Bolsonaro lidera na preferência e na rejeição 06/09/2018
- BR18 - Marcelo de Moraes e Vera Magalhães - O Estado de S.Paulo
Na pesquisa Ibope/Estado/TV Globo revelada na noite de ontem, Jair Bolsonaro lidera tanto na preferência quanto na rejeição. O candidato do PSL cresceu numericamente no levantamento, passando de 20% para 22% das intenções de voto e mantendo o primeiro lugar na disputa do primeiro turno.
O deputado está na ponta também no índice de rejeição: 44% dos entrevistados não votariam nele.
Já nos possíveis cenários do segundo turno, Bolsonaro seria derrotado pela maioria dos adversários. Teria 33% contra 44% de Ciro Gomes. Diante de Geraldo Alckmin perderia de 41% a 32%. Marina Silva aparece com 43% contra 33% de Bolsonaro.
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O deputado lidera numericamente apenas contra Fernando Haddad, 37% a 36% (empate técnico).
O Ibope ouviu 2.002 eleitores, em 142 municípios, entre os dias 1º e 3 de setembro. A margem de erro do levantamento é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%.
Isso significa que há uma probabilidade de 95% de os resultados retratarem o atual momento eleitoral, considerando a margem de erro.
O registro na Justiça Eleitoral foi feito sob o protocolo BR‐05003/2018. Os contratantes foram o Estado e a TV Globo.
Ibope: Ciro empatado com Marina em 2º lugar
O presidenciável Ciro Gomes, do PDT, encostou em Marina Silva, do Rede, e agora disputa com ela o segundo lugar na corrida eleitoral. De acordo com a segunda pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo, Ciro subiu de 9% para 12% nas intenções de voto, enquanto Marina manteve os 12% da sondagem anterior.
Ambos, porém, ainda aparecem bem atrás de Jair Bolsonaro, que subiu de 20% para 22% e manteve a liderança.
Geraldo Alckmin, do PSDB, subiu de 7% para 9%, mas continuou em quarto lugar, com 9% das preferências, tecnicamente empatado com Ciro e Marina. Fernando Haddad, do PT, provável substituto de Lula, subiu de 4% para 6% e ficou tecnicamente empatado com Alckmin.
A pesquisa foi realizada após o TSE indeferir o registro da candidatura de Lula, na sexta-feira passada, e foi a primeira sem o nome do ex-presidente.
Ciro com os pés no chão
Mesmo crescendo na pesquisa Ibope e alcançando Marina Silva no segundo lugar, Ciro Gomes preferiu manter os pés no chão.
“A pesquisa é o retrato do momento. Mas a vida não é um retrato, é um filme”, disse ao BR18.
Alckmin quer reajustar tabela do SUS
Na sua passagem por Goiânia, Geraldo Alckmin mirou o setor de Saúde, prometendo reajustar a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Pretendemos corrigir a tabela do SUS, especialmente de procedimentos que são mal-remunerados. Eu tenho visitado Santas Casas pelo Brasil e quase metade dos leitos do SUS são de hospitais filantrópicos, estão passando por grande dificuldade porque quanto mais atende mais prejuízo tem”, disse Alckmin, em Goiânia.
Marina empacada nos 12%?
Marina Silva (Rede) foi a única entre os primeiros colocados na pesquisa Ibope/Estado/TV Globo que não demonstrou crescimento entre os dois levantamentos feitos pelo instituto.
A candidata apareceu com 12% das intenções de voto tanto no dia 20 de agosto quanto na pesquisa desta quarta-feira, 5. Jair Bolsonaro (PSL) passou de 20% para 22%, Ciro Gomes (PDT) tinha 9% e foi a 12%, Geraldo Alckmin (PSDB) cresceu de 7% para 9% e Fernando Haddad (PT) tinha 4% e agora aparece com 6%.
Marina: "Há muito trabalho pela frente"
Sem avançar na pesquisa Ibope, mas ainda mantendo a segunda colocação, agora numericamente ao lado de Ciro Gomes, Marina Silva vai intensificar sua agenda de compromissos para impulsionar a candidatura.
“Ao longo dos últimos dias, temos intensificado nossa campanha de rua, e o que sentimos é um carinho e uma acolhida enormes da população por onde quer que andemos. Há muito trabalho pela frente até o segundo turno”, disse Marina.
Alckmin mostra que está vivo
Depois de patinar nas pesquisas, o presidenciável Geraldo Alckmin, do PSDB, finalmente mostrou sinais de que está vivo na corrida eleitoral.
Segundo a pesquisa Ibope, Alckmin subiu de 7% para 9% nas intenções de voto.
Pode parecer pouco, mas com essa pequena alta o tucano ficou tecnicamente empatado com Marina e Ciro, que aparecem juntos em segundo lugar, com 12%, atrás de Jair Bolsonaro, com 22%.
A ligeira alta revelada pela pesquisa reflete apenas parcialmente o primeiro programa da propaganda eleitoral dos candidatos à Presidência, exibido no sábado passado, e aumenta as esperanças de Alckmin, que tem quase a metade do tempo no rádio e na TV, chegar ao segundo turno.
Amoêdo e Dias no cangote de Haddad
Não é apenas a briga pelo segundo lugar nas intenções de voto que está intensa, segundo a pesquisa. Na parte de baixo, João Amoêdo (Novo) e Alvaro Dias (Podemos) aparecem empatados tecnicamente com o candidato do PT, Fernando Haddad, considerando a margem de erro de 2 pontos porcentuais.
O petista tem 6% das intenções de voto. Dias e Amoêdo estão com 3%.
Ainda tem Henrique Meirelles (MDB), 2% tem do eleitorado. Guilherme Boulos (PSOL), Vera Lúcia Salgado (PSTU) e João Goulart Filho estão com 1% na pesquisa.
A torcida de Wall Street por Bolsonaro
Em artigo publicado na Folha ontem, o editor-chefe da revista Americas Quarterly, Brian Winter, analisa por que Wall Street torce pela vitória de Bolsonaro, apesar de suas posições históricas contra a austeridade e de ele dizer que não entende de economia e quer mudar a composição do STF.
Segundo ele, muitos investidores prefeririam Alckmin. Mas, com a estagnação do tucano nas pesquisas e a aproximação de Bolsonaro com Paulo Guedes, adepto das ortodoxia econômica, a maré está mudando.
Na avaliação de Winter, muitos investidores olham para o caso de Trump, que no passado foi filiado ao Partido Democrata e agora vem realizado os maiores sonhos republicanos, com o corte de impostos e a desregulamentação da economia, como exemplo.
“Os mercados financeiros estão sujeitos a modas, e a coerência ideológica está fora de moda. Basta a explicação de Bolsonaro: ‘As pessoas evoluem'”, diz Winter.
Temer dá bronca em Alckmin: "Fale a verdade"
Meio afastado da campanha eleitoral, o presidente entrou na disputa para dar uma bronca em um antigo aliado: Geraldo Alckmin.
O emedebista publicou em seu Twitter pessoal um vídeo onde contesta o tucano pelas críticas ao seu governo com a lembrança que boa parte da chapa formada por ele com o Centrão é base do governo e responsável pelos resultados dos últimos anos.
Temer cita Mendonça Filho (DEM) na Educação, Ricardo Barros (PP) na Saúde, Marcos Pereira (PRB) que foi ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços além da participação do PTB no Ministério do Trabalho como aliados em comum entre ele e Alckmin.
“Não atenda o que diz seus marqueteiros, atenda a verdade. E a verdade é que fizemos um excelente trabalho justamente com aqueles que hoje apoiam sua candidatura”, disse Temer.
Sai Roraima, entra Museu Nacional
Nos últimos dois dias, a agenda de Michel Temer no Planalto foi centralizada nas providências que o governo poderia tomar em relação ao incêndio do Museu Nacional e à perda do seu inestimável patrimônio.
Só o surgimento dessa nova crise fez com que o governo pudesse virar a página da agenda do desgaste político da semana passada, que envolvia a entrada descontrolada dos venezuelanos no Brasil e suas consequências para Roraima.
Resta saber qual será a crise da semana que vem.
Contra o MST, Doria é aplaudido
João Doria fez sucesso ao falar na Sociedade Rural Brasileira.
O tucano foi aplaudido ao falar contra os movimentos sociais (como o MST) e afirmar que vai fortalecer a polícia rural para evitar invasões de terra, segundo a coluna Radar, da Veja.
Lula vai recorrer até o fim dos tempos
Já se perdeu a conta de quantos recursos a defesa de Lula apresentou para impedir a prisão, para soltá-lo da cadeia ou para permitir sua candidatura.
Todos foram inúteis até agora, mas ajudaram na estratégia pré-definida de vitimizar o ex-presidente.