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De Última! Só lendo para acreditar

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Terá sido só o Whatsapp?
18/10/2018 - BLOG DE REINALDO AZEVEDO

A senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, fez um discurso no plenário do Senado. Tudo bem entendido, estava, na prática, pelo tom, admitindo desde já a derrota — algo que parece evidente a qualquer pessoa com senso de realidade.

Como o esperado, dirigiu acusações contra Jair Bolsonaro. Afirmou, por exemplo:

“O senhor é responsável por fraudar esse processo eleitoral, manipulando e produzindo mentiras veiculadas no submundo da internet através de esquemas de Whatsapp pagos, de fora deste País”.


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Disse ainda que o adversário político estimula a violência e tal. Bem, a Justiça Eleitoral está aí para apurar se houve abusos.

A parte mais relevante de sua fala foi outra, em que admitiu que o partido cochilou em relação à campanha no Whatsapp:

“A gente já tinha isso mais ou menos no radar por conta da campanha do Trump, mas não nos preparamos devidamente. Acho que aí tem um erro do PT, de nós termos subestimado, não a força das redes sociais tradicionais, mas não nos preparamos para a questão do Whatsapp”.

Pois é… Parece que o PT vai demorar um tempo até entender direito o que se passou.

Comecemos pelo óbvio: com efeito, o partido é obrigado a admitir que entrou, vamos dizer, “frio” na campanha, desatento às novas fronteiras em que a luta passou a ser travada.

O provável desfecho das respectivas eleições no Rio e em Minas o evidencia ainda com mais clareza.

Por quê?

Bolsonaro estava em campanha havia já mais de dois anos. Wilson Witzel (PSC-RJ) e Romeu Zema (Novo-MG) emergiram quase do nada.

Mas por que essa cochilada?

Porque, vamos convir, a legenda estava com a cabeça em outro lugar. E Gleisi foi uma das protagonistas da ilusão, não é mesmo?

Quem não se lembra da presidente do PT a desautorizar Jaques Wagner, agora senador eleito pela Bahia, quando este especulou em voz alta uma possível aliança que tivesse o pedetista Ciro Gomes como cabeça de chapa das esquerdas?

Gleisi fez-se a fiel procuradora da linha do impossível — se o objetivo era ganhar eleição, claro:

“Lula é candidato e será candidato porque é inocente”.

É o tipo de raciocínio que põe a crença acima da realidade.

Sim, serviu para fazer do PT o maior partido que vai se opor a Bolsonaro — em companhia do PCdoB, do PSOL e talvez da Rede…

Certamente a guerra virtual, que o PT conduziu com tanta habilidade nas eleições de 2010 e 2014, vai ter um peso importante no resultado.

Mas cumpriria a Gleisi indagar: “Foi só isso?”

A pregação de Bolsonaro não teria prosperado se não se conectasse com o sentimento de milhões de pessoas que repudiam as ações do PT no poder, não é mesmo?

Sim, dá para perguntar por que, então, esse eleitorado antipetista não escolheu opções, digamos, menos carnívoras do terreno da oposição, e elas existiam.

Bem, a resposta é mais ou menos simples:

a) porque dois desses candidatos, Gerado Alckmin e Henrique Meirelles, foram colocados na cota de “políticos tradicionais”, com partidos na mira da Lava Jato;

b) porque não se acreditava que a outra opção antipetista, João Amoêdo, pudesse vencer um candidato do PT;

c) porque Bolsonaro estava fazendo sua pregação nas redes contra a política tradicional e contra as esquerdas já fazia tempo.

Sua postulação se traduziu numa guerra de valores: ele lidera o bem, em contraste com os adversários, o PT em particular, que simbolizam o mal.

Vemos agora uma corrida mais ou menos desesperada de Haddad, com o endosso do partido, para fazer um mea-culpa, ainda que leve, e para retirar da campanha as propostas mais espinhosas — outro erro cometido foi supor que um discurso mais radicalizado à esquerda seria eficaz.

Era tudo o que Bolsonaro queria e esperava.

Sim, senadora Gleisi: a guerra virtual teve papel importante. Mas o que definiu mesmo o resultado foi o PT não ter feito precocemente a autocrítica pra valer: hipótese em que poderia ter apoiado Ciro, por exemplo.

Nada garante que fosse bem-sucedido em face da organização da tropa de Bolsonaro nas redes. Mas as chances, claro!, seriam muito maiores.

O PT tem de admitir ainda outra coisa: o rancor contra o partido é muito maior do que os companheiros imaginavam.

E só vai arrefecer se Bolsonaro fizer um governo inepto.


  

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