Banca ou bancada 30/11/2018
- PAULO CASTELO BRANCO - DIÁRIO DO PODER
O presidente eleito manteve a sua promessa de campanha e tem posto a maior banca na formação do seu governo.
Com jeito de general, o ex-capitão não deve ter gostado muito de não ter seguido na carreira militar, pois a sua preferência em nomear para cargos importantes militares estrelados escolhidos a dedo, e poucos de patente inferior a dele quando estava na ativa, denota que deve sentir enorme satisfação em, como futuro Comandante em Chefe das Forças Armadas, receber a continência protocolar.
Até agora, Bolsonaro cumpre o que prometeu a um terço dos brasileiros que o escolheram na disputa democrática e inusitada, para presidir o país.
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Críticos e especialistas, seguem, com cuidado para não errar de novo, os passos e as decisões baseadas na sua incompleta história.
Os absurdos que saíram de sua boca não voltarão e nem poderão ser modificadas.
Será preciso que, além de prometer respeitar a Constituição, pedir ao povo que esqueçam as suas palavras, escritos e atos como já fizeram outros presidentes; as exceções ficam por conta de Luis Inácio e Dilma que, com seus poucos seguidores seguem falando em golpe, presunção de inocência, não é meu, e tantos outros mantras.
Será difícil ao presidente eleito conquistar seguidores fora dos que o elegeram.
Em qualquer lugar que for, dentro e fora do país, será, sempre, olhado com desconfiança.
As escolhas que faz para governar não são de todo contestadas pela população que continua acendendo velas para enxergar com clareza o que poderá acontecer nos próximos dias.
As velas servem para clarear mentes e para preces religiosas a deuses e santos de devoção.
A fé do futuro presidente expressa em sua campanha carrega a força dos católicos como ele e a da sua esposa que é evangélica.
Com isto, o estranho religioso que prega a união e o amor, ao mesmo tempo dissemina o enfrentamento e o ódio.
Depois do atentado que quase o matou, Bolsonaro tem sido mais cauteloso em suas falas, acalmando seguidores mais afoitos que desejam armas para enfrentar a bandidagem.
Os violentos urbanos que já não querem roubar tênis ou bonés seguem assustando a população em grupos formando quadrilhas facilmente enquadradas no Código Penal sem necessidade de alterações.
Esses criminosos destemidos, filmados, reconhecidos, presos e levados à Justiça, são liberados dentro dos princípios legais que avaliam os crimes como de menor potencial ofensivo; mas são eles os que mais atormentam as famílias que nem buscam as delegacias de polícia na certeza dos riscos em denunciar e sofrerem agressões mais graves.
Se não tivemos a capacidade de impedir a corrupção generalizada, o desmonte das forças de segurança, e de conciliar professores e estudantes nas escolas, como faremos para impedir o desmantelamento da democracia e do estado de Direito?
O presidente Bolsonaro irá administrar quase uma feira livre no final do dia, com chorume escorrendo, xepa em latões e muita sujeira que serão removidas rapidamente com jatos d’água.
Se o presidente eleito não for rápido, é bom esquecer o Jair para trás e assumir o mando como Messias.