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Críticas Construtivas Se todo governante quer, por quê não?!!!

O OUTRO LADO DA NOTÍCIA

Enfim, uma boa notícia
26/12/2018 - CARLOS BRICKMANN - CHUMBOGORDO.COM.BR

O dia é bom: a ceia de Natal normalmente é caprichada, os religiosos ou foram à Missa do Galo ou a viram pela TV, houve presentes, famílias se reuniram (claro, com brigas, mas isso faz parte: acaba se incorporando ao folclore da festa).

Há boa disposição, portanto. E a boa disposição faz com que a boa notícia possa ser bem recebida, sem o mau humor habitual de quem se habituou a ouvir lorotas.

A notícia: embora a situação econômica seja ainda muito ruim, é bem melhor do que já foi.


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E indica a possibilidade real de que possamos chegar a um ritmo aceitável de crescimento e acelerar a criação de empregos.

O desemprego é de 12%, altíssimo, mas há um ano o número de desempregados era quase 1,5 milhão superior ao atual.

O PIB, produto interno bruto, cresce a lentíssimos 1,3% no ano, quase nada diante dos 7% de queda com Dilma.

Ainda se gasta muito, mas o déficit público está longe do buraco de 3,7% do PIB na época do impeachment.

A inflação, que com Dilma flertava com 10%, está dentro da meta de 4%.

Falta muito: é preciso reduzir despesas, baixar os gastos da Previdência, negociar com o Congresso a aprovação de reformas importantes, verificar se é politicamente possível mexer na estrutura tributária na hora em que os Estados estão sem dinheiro e temem a possibilidade de perder receita.

Falta dar impulso à indústria, estudar como outros setores da economia poderão repetir o êxito do agronegócio – quase tudo, enfim.

Mas se vê que há saída.

A MÁ MOTÍCIA

Há saída, claro, se houver esforço conjunto para conter despesas.

Estão os políticos tentando economizar?

Não: há dias, o Congresso aprovou verba de R$ 927,7 milhões, em 2019, para o Fundo Partidário.

De 1996 para cá, a quantia destinada aos partidos cresceu perto de 500%.

O Fundo é formado por recursos do Orçamento, mais multas eleitorais.

Seu crescimento explica a febre de criação de partidos políticos no país.

Em 1996, segundo levantou O Estado de S. Paulo, havia 19 partidos com acesso ao Fundo Partidário. Hoje, são 30.

Ter um partido vale a pena: dá dinheiro.

A propósito, o Fundo existe para custear a estrutura dos partidos, mas é usado na eleição.

DIFERENTE, MAS IGUAL

Como agora existe a cláusula de barreira (um número mínimo de votos para que o partido seja representado no Legislativo, e o dinheiro do Fundo só é dado a quem tenha representantes), muitas legendas devem se fundir, para que continuem a receber suas verbas.

Reduz-se assim o número de partidos?

Talvez – mas há também os partidos a ser fundados.

A disputa no PSDB entre cabeças brancas (que querem o partido na oposição, embora não sistemática) e os cabeças pretas (que querem um partido bolsonarista) deve terminar com o atual PSDB nas mãos da facção Doria e a criação de um novo partido por cabeças brancas como Fernando Henrique, Alckmin, Serra, Tasso, Goldman e outros – como Paulo Hartung, do Espírito Santo, que quer um partido centrista, desejo também de Fernando Henrique.

E, não esqueçamos, o Partido Novo estreou com sucesso, elegendo até mesmo um governador.

Seu exemplo deve estimular a criação de outros partidos.

A BOA IDEIA

O deputado Alceu Moreira, do MDB gaúcho, presidente da FPA, Frente Parlamentar da Agricultura, disse que não foi difícil emplacar a candidata do grupo ao Ministério da Agricultura.

Em entrevista a Os Divergentes (https://osdivergentes.com.br), contou que Bolsonaro pediu ao grupo uma lista com três nomes, para que ele fizesse a escolha.

A FPA atendeu ao pedido: os três nomes eram 1) Tereza; 2) Cristina; 3) Corrêa da Costa Dias.

Era o nome da deputada Tereza Cristina, então presidente do grupo, em três pedaços.

Bolsonaro gostou da ideia bem-humorada e nomeou a indicada.

A MÁ IDEIA

Talleyrand, o grande diplomata francês que conseguiu ser ministro no Reinado e na República, com Napoleão e com os inimigos de Napoleão, dizia que a palavra foi dada ao homem para disfarçar seu pensamento.

Em boa parte, diplomacia é isto: a troca de confrontos armados por negociações em que as palavras, por definição, não podem transmitir agressividade.

O Brasil age ao contrário, ao retirar o convite para que Cuba, Venezuela e Nicarágua assistam à posse de Bolsonaro, por condenar seus regimes ditatoriais.

Tudo bem – e a China, o maior parceiro comercial do Brasil, será uma democracia?

Alguém irá “desconvidá-la”?

E a Arábia Saudita, o Irã, a Guiné Equatorial, o Sudão, serão por acaso democracias?

No fundo, com o sinal trocado, é a mesma posição de Lula ao apoiar abertamente a eleição de Evo Morales na Bolívia, também por motivos ideológicos.

O MUNDO COMO ELE É

O futuro chanceler, Ernesto Araújo, disse que o Governo “terá postura firme e clara na defesa da liberdade”.

Um belo pensamento, digno de aplauso.

Mas de quem é que o Brasil vai comprar petróleo quando precisar?

...

E-mail: carlos@brickmann.com.br
Twitter: @CarlosBrickmann
Site: www.chumbogoordo.com.br


  

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