Havia uma grande esperança do establishment: que Bolsonaro fosse “desidratar” quando a campanha começasse e as entrevistas colocassem o candidato contra a parede. Até agora não se viu nada disso.
No Roda Viva, na GloboNews e no Jornal Nacional, o que se viu foi um candidato engolindo seus entrevistadores, todos aprisionados numa bolha cognitiva.
A surra da semana foi no JN. Renata Vasconcellos tentou apertar Bolsonaro sobre a questão da desigualdade salarial entre homem e mulher, uma pauta endossada pelo movimento feminista radical.
PUBLICIDADE
Só há um problema: é falso que mulheres ganham menos, dada a produtividade.
Quando o entrevistado puxou da cartola que o próprio William Bonner ganha mais do que a colega, gerou mal estar, mas não mentiu.
Se os jornalistas lessem Thomas Sowell em vez de tentar “lacrar” atendendo as demandas dos movimentos organizados, saberiam que esse papo de desigualdade é pura falácia.
O que se faz é manipular estatísticas distorcendo seus resultados, ignorando conceitos como média, comparando laranja com banana.
A agenda LGBT também foi trazida à tona, novamente para “lacrar” com a turma do Projaquistão.
No entanto, o candidato lembrou que o problema não é com homossexual, mas sim com a doutrinação em sala de aula, para crianças.
Ao mostrar um livro aprovado pelo MEC para escolas infantis, os entrevistadores entraram em pânico e pediram para Bolsonaro não expor o material no ar.
Ou seja, o público da Globo não pode ver aquilo que crianças aprendem nas escolas públicas.
Outro gol do candidato.
O xis da questão aqui é o mundo à parte em que nossos jornalistas vivem.
Trata-se de uma bolha “progressista”, que se fechou para os reais anseios da população, do povo comum.
Bolsonaro fala a essa gente, que quer mais segurança, rigor contra marginais, decência nas escolas, empregos e saneamento.
Mas a mídia insiste em sua agenda “lacradora”, dominada pelos movimentos coletivistas que mergulharam nessa “revolução das vítimas”.
Ninguém aguenta mais essa asfixia do politicamente correto, a ponto de alguns confundirem o combate a essa postura com ser tosco ou boçal (sem dúvida há uma boa quantidade deles apoiando Bolsonaro).
Mas esse papo desarmamentista não seduz mais ninguém.
Quando o candidato pergunta se é para reagir aos bandidos com flores, ele toca a fundo no telespectador, aquele que não anda em carros blindados.
Bolsonaro está longe de ser um ótimo candidato, e não sabemos se vai mesmo vencer.
Mas o fenômeno em si já foi fundamental para retratar o quadro lamentável do nosso jornalismo.
Acostumada a só dar voz ao esquerdismo, quando aparece um “homem comum” só resta à imprensa rotular: extrema direita!