INSULTO DO CARRO OFICIAL CONTINUA, NO PAÍS EM CRISE 08/09/2019
- CLÁUDIO HUMBERTO - DIÁRIO DO PODER
São quase 12 milhões de desempregados, a crise atinge e todos, em todos os níveis, cortes na Educação são inevitáveis, a pindaíba é geral, mas ninguém abre mão, nos Três Poderes, de uma das coisas que mais insultam os cidadãos: a mordomia dos carros oficiais.
Somente o Poder Executivo dispõe de uma frota estimada em 900 veículos cuja manutenção e renovação custam quase R$60 milhões todos os anos.
A honrosa exceção é Ibaneis Rocha (MDB), governador do Distrito Federal, que reside em sua própria casa e usa seu carro particular, em vez de oficial.
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MORDOMIA DISFARÇADA
Em vez de deliberarem sobre o fim da mordomia, magistrados debatem o fim da placa preta, como já ocorre no Supremo e em vários tribunais.
CAIXA BEM TRANCADA
Em 2010, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mandou abrir a “caixa preta” dos carros oficiais. A ordem foi solenemente ignorada.
CASO ISOLADO
O governo Michel Temer criou em 2017 o TáxiGov, um “Uber” para uso de servidores. O governo Bolsonaro ampliou. Por nossa conta, sempre.
AGORA É "NÓIS"
O apego a privilégios impede que os chefes dos Três Poderes acertem a extinção definitiva da excrescência do carro oficial.
ATÉ A LEI ELEITORAL ATRAPALHOU PROTEÇÃO À AMAZÔNIA
Obstáculos para proteger a Amazônia surgem onde menos se espera. Em 2018, com as queimadas avançando, o governo Michel Temer resolveu fazer campanha publicitária de caráter educativo nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde o problema é recorrente.
Mas ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), vetou alegando “campanha eleitoral”. E Temer nem mesmo era candidato.
RIGOR DA LEI
Weber avaliou que a lei proíbe propaganda oficial no período eleitoral. Autorizaria só após o segundo turno, quando só haveria cinzas.
QUASE TARDIO
Somente após a posse do novo presidente do TSE, ministro Luiz Fux, a campanha foi liberada. Mas o governo havia perdido o timing.
A SETE CHAVES
No Executivo é possível garimpar a informação, mas o Legislativo e o Judiciário guardam a sete chaves os números dos seus carros oficiais.
QUE VERGONHA
Entidades da sociedade civil, que no passado se associavam a boas causas, tipo OAB e ABI, fazem silêncio constrangedor sobre o covarde ataques ao bolso do cidadão: o bilionário Fundão Sem Vergonha.
RELATOR DE ARAS
O senador Eduardo Gomes (MDB-TO) está no páreo para assumir a relatoria da indicação de Augusto Aras para o cargo de procurador-geral da República. O senador, aliás, adorou a escolha de Bolsonaro.
DEFENSORES DO HOLOFOTE
A Defensoria Pública do Rio admitiu a esta coluna não fazer ideia do número de pessoas presas ilegalmente no Estado.
Mas dispõe de pessoal para se colocar como “parte interessada ” na defesa do gibi infantil com beijo gay que o prefeito mandou recolher.
MAIOR DA HISTÓRIA
A “bancada da bala” tem 307 membros, segundo o deputado Capitão Augusto, que também a integra.
Segundo ele é a maior bancada que apoia a flexibilização do porte de armas de fogo da História.
SEM PERIGO DE REJEIÇÃO
É falsa a “polêmica” sobre a indicação de Augusto Aras para chefiar a Procuradoria Geral da República. Todas as indicações para o cargo desde a redemocratização, em 1985, foram referendadas pelo Senado.
OLHA A CABEÇA DE MACRON
Na campanha de 2017, Emmanuel Macron prometeu criar “cargo oficial de primeira-dama” para Brigitte. Com direito a orçamento e assessores. Mas uma petição com 314 mil assinaturas o fez desistir da ideia.
CAMPANHA DO MAL
A Comissão de Agricultura do Senado realiza audiência, quarta, a pedido de Soraya Thronicke (PSL-MS), para analisar a imagem do Brasil em relação ao agronegócio, meio ambiente e reserva legal. Ela está convencida de que há uma “campanha” para prejudicar o País.
DECIDE, REVERTE
Foi o desembargador Rogério Favreto, antigo militante do PT, quem barrou a posse de Carlos Marun, odiado no PT, no conselho de Itaipu. Mas o TRF4 anulou, como anulou a tentativa, em 2018, de soltar Lula.
PERGUNTA NA COMISSÃO
A CPMI das Fake News também vai investigar as mentiras que os políticos contam para enganar os eleitores?