O cristão e a política na parábola do herege bom 05/05/2019
- MAURO AIELLO - DIÁRIO DO PODER
A Parábola do Bom Samaritano, como muitos se referem ao episódio no qual um Samaritano presta socorro a um homem (possivelmente um judeu) assaltado, agredido e deixado semi morto à beira do caminho entre Jerusalém e Jericó, nos ensina a lição de que o nosso próximo é qualquer um que precisando do nosso socorro nós o ajudamos, mesmo que ele seja considerado um inimigo, assim como eram incompatibilizados judeus e samaritanos.
Nessa ilustração contada por Jesus, era de se esperar que tanto o Sacerdote quanto o Levita, religiosos, que passavam pelo mesmo caminho, fizessem alguma coisa, mas eles não fizeram nada; passaram o mais longe possível do homem ferido.
Talvez eles estivessem preocupados com o fato de que se tocassem naquele homem, e porventura ele estivesse morto, eles não poderiam usufruir das benesses do Sacerdócio e do Leviterato o que implicaria em sete dias de purificação.
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Aqui temos a ética da religião, a preocupação com o próprio bem estar, impedindo que o amor se revelasse em uma atitude de misericórdia.
Hoje vemos o mesmo. Alguns que se afirmam religiosos (claro alguns “protestantes” partidários de uma ideologia de esquerda) vociferam contra outros cristãos dizendo que não deveriam apoiar a candidatura do atual Presidente.
Afirmam que os evangélicos não deveriam apoiar o Sr. Bolsonaro.
Mas então cabe a mim perguntar a eles: Vocês queriam que deixássemos um homem (país) morrer?
Queriam que passássemos de longe e seguíssemos o nosso caminho sem fazer absolutamente nada enquanto a nação sangrasse até expirar vitimada por assaltantes e bandidos?
Queriam que fizéssemos vistas grossas?
E ainda mais com aquela conversa fiada de que política não é coisa de crente?
Na Parábola que Jesus contou ele introduziu um Samaritano logo depois de um Sacerdote e de um Levita.
Ora, o intérprete da lei para quem Jesus conta essa ilustração no afã de responder à pergunta – Quem é o meu próximo? – imaginava que Jesus introduzisse um fariseu ou outro religioso judeu depois do Sacerdote e do Levita, jamais um “herege”, um Samaritano.
Mas, como vimos, Jesus o surpreendeu quebrando todos os protocolos, preconceitos e tabus.
Ninguém esperava que o atual Presidente fosse eleito.
Outro candidato tinha milhões e milhões à disposição porque seu partido ao longo do tempo em que ficou no poder acumulou uma enorme fortuna denunciada até pelo próprio Ministro do STF, Gilmar Mendes, e ainda mais contava com a simpatia de uma grande parte importante da imprensa.
E foi uma vitória apertada!
Eu, não tenho muita certeza de que o atual governo será um grande governo.
Não porque não confie em sua honestidade, mas principalmente pela dura e desonesta oposição daqueles que durante 14 anos, a despeito de se esperar que fizessem alguma coisa em favor dos pobres, porque faziam discursos inflamados nessa direção, agiram exatamente como o Sacerdote e o Levita.
Asim como o Sacerdote e o Levita eles cuidaram dos seus próprios interesses.
Durante quatorze anos passaram de largo, não deram a mínima importância à miséria do outro.
A esperança do brasileiro está nas mãos do atual Presidente e sua equipe.
Talvez ele seja considerado um herege como era o Samaritano no conceito dos judeus.
Talvez ele seja um inábil como dizem e até um debochado.
Com certeza ele é bem mais culto do que Lula e Dilma.
Todavia, se ele fizer algo que diminua a dor de um país que foi assaltado, vilipendiado, roubado, escarnecido e quase que totalmente destruído, terá sido um ato de misericórdia.
Votei nele com base nessa esperança.
E muitos protestantes agiram por esse mesmo motivo: ESPERANÇA.
Se a minha esperança for contemplada ficarei imensamente feliz.
É preciso saber que entre a certeza da inércia e letalidade de religiosos como o Sacerdote e o Levita (governos petistas) e a esperança de socorro e misericórdia de um “herege”, fico com a segunda hipótese.