As eleições e a imprensa 18/09/2018
- EURICO BORBA*
A classe média cansada liga a televisão ou o rádio para ouvir algumas noticias e divertir-se com um jogo ou uma novela.
Os comentários sobre as eleições, decisivas para o Brasil, são de um primarismo inaceitável – não explicam o que está acontecendo, apenas noticiam.
Ódios são consolidados, deboches são cultivados, alternativas falsas são apresentadas, um processo democrático mentiroso é oferecido aos cidadãos desinteressados.
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Um mesmo Congresso Nacional – “o supremo poder” – será reeleito, povoados por uma maioria de cretinos e no Poder Executivo muitos idiotas irresponsáveis conduzirão o Brasil para o caos.
Os jornalistas precisam ter a consciência de que estão investidos de uma responsabilidade histórica, jamais registrada.
Ou a imprensa esclarece o terrível que poderá acontecer mudando-se o país pelo voto – a eliminação da corrupção sistêmica, da política nojenta dos interesses pessoais, da mentira e incompetência institucionalizadas – ou vamos para uma conflagração à procura de uma solução redentora, que não se sabe qual será, nem por quem será liderada e o fim a que chegaremos.
Assim procedendo estará esclarecendo o eleitorado sobre o trágico futuro que nos aguarda.
Isto não é tomar partido por uma candidatura – é atitude responsável e honesta que se espera da imprensa: o Brasil está destroçado.
Nós, o povo, estamos sozinhos.
Os atuais políticos não aceitam a renovação.
Criaram coligações incompreensíveis, leis e financiamentos partidários para enganar o povo e atender aos que já estão no poder, permitindo que lá permaneçam.
Examinem os detalhes verdadeiros da vida de cada candidato, suas experiências de vida, suas escolaridades, suas ações no passado.
Os melhores são os honestos, os que trabalham para viver tendo uma profissão, os que são competentes no que fazem, os que são leais aos seus princípios morais, os patriotas.
Conversem com seus parentes, amigos e vizinhos, façam alguma coisa, convençam o povo a votar.
Não fiquem parados esperando um milagre que não virá.
O Brasil destroçado vive uma situação dramática, com poucas alternativas para se reerguer.
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*Escritor, ex professor e Vice Reitor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE.