Que país é esse? 04/04/2019
- FLÁVIO FAVECO CORRÊA - DIÁRIO DO PODER
Assistindo a briguinha de comadres entre o Presidente da República e o presidente da Câmara de Deputados, só nos resta ficar perplexos. Mas onde ficam os interesses da nação? Até parece que ligaram o botão do “fuck you Brazil”.
Felizmente os “beligerantes” hastearam a bandeira branca e agora prometem trabalhar para recuperar o tempo perdido. O Brasil tem pressa, muita pressa, de ver as reformas implantadas.
Como nos ensinou o gaúcho Barão de Itararé, “tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está”.
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Nós estamos do lado de fora.
Alguém tem duvida do que eles estão fazendo do lado de dentro?
O fato é que não dá para esperar mais. Não dá para continuar vivendo com incertezas que mantém o desemprego em taxa recorde, fazem a bolsa despencar, o dólar subir à estratosfera e as previsões de crescimento do PIB minguarem, o que só nos causa desalento.
Especialmente aos 5 milhões de brasileiros que já desistiram de procurar emprego.
Também é de se ficar de cabelo em pé quando “cientistas políticos”, e alguns deputados, é claro, falam que “falta articulação política” para que a reforma da previdência tenha o andamento que merece e seja aprovada.
Mas de que articulação política “me hablas”?
Vejamos um rápido histórico das famosas “articulações”:
1998 – FHC compra apoio dos deputados para votarem a PEC da reeleição por 200 mil cada.
2005 – Explode o maior escândalo de corrupção e compra de apoio da base aliada do PT, pelo governo Lula, conhecido como mensalão.
2014 – Dilma dá 750 mil a mais para cada parlamentar que aprovar a meta fiscal impagável do seu governo.
2016 – PT, com dinheiro de Joesley Batista, compra cada deputado que votar contra o impeachment de Dilma por 5 milhões cada, enquanto Lula, em um hotel no dia do impeachment, distribuía vantagens e dinheiro aos parlamentares que votassem não.
2017 – Temer distribui 15 bilhões em emendas e programas para agradar as comissões e evitar seu impeachment.
2019 – Bolsonaro se recusa a comprar o apoio de deputados com dinheiro público, provando que não sabe “articular”, não é mesmo?
Faço votos que ele continue assim.
Os que hoje reclamam fazem parte do grupelho de conhecidas raposas que querem de volta a velha política.
São os abutres de sempre, muitos deles homiziados no “Centrão”, conjunto que congrega, por exemplos, o PR de propriedade do famigerado Valdemar da Costa Neto.
No Brasil partido tem dono. E que dono.
Dá para encarar?
Será que já não se locupletaram o suficiente e ainda querem mais?
A sede de grana parece insaciável. Se a farinha é pouca, meu pirão primeiro? O país que se dane?
Estes caras esquecem que a maioria dos eleitores votou pela moralização da política, contra a farra do boi com a qual se acostumaram e pelo fim do toma lá dá cá.
Nossa esperança é que apareçam pelo menos 308 patriotas que coloquem o bem do país acima dos seus interesses pessoais.
Afinal, eles estão carecas de saber, como todos nós, que depois de 13 anos de lulopetismo o Brasil quebrou e que sem a reforma da previdência não há esperança.
Como disse o ministro Paulo Guedes, não haverá o que deixar de herança para nossos filhos e netos.
Mas as barbas têm que continuar de molho e nossa vigilância mais implacável do que nunca para impedir que acabem com tudo.
Os governos do PT, que finalmente conseguimos defenestrar, estavam no “caminho certo”…
A Venezuela, por exemplo, há 60 anos era duas vezes mais rica do que a China e quatro vezes mais rica do que o Japão.
Era a quarta economia mundial e a primeira da América Latina.
Sua moeda era forte, só perdia para o dólar, e tinha um excelente sistema de saúde.
Em apenas dez anos foi destruída pelo socialismo (socialismo do século XXI de Chaves e Maduro).
É fácil atingir estes “objetivos”, não é mesmo?
As vezes fico desiludido, eu que acreditei no país do futuro e que, quando tive a chance de permanecer nos Estados Unidos, decidi voltar para cá, convencido de que as oportunidades estavam aqui.
Era a década de 80, quando o PIB crescia e o Brasil já tinha alcançado a posição de sétima economia do planeta, vindo de um patamar muito baixo.
Honestamente, hoje me pergunto se vamos mesmo poder retomar a rota do crescimento com justiça social com o Congresso e o Supremo que temos.
Um Congresso que insiste que só com “articulação$$$ política” poderá aprovar a Reforma da Previdência e dar andamento ao pacote anticrime do Sérgio Moro, anseios agudos da população, e que mesmo assim levaria meses.
E que, enquanto isso, aprova rapidinho uma PEC que engessa ainda mais o orçamento da União, sacanagem perpetrada à socapa e que só vai atrapalhar a administração pública que já não tem recursos para quase nada e muito pouca margem de manobra.
Parece brincadeira do guri mostrando no campinho da zona quem é o dono da bola.
Esta nova PEC é a 106ª reforma da Constituição, o que prova que o texto de 1988 não é mais adequado.
Tem razão o professor Modesto Carvalhosa quando insiste que precisamos de uma nova Carta Magna.
E o Supremo?
O Lula já entrou com recurso nos tribunais superiores pedindo a anulação do processo que o condenou a 12 anos de cadeia no caso do tríplex do Guarujá, alegando que não foi julgado pela Justiça Eleitoral…
Agora certamente virá o Eduardo Cunha, e mais um montão de criminosos que estão devidamente presos e que não tem paciência para esperar a possibilidade de que o STF os liberte agora em abril, quando poderá reverter a sua própria decisão de permitir a prisão de condenados em segunda instância
Se isso acontecer, que Deus nos livre, não teremos outra alternativa do que sair por aí aos gritos, aos berros, em alto e bom som, com panelaços e grandes manifestações de rua perguntado: afinal que país é esse?