capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 23/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.930.239 pageviews  

O Outro Lado Porque tudo tem dois, menos a esfera.

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Escalada de Bolsonaro desafia Lula e a lógica
02/10/2018 - BLOG DE JOSIAS DE SOUZA - UOL

Após três semanas de estabilidade, Bolsonaro subiu no Ibope de 27% para impressionantes 31% das preferências do eleitorado.

Abriu dez pontos de vantagem sobre o vice-líder Haddad, que parou momentaneamente de subir.

O desempenho do capitão desafia o prestígio de Lula e, sobretudo a lógica.


PUBLICIDADE


Todos os presidenciáveis ajustam seus discursos e suas táticas. Bolsonaro não. Suas (poucas) ideias continuam inabaláveis.

Sua pregação não se alterou um milímetro, mesmo depois da facada.

Muitos já disseram que a agenda de Bolsonaro é fascista. Houve quem enxergasse nele até pendores hitlerianos.

O líder deu de ombros. Manteve-se fiel aos seus valores: o moralismo bisonho, o desprezo pelos signos democráticos, o ódio à imprensa, a segurança imposta manu militari…

Noutros tempos a ciência política classificaria Bolsonaro como um candidato inviável.

A sociedade brasileira, com seus valores escrachados e seus princípios flexíveis, revelava-se majoritariamente refratária à disciplina sanguínea do fascismo.

Na década de 90, o nome de Bolsonaro seria Enéas e seu teto nas pesquisas não ultrapassaria os 7%.

O que mudou?

Bolsonaro, até ontem um inexpressivo membro do baixo clero da Câmara, sintonizou-se com os brasileiros atropelados pela economia débil e afrontados pela roubalheira vigorosa.

Sem estrutura, a bordo de um partido de aluguel, com ridículos 8 segundos no horário eleitoral, ele se impôs perante os velhos tecelões da política artesanal.

Perdendo ou ganhando, Bolsonaro consolida-se como principal fenômeno político desde Fernando Collor.

De costas para os partidos, o mercado, a academia e a imprensa, ele capturou os principais focos de contestação social que se movem à margem da liderança populista de Lula e do sindicalismo companheiro da CUT.

Parte do tucanato e do centrãozão — versão hipertrofiada do centrão que inclui o MDB de Michel Temer — corre atrás do prejuízo, aderindo às pressas.

Bolsonaro chega à beirada da urna como um líder paradoxal.

Deputado há 27 anos, vendeu-se como um oposicionista extraparlamentar, avesso ao sistema.

Direitista convicto, conquistou as massas como uma opção “jurássica” ao clepto-distributivismo da chamada esquerda.

Assim, o fato mais inédito na política, a saber, o surgimento de um líder sem a enlameada plumagem tucana capaz de desafiar o projeto político-criminal de Lula, parece combinar-se com o desejo de um pedaço do eleitorado de restaurar uma ilusão de ordem e progresso de inspiração militar.

Repetindo: a associação do lodo que encobriu a modernidade tucana com o dinheirismo que sufocou os clichês varguistas do lulismo deram à luz Bolsonaro, uma novidade feita de resíduos verbais da década de 60.

Um pedaço do eleitorado ouve o poste de Lula falando num “Brasil feliz de novo” e chega à conclusão de que o futuro era muito mais feliz antigamente.

BLINDAGEM REVELOU-SE SUICIDA

Petistas e tucanos desenvolveram um método suicida para livrar seus cardeais de complicações criminais.

Ao protelar o andamento dos processos, enfiaram os escândalos dentro da campanha eleitoral de 2018.

Num processo contra Lula, Sergio Moro acaba de levantar o sigilo da delação-companheira de Antonio Palocci.

Vieram novamente à tona os podres de Lula num instante em que o líder-presidiário transfere eleitores para o seu poste.

Em São Paulo, dias atrás, o Ministério Público formalizara denúncias contra os presidenciáveis Fernando Haddad e Geraldo Alckmin.

Noutras praças, realizaram-se prisões ou batidas policiais de busca e apreensão contra três réus tucanos: Beto Richa, no Paraná; Reinaldo Azambuja, no Mato Grosso do Sul; e Marconi Perillo, em Goiás.

Em vez de se defender, os acusados atacam magistrados e investigadores, acusando-os de persegui-los politicamente para influir nas eleições.

Quase tudo mudou na política brasileira, menos a mania do PT e do PSDB de reagir aos escândalos acionando a tática da blidangem dos seus suspeitos.

No gogó, todos pregam o rigor e a transparência nas investigações.

Na prática, querem rigor para os adversários e transparência de vidro fumê para o eleitor.

Petistas e tucanos deveriam refletir sobre os efeitos da política de acobertamento.

O resultado mais visível se chama Jair Bolsonaro.


  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
14/08/2023 - NONO NONO NONO NONO
11/08/2023 - FRASES FAMOSAS
10/08/2023 - CAIXA REGISTRADORA
09/08/2023 - MINHAS AVÓS
08/08/2023 - YSANI KALAPALO
07/08/2023 - OS TRÊS GARÇONS
06/08/2023 - O BOLICHO
05/08/2023 - EXCESSO DE NOTÍCIAS
04/08/2023 - GUARANÁ RALADO
03/08/2023 - AS FOTOS DAS ILUSTRAÇÕES DOS MEUS TEXTOS
02/08/2023 - GERAÇÕES
01/08/2023 - Visitas surpresas da minha terceira geração
31/07/2023 - PREMONIÇÃO OU SEXTO SENTIDO
30/07/2023 - A COSTUREIRA
29/07/2023 - Conversa de bisnetas
28/07/2023 - PENSAR NO PASSADO
27/07/2023 - SE A CIÊNCIA NOS AJUDAR
26/07/2023 - PESQUISANDO
25/07/2023 - A História Escrita e Oral
24/07/2023 - ESTÃO ACABANDO OS ACREANOS FAMOSOS

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques