Altos e baixos de Ciro no JN 28/08/2018
- BR-18 - Marcelo de Moraes e Vera Magalhães - O Estado de S.Paulo
Ciro Gomes começou muito nervoso sua participação na bancada do Jornal Nacional. Confrontado pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos com declarações contraditórias ou polêmicas, titubeou e se mostrou contrariado.
O pior momento foi a defesa que fez de Carlos Lupi, presidente do PDT.
Assegurou que ele não é réu, mesmo diante da informação – correta – de Bonner de que é.
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Disse que tem confiança cega no cacique e que ele será o que quiser em seu governo.
“Cega?”, perguntou Renata.
E ele repetiu.
Ciro melhorou no transcorrer da entrevista. Conseguiu encaixar uma explicação sobre o programa Nome Limpo, conhecido nas redes sociais como “SPCiro”, de limpar o nome das pessoas no SPC, e até entregou uma apostila a Bonner.
E ao explicar a aliança com Kátia Abreu pretendeu emular a chapa Lula-José Alencar, num aceno ao eleitor órfão do petista.
ALIANÇAS COM "GOLPISTAS"
O eleitor pode se assustar ou ficar confuso ao ver, a partir desta sexta, 31, petistas e “golpistas” lado a lado na TV.
“Por milagre eleitoral, todos voltaram a ser bons companheiros”, escreve José Casado no Globo.
O colunista lembra que o partido se aliou a PSB, MDB, PR, PP, PTB, PSD, Solidariedade e DEM, mas renegou o "companheiro" PCdoB em nove Estados.
CADA UM POR SI
Ao menos 20 candidaturas avulsas à Presidência da República enviaram pedido de registro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O número supera o 13 de candidatos ligados a partidos políticos que estão efetivamente na disputa.
O Supremo ainda não tem uma posição final sobre o tema, que só deve entrar em discussão depois das eleições.
No ano passado, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou manifestação favorável a este tipo de candidatura, como informa a Coluna do Estadão.
O PARADOXO DO NOVO
João Amoêdo fala na sabatina Estadão/Faap sobre o dilema do Partido Novo: a legislação eleitoral só obriga a participação em debates de partidos com 5 parlamentares, mas não faria sentido criar um partido propondo a renovação e atrair deputados para poder participar dos debates.
Respondendo a Marcelo de Moraes, editor do BR18, afirma que a realidade política mudou e que a negociação com o Congresso será diferente caso ele seja eleito mesmo sem maioria
O USO DA RELIGIÃO NA CAMPANHA
“Púlpito e palanque devem estar distantes. O uso da Bíblia e da religião serve para atemorizar ou enganar eleitores. Isso ameaça a soberania do voto”, alerta Míriam Leitão no jornal O Globo.
A colunista discute as diferentes abordagens dos candidatos em relação ao tema, e conclui que, enquanto Marina Silva e Geraldo Alckmin procuram separar Estado e Igreja, Jair Bolsonaro alimenta a mistura, sem esclarecer suas posições, tentando agradar a católicos, evangélicos e protestantes.
EM VÍDEO, O FUNCIONAMENTO DO "PTGATE"
Num vídeo que está circulando nas redes sociais (veja), o apresentador — identificado pelo site O Antagonista como sendo Breno Nolasco, ex-assessor do deputado federal e candidato ao Senado Miguel Corrêa Júnior (PT-MG) — explica como funciona o esquema de propaganda de candidatos petistas nas redes sociais e a remuneração dos ativistas que teriam sido contratados pela agência La Joy, encarregada de fazer o corpo a corpo com os internautas.
Nolasco é sócio da Sharing com Rodrigo Cardoso, secretário parlamentar de Corrêa Júnior e dono da BeConnected, que contratou a Lajoy.
“Vocês vão receber pontos até a 3ª geração. Isso é muito importante, para mensurar o tamanho da rede de cada um. Aí é que vai entrar a parte da remuneração”, afirma.
“Nós vamos remunerar por pessoa captada. Eu, Breno, consegui 30 amigos. Como vamos remunerar R$ 3 por pessoa, vou receber R$ 90. Mas aí o Henrique conseguiu 100 pessoas e vai receber R$ 300. Como vamos ter esse controle? Vocês vão enviar o print dessa rede e lá vamos ter o número de ativistas captados e vamos remunerar vocês.”