Com pesquisa mais perto do ataque a Bolsonaro, Ibope traz números mais favoráveis ao candidato do PSL 12/09/2018
- BLOG DE REINALDO AZEVEDO
A preocupação nas hostes bolsonaristas com a pesquisa Datafolha de segunda foi substituída ontem pela euforia.
Se, no levantamento que aquele instituto fez, tabulou e divulgou na própria segunda, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) havia se movido pouco nas intenções de voto no primeiro turno e até piorado seu desempenho no segundo em relação à sondagem de três semanas atrás, os números do Ibope que vieram a público na terça indicaram uma mudança expressiva no ânimo do eleitorado.
De saída, note-se uma diferença entre as duas pesquisas: os questionários do Datafolha foram aplicados em um só dia; os do Ibope, em três: 8, 9 e 10.
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Em tese ao menos, o impacto com a notícia da facada era menor na segunda, quando o Datafolha aplicou seus questionários, do que no sábado e no domingo, quando o Ibope aplicou parte dos seus.
Os dois levantamentos têm margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.
Assim, pode-se dizer que não chegaram a números muito diferentes no primeiro turno.
Mas eles trazem diferenças significativas no segundo.
Mais: em relação aos dados divulgados pelo próprio Ibope em 5 de setembro, um dia antes do ataque, há mudanças significativas.
Antes que falemos dos números, um registro.
As hostes bolsonaristas nas redes sociais só não chamaram o Datafolha de santo.
A pesquisa faria parte de um grande complô mediático, em conluio com as esquerdas, para impedir a eleição do “mito”.
E, por óbvio, o Ibope, que já apanhou bastante da turma também, trazia, desta feita, a verdade revelada.
Não há nada de novo em falar mal de pesquisas de que não se gosta e bem daquelas de que se gosta.
O que chama a atenção sempre no eleitorado fiel de Bolsonaro é a violência retórica contra tudo aquilo que não é de seu gosto.
Aos números.
No Ibope, Bolsonaro aparece com 26%. Teria ganhado quatro pontos em relação ao levantamento divulgado no dia 5. No Datafolha, veio com 24%, com acréscimo na comparação com 22 de agosto de dois pontos.
Ambos os institutos registram o quádruplo empate no segundo lugar, mas com números distintos, ainda que dentro da margem de erro: no Datafolha, Ciro Gomes (PDT) oscilou de 9% para 13%; Marina Silva (Rede) caiu de 16% para 11%; Geraldo Alckmin oscilou de 9% para 10%, e Fernando Haddad (PT) saltou de 4% para 9%.
No Ibope, Marina vai de 12% para 9%; Ciro, de 12% para 11%; Alckmin mantém os 9%, e Haddad, de 6% para 8%.
Reitere-se: Datafolha e Ibope fazem o mesmo retrato do primeiro turno, mas com diferença de tons.
Bolsonaro aparece com mais nitidez no levantamento desse segundo instituto; os adversários, com menos.
Os números de segundo turno do Ibope é que animaram os partidários do capitão reformado.
Há uma mudança significativa em relação ao levantamento do próprio instituto divulgado no dia 5.
Registram o candidato do PSL em empate técnico com seus principais oponentes.
Bolsonaro perdia para Ciro por 44% a 33%; no números desta segunda, por 40% a 37%; era derrotado por Alckmin por 41% a 32%; agora 38% a 37%; os 43% a 33% em favor de Marina Silva viraram empate em 38%; e a vantagem de apenas um ponto em relação a Haddad, 37% a 36% seria agora de quatro pontos: 40% a 36%.
Com números colhidos na segunda, o Datafolha aponta Bolsonaro batido por Ciro por 45% a 35%¨; por Alckmin por 43% a 34%; por Marina, por 43% a 37% e, numericamente, até por Haddad: 39% a 38%, em empate técnico.
Também no Ibope, Bolsonaro segue líder na taxa de rejeição, com 41% — era de 44% no dia 5; no Datafolha, 43%.
Na sexta, o Datafolha divulga os números de uma nova pesquisa, com os questionários aplicados na quinta (13) e na própria sexta (14), oito dias depois do ataque ao deputado e com duas semanas de horário eleitoral no rádio e na televisão.
Por quanto, como dizia o poeta, a firmeza só está mesmo na inconstância.