Eleger Bolsonaro foi bom, mas não basta 31/12/2018
- PERCIVAL PUGGINA*
Escrevo a 48 horas da posse do novo presidente da República. Pela primeira vez, desde a eleição para a Constituinte de 1985, quando o país começou a ser redesenhado com mãos radicais, teremos um governo conservador e liberal.
Foram 33 anos de consistente e persistente destruição dos fundamentos de uma nação respeitável. E perdemos o respeito, inclusive o respeito próprio.
Passamos a debochar de nós mesmos e chegamos ao mais sincero e profundo autodesprezo. Produto de labor político ao longo de três décadas de hegemonia esquerdista em nosso país.
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Tempos de tolerância e conivência com tudo que é mau e faz mal, e de intolerância e aversão a tudo que é do bem e faz bem!
Tolerância com o desrespeito à lei, com a corrupção e com a criminalidade rueira.
Tolerância com o professor que não ensina e com o estudante que não estuda.
Tolerância com o aparelhamento político e partidário da máquina pública.
Intolerância com a verdade, a virtude, o bem, ordem, a autoridade, a transcendência.
É longa, muito longa a lista das vilanias e flagelos que não vieram com as drogas.
Não, as drogas vieram com os flagelos e as vilanias.
É numerosa a multidão dos indignados, dos prejudicados e dos inconformados com a vitória de Jair Bolsonaro.
Nosso presidente vai enfrentar forças que jogam duro na regra do jogo e muito mais duro fora da regra do jogo através do conjunto de organizações e organismos, nacionais e internacionais que atuam sincronicamente.
É o que se poderia chamar de PT Corporation e inclui a mídia amiga interna e externa, associações, movimentos sociais, aparelhos de “direitos humanos” e “ambientalistas”, grandes fundações com interesses globalistas e assim por diante.
Serão lançadas sobre o novo presidente as flechas envenenadas pela injúria, pela difamação, pela mentira e trampolinagem.
O governo será atacado interna e externamente.
E é bom que estejamos atentos para que essa orquestração não nos confunda, não nos faça recuar no apoio e no prestígio que, com nosso voto, conferimos ao presidente e aos compromissos que firmou com a nação.
No entanto, o governo não será exitoso apenas se puser em prática o receituário conservador de defesa da família, da infância; do combate à corrupção, à criminalidade, à impunidade; da regência dos valores, enfim.
Seu sucesso dependerá, igualmente, do receituário liberal, que enfrentará impopularidade, pois medidas saneadoras da desordem e do déficit fiscal são impopulares em qualquer país.
Sem elas, porém, o Brasil não sai de uma crise que preserva seu curso e aponta para um horizonte assustador.
Não podemos, neste momento decisivo, entregar o país ao discurso irresponsável dos que criminosamente o quebraram.
Temos que fiscalizar nossos deputados e permanecermos firmes com aquele a quem confiamos nosso voto.
Por fim, que venha o primado da verdade, da transparência, dos erros reconhecidos sob as lentes da lei e da Justiça para todos.
Que Deus abençoe o Brasil, neste seu renascimento de 2019.
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*Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.