. Lá, ela lidera no cenário sem Lula, com 19% dos votos.
ALCMIN VAI PASSAR A BATER EM LULA
A campanha de Geraldo Alckmin definiu que o tucano vai começar a bater na estratégia de campanha do PT de insistir na candidatura de Lula mesmo ele estando preso e condenado em segunda instância.
A avaliação é que Alckmin deixa o voto antipetista de bandeja para Jair Bolsonaro ao se isentar desse debate, como fez até aqui, e que isso pode dificultar sua estratégia de tirar votos do deputado para ir ao segundo turno.
VOTO FRANKENSTEIN
"Bolsomário" (Bolsonaro + Romário), "Garolula" (Garotinho + Lula), "Bolsodoria" (Bolsonaro + Doria) e até mesmo "Ludoria" (Lula + Doria).
Mais preocupados com os candidatos do que com alianças nacionais, muitos eleitores vão digitar nas urnas uma sequência de candidatos bastante diferentes entre si, mostra O Globo.
A partir dos dados da pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, o jornal percebeu, por exemplo, que 23% do eleitorado de João Doria vota também em Lula, uma combinação improvável.
Outro exemplo ‘Frankenstein’ é o voto dos eleitores de Doria em Jair Bolsonaro.